60% da população defende regulação das redes sem afetar liberdade de expressão

Política
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Enquanto o governo Lula discute medidas para regular as plataformas digitais, seis em cada dez brasileiros apoiam maior controle sobre as empresas de rede social. Outros 29% são contrários a qualquer forma de regulação, e 12% não manifestaram opinião.

Os dados são da pesquisa "A visão dos brasileiros sobre regulamentação das redes sociais", realizada pela Nexus. O instituto entrevistou 2 mil pessoas com idade a partir de 16 anos em todos os Estados entre 10 e 15 de janeiro. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, e o intervalo de confiança é de 95%.

Os pesquisadores descobriram, no entanto, que o apoio à regulação das redes cai pela metade (de 60% para 30% do total) se os respondentes entendem que a iniciativa pode limitar a liberdade de expressão dos usuários. Trata-se do principal argumento usado por opositores à ideia - que, no Brasil, é pouco aceita pela direita radical.

Isto é, o apoio ao maior controle sobre as plataformas digitais só é majoritário quando não interfere no que as pessoas acreditam ser liberdade de expressão. A outra metade (28% do total) defende o projeto mesmo se houver limitação a esse direito. E 2% mantêm a defesa de forma genérica, sem saber se posicionar em relação ao argumento.

"Os dados da pesquisa revelam que 28% dos brasileiros são incondicionalmente favoráveis à regulação, percentual quase idêntico aos 29% incondicionalmente contrários. E há expressivos 30% que são favoráveis, desde que essa regulação não limite a liberdade de expressão. Ou seja, na prática, os números mostram o forte efeito que a narrativa dos opositores, de que a regulação fere a liberdade de expressão, tem sobre importante parcela da população, reduzindo drasticamente o apoio à imposição de regras às redes sociais", afirma Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Em janeiro, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou o fim do programa de verificação de fatos no Facebook, Instagram e Threads e afrouxou as regras de moderação de conteúdo. As mudanças tornam a rede social menos transparente, de acordo com especialistas, e agora se provam impopulares, mostram os dados da Nexus. No Brasil, no entanto, as iniciativas por enquanto se mantêm em prática.

O maior consenso encontrado na pesquisa reside na afirmação de que as plataformas de redes sociais deveriam ter mais responsabilidade por suas atividades - 78% concordam com ela. Uma parcela quase tão expressiva (73%) considera a checagem de fatos importante, e 19% discordam.

A verificação e checagem de conteúdo feita pelos próprios usuários é menos popular: 65% concordam com ela, enquanto 25% discordam. Trata-se de um recurso, por exemplo, adotado pelo X (antigo Twitter), chamado Notas da Comunidade, em que os próprios usuários registram observações a respeito de determinada publicação, mas sem uma análise técnica.

Quase dois terços (64%) acreditam que a regulação é importante para combater a difusão de desinformação nas plataformas, enquanto 25% pensam o oposto. Para 61%, a regulação é fundamental para enfrentar a disseminação de conteúdos antidemocráticos, discursos de ódio ou de cunho racista, machista e homofóbico publicados na internet. Discordam disso 29%.

"A discussão sobre a regulação das redes sociais é um tema que divide a esquerda, favorável, e a direita, contrária. Por enquanto, podemos dizer que a narrativa da direita, de que qualquer regulação pode limitar a liberdade de expressão das pessoas, tem ocupado mais espaço no debate, convencendo a maioria da opinião pública. Para se mudar esse quadro, os defensores da regulação precisam encontrar meios de explicar para as pessoas que a regulação não pretende limitar a liberdade de expressão, mas sim combater conteúdos discriminatórios, falsos ou que contenham desinformação, o que é bem diferente", diz Tokarski.

No mês passado, a Advocacia-Geral da União (AGU) recebeu 78 contribuições em sua consulta pública sobre moderação de conteúdo nas plataformas digitais. O processo ocorreu entre os dias 17 e 27, por meio da plataforma Participa + Brasil. As sugestões estão sendo analisadas pelo órgão.

A iniciativa contou com a participação de cidadãos, pesquisadores, entidades profissionais e organizações da sociedade civil. Os relatos abordaram temas como discurso de ódio, desinformação, transparência e responsabilidade das big techs.

Entre as preocupações levantadas, está o impacto das novas diretrizes da Meta na segurança de grupos vulneráveis. Especialistas temem que as mudanças facilitem a disseminação de racismo, homofobia e violência de gênero, além de comprometerem a proteção de crianças e adolescentes.

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A Nasa perderá cerca de 3,9 mil funcionários como parte do plano de reduzir o quadro de pessoal federal iniciado por Donald Trump, embora o presidente continue determinado a que a agência espacial americana realize missões tripuladas à Lua e a Marte.

A agência aeroespacial informou em um comunicado na última sexta-feira, 25, que cerca de 3 mil funcionários aderiram à segunda rodada do plano de demissões voluntárias. Na primeira rodada, 870 trabalhadores aceitaram deixar a Nasa.

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"A segurança continua sendo uma prioridade máxima para nossa agência, enquanto equilibramos a necessidade de nos tornarmos uma organização mais ágil e eficiente e trabalhamos para garantir que continuemos plenamente capazes de buscar uma era dourada de exploração e inovação, incluindo a Lua e Marte", explicou a direção da Nasa.

O orçamento proposto pelo governo de Trump para a agência destacava o retorno do homem à Lua e a realização de uma missão tripulada a Marte pela primeira vez, ao mesmo tempo que cortava drasticamente os programas científicos e climáticos. A administração também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas dos sites governamentais, ao mesmo tempo que reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisa sobre aquecimento global.

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Corrida Espacial

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A Nasa continua sendo dirigida por um administrador interino depois que a escolha inicial da administração para liderar a agência, o bilionário tecnológico Jared Isaacman, apoiado pelo ex-assessor do presidente Trump, o empresário Elon Musk, foi rejeitada pelo presidente republicano.

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O braço das Forças Armadas do Iêmen ligado ao movimento houthi anunciou neste domingo, 27, que promoverá uma escalada nas suas operações militares contra Israel, diante do aumento da crise humanitária em Gaza. Segundo os iemenitas, a nova fase inclui o bombardeio a navios de empresas que negociam com os israelenses.

"As Forças Armadas do Iêmen alertam todas as empresas para que cessem imediatamente qualquer relação com os portos do inimigo israelense a partir do momento em que esta declaração for anunciada. Caso contrário, seus navios, independentemente do destino, serão alvos em qualquer lugar que esteja ao alcance de nossos mísseis e drones", afirmou em comunicado o porta-voz das Forças Armadas iemenitas, Yahya Saree.

De acordo com Saree, o Iêmen tem "uma responsabilidade religiosa, moral e humanitária" para com os palestinos de Gaza, que têm sofrido "massacres horríveis, brutais e sem precedentes na história contemporânea" por parte do regime de Benjamin Nethanyahu.

As operações militares, segundo o porta-voz,"cessarão imediatamente após o fim da agressão contra Gaza e a suspensão do bloqueio" de Israel à região palestina ocupada.

"As Forças Armadas do Iêmen apelam a todos os países: se quiserem evitar essa escalada, pressionem o inimigo para interromper sua agressão e suspender o bloqueio à Faixa de Gaza", afirmou Saree.

* Conteúdo traduzido com auxílio de inteligência artificial, revisado e editado pela redação da Broadcast