Expectativa é apresentar agenda sobre prioridades no Congresso na próxima semana, diz Padilha

Política
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O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse nesta segunda-feira, 3, que o governo pretende apresentar até a próxima semana uma lista de propostas prioritárias para o governo neste ano. A declaração foi dada após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre.

"Queremos apresentar na próxima semana os projetos de lei prioritários para os próximos dois anos. Só da área econômica são 32 projetos aprovados nos últimos dois anos. Expectativa é de que apresentemos nas próxima semana essa agenda para os próximos dois anos", disse.

Padilha disse que Lula disse a Motta e Alcolumbre que o presidente da Câmara e o do Senado de sua preferência seriam os eleitos - um indicativo de que não gosta de interferir e influenciar em uma votação desse porte. Segundo o ministro, esse é um "momento de reabilitação das relações institucionais no País".

O ministro disse que o governo "agradece o Congresso pelo que foi feito nos últimos dois anos". "Nenhum governo aprovou tantos projetos de iniciativa do governo como o nosso. Esperamos manter isso para os próximos dois anos", afirmou.

Padilha citou como algumas das prioridades projetos de apoio aos microempreendedores, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, o enfrentamento às mudanças climáticas e o combate a crimes digitais.

"Hoje temos crimes no ambiente digital e temos que proteger a sociedade desses crimes", afirmou, indicando apoio a uma proposta de regulamentação das plataformas de redes sociais.

Sobre a isenção do IR, Padilha disse que a meta do governo é que ela seja aprovada neste ano. O ministro afirmou que a proposta é "uma das prioridades da agenda da Fazenda", mas que não há uma data para apresentação do texto, já que é preciso fechar uma medida compensatória.

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As tarifas de 25% dos Estados Unidos sobre as importações do México anunciadas pelo presidente Donald Trump, que deveriam entrar em vigor na terça-feira, 4, serão suspensas por um mês, segundo os governos dos dois países, após um acordo negociado entre o republicano e a presidente Claudia Sheinbaum nesta segunda-feira, 3.

Em troca da pausa na aplicação de tarifas contra suas exportações aos EUA, o México reforçará a fronteira com 10 mil homens da Guarda Nacional para combater o tráfico de drogas, especialmente de fentanil, um opioide sintético responsável pela maior parte das overdoses nos EUA nos últimos anos.

Além disso, os EUA concordaram em ampliar a fiscalização de armas traficadas na direção sul da fronteira. "Nossas equipes começarão hoje a trabalhar em duas áreas: segurança e comércio", disse Sheinbaum nesta segunda-feira.

Durante essa pausa de um mês nas tarifas, haverá negociações entre os dois países sobre segurança na fronteira e comércio, e um novo acordo que evite as tarifas pode ser alcançado, segundo o presidente americano. Trump, por sua vez, chamou a conversa com a colega mexicana de muito amigável. "Nós concordamos em suspender imediatamente as tarifas previstas por um período de um mês durante o qual teremos negociações" escreveu ele na Truth Social.

No sábado, dia 1º, Trump assinou três decretos para impor tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, além de taxar em 10% as importações da China. O decreto provocou um alvoroço nos mercados. As bolsas europeias e asiáticas abriram em queda nesta segunda-feira, 3, e o dólar disparou. Com o acordo anunciado, a moeda americana voltou a cair.

No fim de semana, o governo mexicano chegou a anunciar medidas de retaliação. "Rejeitamos categoricamente a calúnia da Casa Branca de que o governo mexicano tem alianças com organizações criminosas, assim como qualquer intenção de interferir em nosso território", escreveu Sheinbaum.

Desta vez, a presidente mexicana exaltou o acordo. Apesar de a guerra comercial ter sido evitada, pelo menos por enquanto, Sheinbaum disse que pretende iniciar um projeto de substituições de importações no México, para tornar o país mais independente, sobretudo de compras vindas da China, o que também deve agradar Trump.

O drama do fentanil

A DEA, o departamento antidrogas do governo americano apreendeu no ano passado 9,9 toneladas de fentanil nas fronteiras americanas, segundo dados do próprio departamento. Pelo menos 99% dessa droga vem do México e apenas 1%, do Canadá. Os números caíram 19% na comparação com o ano anterior.

O fentanil é o principal responsável por overdoses seguidas de morte nos EUA, mas no último ano o número de mortes relacionadas ao consumo excessivo de drogas no país caíram 21% segundo o Centro para o Controle de Doenças (CDC), depois de terem chegado a um pico de 114 mil mortes em 2022.

Um dos motivos para isso, segundo analistas, é o uso de remédios que podem ajudar a prevenir overdoses, que tem se popularizado entre usuários.

Uma das principais promessas de campanha de Trump foi combater o tráfico de fentanil nas fronteiras. Ao aplicar as tarifas contra Canadá, China e México, ele citou o fluxo das drogas vindo desses três países como motivo para as punições comerciais.

Enquanto quase a totalidade da droga vem do México, o volume de fentanil traficado via Canadá é irrisório. A China é historicamente o principal fornecedor da matéria prima sintética da droga para cartéis mexicanos.

Um acordo fechado com o governo Biden em agosto do ano passado, fez com que essas substâncias químicas começassem a rarear a partir de agosto do ano passado. Como resultado, as apreensões de fentanil caíram pela metade nos últimos meses do ano.

Reação de Canadá e China

O Canadá retaliou no fim de semana ao anúncio de Trump com a aplicação de tarifas de 25% contra importações americanas. A China, por sua vez, prometeu entrar com um processo contra os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio e tomar "contramedidas correspondentes para salvaguardar firmemente seus direitos e interesses".

Os chineses afirmaram também que as tarifas poderiam comprometer a luta bilateral contra o narcotráfico, em um sinal de que o acordo de combate às matérias primas de fentanil poderia estar em risco.

Trump disse pela manhã que conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, sobre as tarifas e eles voltariam a conversar à tarde.

Segundo uma fonte do governo canadense, no entanto, não há otimismo quanto à possibilidade de se chegar a um acordo. (Com agências internacionais).

A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que, durante a conversa que teve nesta segunda-feira, 3, com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foi discutido um encontro presencial. Ressaltou, no entanto, que as comunicações entre os dois países continuarão ativas.

"Não falamos sobre um encontro presencial, mas sim sobre continuar nos ligando, mantendo essas chamadas", disse a presidente mexicana em coletiva de imprensa. "Trump insistiu no tema do déficit comercial que, de acordo com sua perspectiva, os Estados Unidos têm em relação ao México. Comentei que, na verdade, não era um déficit, que tínhamos um acordo comercial, que éramos parceiros comerciais e que este era o resultado dessa parceria. E que, em todo caso, essa era a melhor forma de continuar competindo frente à China e outras regiões do mundo", acrescentou.

Sheinbaum destacou que as equipes dos dois países trabalharão nos próximos 30 dias nas mesas de segurança e comércio, além da já existente mesa sobre migração, para encontrar soluções conjuntas.

Acordo

Nesta segunda-feira, após conversa com a presidente do México, Trump confirmou pausa de um mês nas tarifas de 25% contra as importações do México que haviam sido anunciadas no fim de semana.

A informação já havia sido adiantada por Sheinbaum, que também chamou a negociação com Trump de "uma boa conversa".

A conversa ocorreu dias depois Trump anunciar a aplicação de tarifas de 25% ao México e Canadá, e de 10% à China. E após México e Canadá informarem que adotariam reciprocidade, com aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos.

O primeiro-ministro da França, François Bayrou, usou poderes executivos especiais nesta segunda-feira, 3, para fazer com que o orçamento do país para 2025 fosse aprovado sem uma votação dos legisladores, mas agora enfrenta uma moção de censura que ameaça a sobrevivência de seu mandato que dura apenas seis semanas. É esperado que os partidos da oposição apresentem a moção ainda hoje e que ela seja votada na Assembleia Nacional na quarta-feira, 5.

Para passar, uma moção de desconfiança precisa de pelo menos metade dos votos na Assembleia de 577 assentos. A medida provavelmente terá o apoio de legisladores comunistas e verdes, mas isso não é suficiente. O voto dos socialistas pode ser decisivo, e o Partido Socialista disse nesta segunda-feira que não votaria para derrubar o governo Bayrou porque "é hora de dar um orçamento à França". No entanto, alguns legisladores podem não seguir as instruções do partido.

A líder de extrema direita Marine Le Pen foi fundamental para derrubar o governo anterior. Seu partido Reagrupamento Nacional (RN) tem o maior grupo único na câmara baixa do parlamento da França e disse que dará instruções aos seus legisladores na quarta-feira sobre como votar.

A depender de como a votação acontecer, ela pode fornecer à França um orçamento ou levar o país a uma nova turbulência política e econômica. Bayrou é o quarto primeiro-ministro da França em pouco mais de um ano, e a ação é importante para a Europa como um todo, já que a economia francesa é uma das mais importantes do mundo e um possível fracasso pode prejudicar a zona do euro. A França também está sob pressão da União Europeia (UE) para reduzir sua enorme dívida e déficit.