Quem é a secretária do Ministério do Turismo que recebeu 'Pix' de R$ 5 mil de empresário?

Política
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Citada em uma investigação que apura a "venda" de emendas parlamentares por parte de deputados federais do PL, por supostamente ter recebido um pagamento de R$ 5 mil do empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, a atual secretária nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo, Cristiane Leal Sampaio, trabalhou por 18 anos no Ministério da Saúde e foi assessora especial da Secretaria Especial de Relações Institucionais da Secretaria de Governo da Presidência da República por quatro meses no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2020.

Eduardo DP é investigado como suposto sócio oculto da empreiteira Construnorte e foi preso pela PF em novembro de 2023, acusado de operar um esquema de venda de emendas parlamentares.

Ao Estadão, Cristiane disse não se lembrar do pagamento e que, por essa razão, não comentaria. Já Eduardo DP recebeu e visualizou as mensagens da reportagem, mas não respondeu. Procurado, o Ministério do Turismo não se pronunciou.

"Nunca fui notificada ou instada a prestar esclarecimentos. Também não me recordo de qualquer relação com o empresário que menciona. Diante disso, e de desconhecer o teor do referido inquérito, não tenho como contribuir com seus questionamentos neste momento", diz Cristiane.

Lotada no Ministério do Turismo desde 10 de agosto de 2023, foi nomeada na gestão do ministro Celso Sabino. Dois meses depois, assumiu o posto de secretária nacional de Políticas de Turismo.

Após as revelações do Estadão, o Ministério do Turismo designou nesta terça-feira, 11, no Diário Oficial da União, Fabio Augusto Oliveira Pinheiro para exercer o cargo de substituo eventual do cargo de secretário nacional de Políticas de Turismo durante "os afastamentos e impedimentos legais ou regulamentares do titular, no período de 8 a 15 de fevereiro de 2025".

O relatório da PF aponta que Cristiane recebeu o repasse de R$ 5 mil no dia 7 de março de 2022, período em que a secretária era assessora do líder do governo do Congresso Nacional, senador Eduardo Gomes (PL-TO). Entre as funções apontadas por Cristiane em seu currículo disponível no site do Ministério do Turismo está o atendimento direto ao líder de governo, a gestão de emendas parlamentares de interesse da liderança e a indicação e o acompanhamento da execução orçamentária e financeira com os ministérios.

No relatório da PF, a atual secretária do Ministério do Turismo aparece prestando informações a um ajudante do deputado federal Josimar Maranhãozinho (PL-MA), João Batista de Magalhães, sobre a liberação de dinheiro em três convênios celebrados entre a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Franscisco, a Codevasf, e os municípios maranhenses de Bacabeira e Santa Rita - no último caso, são dois convênios.

No período em que trabalhou como assessora da Presidência da República, entre outubro de 2019 e fevereiro de 2020, sob o comando do ministro Luiz Eduardo Ramos, o general Ramos, Cristiane era responsável, segundo as atribuições descritas em seu currículo, pelo atendimento direto a parlamentares, a gestão da execução orçamentária e financeira das emendas parlamentares e o "manuseio de sistemas de execução das emendas parlamentares e programações ministeriais".

O histórico de prestações de serviços de controle orçamento de Cristiane ao Estado vem de longa data. Entre 2015 e 2019, ela atuou como assessora parlamentar no gabinete do ministro da Saúde nas gestões de Marcelo Castro, Ricardo Barros, Gilberto Occhi e Luiz Henrique Mandetta, nas gestões Dilma Rousseff (PT), Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro.

Foi responsável pela "assessoria direta ao ministro, participar e acompanhar as agendas do ministro e do chefe de gabinete do ministro em que houvessem parlamentares ou temas afetos aos mesmos, atendimento a parlamentares pelo gabinete do ministro; gestão da execução de emendas parlamentares; gestão da interface com a secretaria de governo da Presidência da República na realização e execução dos programas de governo afetos ao ministério, acompanhamento de demandas parlamentares de interesse do ministro da Saúde", entre outras atividades.

Câmara dos Deputados

De 2013 a 2015, Cristiane foi nomeada secretária parlamentar e assessora orçamentária da Liderança do PSD na Câmara dos Deputados. Entre as atividades dela estavam assessoria direta a parlamentares do partido, acompanhamento da execução de emendas parlamentares, manuseio de sistema interno de demandas e de acompanhamento da execução e empenho das emendas dos parlamentares da bancada.

Ministério da Saúde

Por 14 anos ininterruptos, Cristiane foi lotada em setores do Ministério da Saúde, entre 1998 e 2012. Passou pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (2011-2012), a subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Ministério da Saúde (2004-2011), a Assessoria Especial do Gabinete do Ministro da Saúde (2003-2004) e a Diretoria Executiva do Fundo Nacional de Saúde (1998-2003).

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O chanceler francês, Jean-Noël Barrot, disse nesta quarta-feira, 30, que 14 países ocidentais, incluindo Canadá e Austrália, decidiram se juntar ao presidente da França, Emmanuel Macron, e expressar o desejo de reconhecer um Estado palestino por meio de uma declaração conjunta. "Convidamos aqueles que ainda não se manifestaram a se juntarem a nós", escreveu Barrot no X.

O apelo de ontem veio ao final de uma conferência que terminou na terça-feira, 29, em Nova York, patrocinada por França e Arábia Saudita, que tentam manter viva a solução de dois Estados para resolver o conflito israelense-palestino, uma hipótese cada vez mais distante em razão da guerra em Gaza e da violência dos colonos judeus na Cisjordânia.

O movimento diplomático é diferente do realizado pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que na terça-feira ameaçou embarcar na canoa francesa e reconhecer a Palestina em setembro, a menos que Israel adote diversas "medidas substanciais" em Gaza, incluindo um acordo de cessar-fogo.

Entre os 15 países signatários do documento de ontem estão 10 que ainda não reconheceram um Estado palestino: além da França, estão Austrália, Canadá, Andorra, Finlândia, Luxemburgo, Nova Zelândia, Noruega, Portugal e San Marino. Já Islândia, Irlanda, Malta, Eslovênia e Espanha, que também firmaram a declaração, haviam reconhecido a Palestina.

Carney

De todos os signatários, o Canadá foi quem assumiu uma posição mais firme. O premiê Mark Carney foi enfático ao declarar que seu governo reconhecerá a Palestina em setembro. "A medida se baseia no compromisso da Autoridade Palestina com reformas, incluindo eleições, medidas anticorrupção e um Estado palestino desmilitarizado", disse Carney, que falou após uma conversa por telefone com o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

A chancelaria de Israel criticou a decisão do Canadá. "A mudança na posição do governo canadense neste momento é uma recompensa para o Hamas e prejudica os esforços para alcançar um cessar-fogo em Gaza e um acordo para a libertação dos reféns", diz a nota do Ministério das Relações Exteriores de Israel.

Reação

Ontem, o governo britânico respondeu às alegações de Israel. "Isso não é uma recompensa para o Hamas. O Hamas é uma organização terrorista desprezível, que cometeu atrocidades terríveis. O reconhecimento é sobre o povo palestino. Trata-se das crianças que vemos em Gaza morrendo de fome", disse a ministra britânica dos Transportes, Heidi Alexander, designada pelo governo para lidar com a questão, em entrevista à rádio LBC.

As manifestações de apoio ao Estado palestino obrigaram o governo americano a reiterar que o reconhecimento seria uma forma de "recompensar o Hamas". "Como o presidente (Donald Trump) afirmou, o Hamas não deveria ser recompensado. Portanto, ele não vai fazer isso. O foco agora é alimentar as pessoas", afirmou a Casa Branca, em comunicado.

Os comentários de Washington sobre a movimentação da França, no entanto, ficaram abaixo do tom esperado pelo governo de Israel, que acreditava em uma diplomacia mais dura para evitar que outros países replicassem o exemplo de Macron. Até agora, Trump disse apenas que os líderes (em referência a Macron e Starmer) têm o direito de tomar qualquer decisão.

Fator Macron

A onda de apoio começou na semana passada, quando Macron anunciou que reconheceria um Estado palestino durante a abertura da Assembleia-Geral da ONU, em setembro, criando um efeito dominó. Dos 193 membros das Nações Unidas, 147 já reconheceram a Palestina, quase todos na América Latina, na África e na Ásia.

O movimento de Macron, no entanto, foi considerado crucial porque atraiu o apoio de países do G7, aliança de nações mais ricas do mundo. Se for levado adiante em setembro, a decisão da França pode provocar uma divisão dentro do grupo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um ataque russo com mísseis e drones atingiu Kiev durante a noite desta quinta-feira, 30. O incidente deixou seis mortos e mais de 50 feridos, de acordo com autoridades ucranianas. Uma grande parte de um edifício residencial de nove andares desabou após ser atingido. "Ataque de míssil. Diretamente em um edifício residencial. Pessoas estão sob os escombros. Todos os serviços estão no local", escreveu o presidente ucraniano Volodimir Zelenski em seu Telegram oficial. Fonte: Associated Press.

Hoje, em sua maior ação relacionada ao Irã desde 2018, o Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) do Departamento do Tesouro dos EUA designou mais de 50 indivíduos e entidades que fazem parte do vasto império de transportes controlado por Mohammad Hossein Shamkhani.

Hossein - filho de Ali Shamkhani, um dos principais conselheiros políticos do Líder Supremo do Irã - aproveita a "corrupção" e "influência política" de seu pai nos mais altos níveis do regime iraniano para construir e operar uma enorme frota de petroleiros e navios porta-contêineres, afirma o departamento.

"Esta rede transporta petróleo e produtos petrolíferos do Irã e da Rússia, bem como outras cargas, para compradores ao redor do mundo, gerando dezenas de bilhões de dólares em lucro", acrescenta.

Segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, as mais de 115 sanções emitidas hoje são as maiores até agora desde que a administração de Donald Trump implementou uma campanha de máxima pressão sobre o Teerã.