Desvio de emendas: conversa de ex-assessor levou PF a investigar senador Eduardo Gomes

Política
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Mensagens encontradas nos celulares apreendidos na investigação sobre o desvio de emendas no Maranhão colocaram a Polícia Federal no encalço no senador Eduardo Gomes (PL-TO). O "encontro fortuito de provas" levou a PF a pedir uma apuração independente sobre a possível participação dele no comércio de emendas. O inquérito foi aberto em agosto de 2024, mas só agora veio a público, com o levantamento do sigilo da Operação Emendário.

Em nota, o senador informou que todas as emendas individuais indicadas por ele foram destinadas ao Tocantins, Estado pelo qual se elegeu. "A única emenda individual destinada para outro Estado, foi para o Rio Grande do Sul para atender à calamidade que assolou o Estado, no valor de R$1 milhão de reais. Os recursos destinados a outros Estados foram feitos por ocasião de ser relator setorial do orçamento, atendendo a parlamentares desses Estados."

A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer favorável à instauração do inquérito. O vice-procurador-geral da República Hindemburgo Chateaubriand pediu a "autuação de petição autônoma destinada à realização de diligências preliminares".

Ao se deparar com as mensagens, o delegado Roberto Santos Costa, responsável pela Operação Emendário, defendeu uma nova investigação para "apurar detidamente os fatos".

"Pelo fato de os episódios fortuitamente encontrados não guardarem correlação com as emendas ora investigadas, a Polícia Federal entende que, salvo melhor Juízo, os fatos devem ser esclarecidos em novos Inquéritos", escreveu o delegado em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal no final de 2023.

As mensagens que implicaram o senador foram trocadas entre Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), denunciado na Operação Emendário, e Lizoel Bezerra, ex-assessor do senador, em 2022. Segundo a PF, Lizoel cobra um total R$ 1,3 milhão e pede o pagamento de pelo menos R$ 150 mil.

"Me dá uma posição. Homem está na agonia. Pagar contas e viajar", escreve o ex-assessor de Eduardo Gomes. "Só de conta para amanhã tem 76 kkkk. Veja uns 150 pelo menos. Por causa da viagem."

A PF acredita que o homem "agoniado" seja o senador. Isso porque Lizoel Bezerra envia a Carlos Lopes um print de uma conversa com um contato salvo como Eduardo Gomes.

No dia seguinte, o ex-assessor do senador volta a cobrar Carlos Lopes. "Bom dia Carlos. Alguma novidade. A camionete (sic) chegou?", diz Lizoel Bezerra. O secretário responde que "não chegou nada, tanto em conta como no chão". Para a PF, a expressão "no chão" é referência ao pagamento de dinheiro em espécie.

Eduardo Gomes foi líder do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Senado. Em 2019, foi um dos relatores do Orçamento do ano seguinte.

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O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente dos EUA, Donald Trump, concordaram sobre a necessidade de uma ação "urgente" para colocar fim à situação em Gaza, que "atingiu novos níveis", em comunicado publicado nesta segunda-feira, após o encontro dos dois líderes na Escócia. De acordo com o texto, os lados se comprometeram a trabalhar em conjunto "para pôr fim à miséria e à fome e a continuar a pressionar pela libertação imediata dos reféns restantes".

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Sobre o conflito na Ucrânia, os líderes concordaram que devem "manter o ímpeto" para pôr fim à guerra com a Rússia, incluindo a pressão econômica sobre o presidente russo, Vladimir Putin, para que Moscou "sente à mesa de negociações sem mais demora".

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 28, que estabeleceu um novo prazo de "10 ou 12 dias" para que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, concorde com um cessar-fogo na Ucrânia.

"Vou estabelecer um novo prazo, de cerca de 10 ou 12 dias a partir de hoje. Não há motivo para esperar. Eram 50 dias, eu quis ser generoso, mas simplesmente não vemos nenhum progresso sendo feito", disse Trump, durante uma reunião em Turnberry, na Escócia, com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer.

No dia 14 de julho, o presidente americano havia dado um prazo de 50 dias para que Moscou e Kiev concordassem com uma trégua. Durante a coletiva de imprensa, Trump afirmou estar "decepcionado" com Putin por não ter encerrado a guerra na Ucrânia.

O republicano apontou que conversou diversas vezes com o presidente russo desde que retornou a Casa Branca em janeiro e está frustrado com os resultados das conversas. "Depois das nossas ligações o Presidente Putin sai e começa a lançar foguetes em alguma cidade como Kiev e mata muitas pessoas em um asilo ou seja lá o que for. Você tem corpos espalhados por toda a rua. E eu digo que não é assim que se faz."

Os oficiais ucranianos foram rápidos em agradecer Trump por encurtar o prazo para a Rússia terminar a guerra na Ucrânia. Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse em uma publicação nas redes sociais que os comentários do republicano demonstravam que ele estava comprometido com a "paz através da força". "Putin respeita apenas o poder - e essa mensagem é alta e clara."

A Nasa perderá cerca de 3,9 mil funcionários como parte do plano de reduzir o quadro de pessoal federal iniciado por Donald Trump, embora o presidente continue determinado a que a agência espacial americana realize missões tripuladas à Lua e a Marte.

A agência aeroespacial informou em um comunicado na última sexta-feira, 25, que cerca de 3 mil funcionários aderiram à segunda rodada do plano de demissões voluntárias. Na primeira rodada, 870 trabalhadores aceitaram deixar a Nasa.

A equipe da Nasa passou de 18 mil funcionários para pouco mais de 14 mil desde o retorno de Trump à Casa Branca, o que representa uma redução de mais de 20%. Os funcionários da agência que decidiram aderir ao programa de demissões voluntárias devem deixar os seus cargos de forma gradual.

'Segurança é prioridade'

"A segurança continua sendo uma prioridade máxima para nossa agência, enquanto equilibramos a necessidade de nos tornarmos uma organização mais ágil e eficiente e trabalhamos para garantir que continuemos plenamente capazes de buscar uma era dourada de exploração e inovação, incluindo a Lua e Marte", explicou a direção da Nasa.

O orçamento proposto pelo governo de Trump para a agência destacava o retorno do homem à Lua e a realização de uma missão tripulada a Marte pela primeira vez, ao mesmo tempo que cortava drasticamente os programas científicos e climáticos. A administração também removeu sistematicamente menções às mudanças climáticas dos sites governamentais, ao mesmo tempo que reduziu drasticamente o financiamento federal para pesquisa sobre aquecimento global.

Além disso, autoridades de Trump têm recrutado cientistas para ajudá-los a revogar a "declaração de risco" de 2009, que determinou que os gases de efeito estufa representam ameaça à saúde pública e ao bem-estar.

Corrida Espacial

A Casa Branca afirma que quer focar os recursos para "ganhar da China a corrida para voltar à Lua e levar o primeiro humano a Marte". Pequim tem como meta fazer seu primeiro pouso lunar tripulado em 2030.

A Nasa continua sendo dirigida por um administrador interino depois que a escolha inicial da administração para liderar a agência, o bilionário tecnológico Jared Isaacman, apoiado pelo ex-assessor do presidente Trump, o empresário Elon Musk, foi rejeitada pelo presidente republicano.

Trump havia anunciado ainda em dezembro, na transição presidencial, a escolha de Isaacman como o próximo administrador da Nasa. O bilionário tem sido um colaborador próximo de Musk desde que comprou seu primeiro voo fretado na SpaceX em 2021.