Lula diz buscar acordo com Congresso sobre emendas e que não terá dificuldades com presidentes

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a conclusão de um "acordo definitivo" entre o Congresso Nacional e o governo sobre a distribuição e a execução das emendas parlamentares, verbas que têm sido alvo de bloqueios pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista coletiva à imprensa nesta quinta-feira, 30, Lula disse que as emendas parlamentares foram uma conquista dos deputados e senadores durante um "governo irresponsável", em referência à gestão de Jair Bolsonaro.

"O governo não tem nada a ver com as emendas parlamentares. Foi uma conquista deles num governo irresponsável, que não governava o País", afirmou. "Então, elas existem. Nós estamos agora com decisões da Suprema Corte, do ministro Flávio (Dino), e nós vamos negociar para ver se se coloca um acordo definitivo entre a Câmara e o Poder Executivo."

Lula continuou: "Se tiver que dar emenda, vamos dar emenda subordinada e orientada a projetos de interesse do Estado brasileiro, sobretudo, na área da educação, na área da saúde, na área do transporte. É assim que a gente vai trabalhar, até que a gente crie condições para que seja de uma forma diferente."

O presidente afirmou ainda que não terá dificuldades nas próximas gestões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, cujos favoritos para as eleições deste sábado, 1º, são Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, Lula voltou a dizer que não se mete nas eleições dos presidentes do Congresso.

"O meu presidente do Senado é aquele que ganhar, e o da Câmara, é aquele que ganhar. Quem ganhar, eu vou respeitar e vou estabelecer uma nova relação", declarou.

Ele prosseguiu: "Então, se o Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara, e o Alcolumbre, presidente do Senado, eles serão os presidentes das instituições, e é com eles que nós vamos fazer as tratativas que tiver que fazer."

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou na manhã deste sábado que o presidente da Rússia, Valdimir Putin, terá, "mais cedo ou mais tarde" que se sentar à mesa para iniciar "negociações sérias" de paz.

Segundo o premiê britânico, Putin está tentando adiar um acordo de cessar-fogo de 30 dias, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky "mostrou mais uma vez e sem qualquer dúvida que a Ucrânia é a parte interessada na paz".

As declarações foram feitas em coletiva de imprensa neste sábado, quando 26 líderes internacionais se reúnem no Reino Unido a fim de apoiar uma eventual trégua entre a Ucrânia e a Rússia.

"O grupo que eu convoquei hoje é mais importante do que nunca. Ele reúne parceiros de toda a Europa, bem como da Austrália e da Nova Zelândia e continua apertando as restrições sobre a economia da Rússia para enfraquecer a máquina de guerra de Putin e trazê-lo à mesa de negociações. E concordamos em acelerar nosso trabalho prático para apoiar um potencial acordou", afirmou o premiê.

Starmer disse ainda que o grupo entrará "em uma fase operacional" e que militares dos respectivos países se reunirão na próxima quinta-feira, 20, no Reino Unido "para colocar em prática planos fortes e robustos, para apoiar um acordo policial e garantir a segurança futura da Ucrânia".

Segundo o premiê, "o apetite da Rússia pelo conflito e pelo caos mina a segurança do Reino Unido", o que encarece o custo de vida, inclusive os custos de energia. "Então isso importa muito para o Reino Unido. É por isso que agora é a hora de se engajar em discussões sobre um mecanismo para gerenciar e monitorar falsas bandeiras", afirmou.

Na quinta-feira, Putin havia dito que concorda com a proposta de cessar-fogo, mas pontuou que o acordo deve levar a uma paz duradoura e eliminar as "causas raízes do conflito".

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou há pouco que o exército russo está acumulando tropas ao longo da fronteira leste do país. Isso, segundo ele, "indica que Moscou pretende continuar ignorando a diplomacia" e tem a intenção de atacar a região de Sumy.

"Está claro que a Rússia está prolongando a guerra. Estamos prontos para fornecer aos nossos parceiros todas as informações reais sobre a situação no front, na região de Kursk e ao longo de nossa fronteira", disse Zelensky, em publicação na rede social X.

A publicação também afirma que a situação na direção da cidade de Pokrovsk foi estabilizada, e que as tropas ucranianas continuam retendo agrupamentos russos e norte-coreanos na região de Kursk.

Segundo Zelensky, o programa de mísseis da Ucrânia teve "resultados tangíveis", com o míssil longo Neptune testado e usado "com sucesso" em combate.

O presidente também disse que o Ministério de Defesa da Ucrânia apresentou um relatório sobre novos pacotes de apoio de outros países. "Sou grato a todos os parceiros que estão ajudando", acrescenta.

O Hamas disse neste sábado que só libertará um refém americano-israelense e os corpos de quatro pessoas de dupla nacionalidade, que morreram em cativeiro, se Israel implementar o atual acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. A organização chamou a proposta de um "acordo excepcional" destinado a colocar a trégua de volta nos trilhos.

Um alto oficial do Hamas disse que as conversas há muito adiadas sobre a segunda fase do cessar-fogo precisariam começar no dia da liberação de reféns e não ultrapassar uma duração de 50 dias. Israel também precisaria parar de barrar a entrada de ajuda humanitária e se retirar de um corredor estratégico ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

O refém americano-israelense Edan Alexander, 21 anos, cresceu em Nova Jersey, nos EUA, e foi raptado da sua base militar durante o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra. Ele é o último cidadão americano vivo detido em Gaza.

O Hamas também exige a liberação de mais prisioneiros palestinos em troca dos reféns, disse o oficial, que falou sob condição de anonimato.

Não houve comentários imediatos de Israel, onde os escritórios do governo estavam fechados para o Sabbath (descanso) semanal. O escritório do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas na sexta-feira de "manipulação e guerra psicológica" quando a oferta foi inicialmente feita, antes de o Hamas detalhar as condições.