'Primeira vez que ele foi pragmático', diz Malafaia sobre apoio de Bolsonaro a Hugo Motta

Política
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O pastor Silas Malafaia defendeu a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de apoiar as candidaturas de Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência da Câmara dos Deputados e de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para o comando do Senado. Ambos foram eleitos com o respaldo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Malafaia afirmou que Bolsonaro, ao optar pelo apoio, demonstrou uma postura política diferente da habitual. "Foi a 1ª vez que ele foi pragmático. É a 1ª vez que Bolsonaro faz política como político", declarou o pastor.

A posição do ex-presidente gerou críticas dentro da direita, especialmente entre parlamentares que preferiam uma candidatura alinhada a um viés mais ideológico. Um dos alvos de Malafaia foi o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que lançou sua própria candidatura à presidência da Câmara sem o respaldo do grupo bolsonarista. O pastor chamou o deputado de "garoto" que "parece buscar o suicídio político".

Segundo Malafaia, o partido Novo só teve espaço em comissões importantes nos últimos anos porque o PL, de Bolsonaro, abriu espaço. Ele ainda reforçou sua rejeição a posicionamentos radicais, tanto de direita quanto de esquerda. "Não saber ser político dificulta, inclusive, a discussão sobre a anistia aos manifestantes do 8 de Janeiro", disse.

Motta afirmou no domingo, 2, que a anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro será discutida em reunião de líderes nos próximos dias. Ele reconheceu que o tema divide a Câmara e garantiu que pretende tratar do assunto com "a maior imparcialidade possível".

Malafaia também comentou o apoio de Bolsonaro a Alcolumbre, apesar de ter ressalvas ao senador. "O que ele fez com o André Mendonça no Senado, dificultando a indicação dele ao STF, não se faz", disse o pastor. Ainda assim, avaliou que Bolsonaro "deu apoio a ele pensando no futuro".

Indicado por Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal, Mendonça enfrentou resistência de Alcolumbre, que, à época presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, adiou por mais de quatro meses a sabatina do então indicado.

A disputa pelo comando do Congresso expôs divisões dentro da direita. Enquanto nomes como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) apoiaram a aliança com o Centrão para fortalecer a presença do PL na Câmara e no Senado, outros parlamentares conservadores criticaram o movimento. Ricardo Salles e Van Hattem rejeitaram os apoios a Motta e Alcolumbre, argumentando que não deveriam compactuar com escolhas referendadas pelo governo Lula.

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Agentes do FBI que participaram de investigações relacionadas ao presidente dos EUA, Donald Trump, processaram os esforços do Departamento de Justiça para desenvolver uma lista de funcionários envolvidos nessas investigações, que eles temem que possam ser precursores de demissões em massa.

Duas ações judiciais, movidas na terça-feira, 4, em um tribunal federal em Washington em nome de agentes anônimos, exigem uma interrupção imediata da coleta e potencial disseminação de nomes dos responsáveis pelas investigações sobre o motim de 6 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA, bem como o acúmulo de documentos confidenciais por Trump em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida.

Os processos marcam uma escalada em uma disputa de alto risco que explodiu em público na sexta-feira, 31, com revelações de que o Departamento de Justiça dos EUA havia exigido do FBI os nomes, cargos e títulos de todos os funcionários envolvidos nas investigações de 6 de janeiro para que os oficiais pudessem avaliar se alguma ação pessoal era merecida. Milhares de funcionários do FBI também foram convidados no fim de semana a preencher um questionário aprofundado sobre sua participação nessas investigações, uma etapa que eles temem que possa levar à demissão.

Respondendo à solicitação do Departamento de Justiça, o FBI entregou detalhes pessoais de aproximadamente 5 mil funcionários, mas os identificou apenas por meio de seu código de identificação exclusivo e não pelo nome, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que falou sob condição de anonimato para discutir o assunto e as comunicações internas vistas pela Associated Press. Um porta-voz do Departamento de Justiça não quis comentar.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, propôs nesta terça-feira, 4, que as eleições parlamentares no país sejam realizadas no dia 11 de março. "Estamos em um momento sério, um momento que nunca vivenciamos em nosso país. O momento não é para divisões internas, mas para colaboração e união pelo nosso país", afirmou o líder em uma publicação nas redes sociais.

Além disso, o legislativo da Groenlândia discutiu se deveria proibir os partidos políticos de aceitar contribuições "de doadores estrangeiros ou anônimos", após o presidente dos EUA, Donald Trump, manifestar suas ambições de que os Estados Unidos assumam o controle da ilha, que pertence à Dinamarca.

O governo da Groenlândia solicitou ao parlamento que considerasse um projeto de lei com o objetivo de "proteger a integridade política da Groenlândia", que entraria em vigor de imediato. O projeto, segundo uma tradução de um documento parlamentar em dinamarquês, "deve ser visto à luz dos interesses geopolíticos na Groenlândia e da situação atual, em que representantes de uma grande potência aliada expressaram interesse em assumir e controlar a Groenlândia".

*Com informações da Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu nesta terça-feira, 4, que os palestinos deslocados em Gaza fossem reassentados "permanentemente" fora do território devastado pela guerra.

"Melhor coisa a fazer é achar outro local para população de Gaza", disse Trump em comentários feitos no início da sua reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca, em Washington.

"Não acho que as pessoas deveriam voltar", disse Trump. O presidente disse que não se pode viver em Gaza diante das condições atuais.

"A volta para Gaza só existe por falta de alternativa", completou. "Quem gostaria de voltar para Gaza para vivenciar só morte e destruição?", questionou Trump. O presidente disse que Gaza tem sido um inferno e que ninguém gostaria de retornar a morar no local.

Netanyahu, por sua vez, citou que quando Israel trabalha em conjunto com os Estados Unidos, a situação melhora. O premiê é o primeiro líder estrangeiro a se reunir com Trump na Casa Branca desde a posse do republicano.

O acordo de cessar-fogo de Israel com o Hamas na Faixa de Gaza segue em curso. Mas uma segunda etapa prevê a saída israelense do território e um plano para a reconstrução e governabilidade.