PGR defende perda do cargo de ex-agentes da ditadura Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel

Política
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta segunda-feira, 3, um recurso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para que dois ex-agentes da ditadura militar percam seus vínculos com a administração pública. Os alvos da ação são os coronéis do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel. Os dois já morreram.

A PGR argumenta que os dois militares, que comandaram o Destacamento de Operações de Informação do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) entre 1970 e 1976, foram responsáveis por atos de tortura durante a ditadura militar. O pedido de desligamento póstumo poderia afetar benefícios e pensões pagos aos familiares deles.

O subprocurador Aurélio Rios afirmou que a Lei nº 1.711/1952 prevê a demissão de servidores públicos que cometam agressões contra cidadãos. "Dessa forma, apesar de falecidos, os acusados não podem permanecer com vínculo com a administração pública", justificou.

A ação também pede o reconhecimento da imprescritibilidade de ações que busquem responsabilizar ex-agentes da ditadura. Segundo a PGR, a Lei da Anistia não deve ser aplicada para beneficiar os envolvidos em crimes dessa natureza.

"Isto porque o que se postula não é a reparação de danos morais ao Estado, mas para toda a sociedade brasileira, submetida a práticas desumanas para a repressão de sua liberdade de expressão política durante o regime militar, em especial da atuação dos ex-comandantes do DOI-Codi", disse o subprocurador.

A PGR também solicitou que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a legalidade da aplicação da Lei da Anistia no caso da morte do ex-deputado federal Rubens Paiva. Ele foi morto em janeiro de 1971, nas dependências do DOI-Codi, no Rio de Janeiro.

Cinco militares são acusados de envolvimento no crime: José Antônio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Raymundo Ronaldo Campos, Jurandyr Ochsendorf e Jacy Ochsendorf. A PGR busca reverter uma decisão do STJ que suspendeu o processo criminal contra eles, amparada na Lei da Anistia.

A subprocuradora Maria Caetana Cintra Santos sustentou que o entendimento internacional sobre o tema já estabeleceu que leis de anistia não podem ser aplicadas em casos de graves violações de direitos humanos.

A PGR defende que a revisão do caso por parte do STF pode estabelecer um novo entendimento sobre a responsabilização de agentes da ditadura. Ainda não há data para o julgamento.

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Agentes do FBI que participaram de investigações relacionadas ao presidente dos EUA, Donald Trump, processaram os esforços do Departamento de Justiça para desenvolver uma lista de funcionários envolvidos nessas investigações, que eles temem que possam ser precursores de demissões em massa.

Duas ações judiciais, movidas na terça-feira, 4, em um tribunal federal em Washington em nome de agentes anônimos, exigem uma interrupção imediata da coleta e potencial disseminação de nomes dos responsáveis pelas investigações sobre o motim de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA, bem como o acúmulo de documentos confidenciais por Trump em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida.

Os processos marcam uma escalada em uma disputa de alto risco que explodiu em público na sexta-feira, 31, com revelações de que o Departamento de Justiça dos EUA havia exigido do FBI os nomes, cargos e títulos de todos os funcionários envolvidos nas investigações de 6 de janeiro para que os oficiais pudessem avaliar se alguma ação pessoal era merecida. Milhares de funcionários do FBI também foram convidados no fim de semana a preencher um questionário aprofundado sobre sua participação nessas investigações, uma etapa que eles temem que possa levar à demissão.

Respondendo à solicitação do Departamento de Justiça, o FBI entregou detalhes pessoais de aproximadamente 5 mil funcionários, mas os identificou apenas por meio de seu código de identificação exclusivo e não pelo nome, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que falou sob condição de anonimato para discutir o assunto e as comunicações internas vistas pela Associated Press. Um porta-voz do Departamento de Justiça não quis comentar.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, propôs nesta terça-feira, 4, que as eleições parlamentares no país sejam realizadas no dia 11 de março. "Estamos em um momento sério, um momento que nunca vivenciamos em nosso país. O momento não é para divisões internas, mas para colaboração e união pelo nosso país", afirmou o líder em uma publicação nas redes sociais.

Além disso, o legislativo da Groenlândia discutiu se deveria proibir os partidos políticos de aceitar contribuições "de doadores estrangeiros ou anônimos", após o presidente dos EUA, Donald Trump, manifestar suas ambições de que os Estados Unidos assumam o controle da ilha, que pertence à Dinamarca.

O governo da Groenlândia solicitou ao parlamento que considerasse um projeto de lei com o objetivo de "proteger a integridade política da Groenlândia", que entraria em vigor de imediato. O projeto, segundo uma tradução de um documento parlamentar em dinamarquês, "deve ser visto à luz dos interesses geopolíticos na Groenlândia e da situação atual, em que representantes de uma grande potência aliada expressaram interesse em assumir e controlar a Groenlândia".

*Com informações da Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira, 4, que os palestinos deslocados em Gaza fossem reassentados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.

"Melhor coisa a fazer é achar outro local para população de Gaza", disse Trump em comentários feitos no início da sua reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, em Washington.

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"A volta para Gaza só existe por falta de alternativa", completou. "Quem gostaria de voltar para Gaza para vivenciar só morte e destruição?", questionou Trump. O presidente disse que Gaza tem sido um inferno e que ninguém gostaria de retornar a morar no local.

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O acordo de cessar-fogo de Israel com o Hamas na Faixa de Gaza segue em curso. Mas uma segunda etapa prevê a saída israelense do território e um plano para a reconstrução e governabilidade.