AtlasIntel: Tarcísio supera Lula em saldo de imagem positiva; veja os números

Política
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), superou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no saldo de imagem positiva dos políticos. Segundo pesquisa do instituto AtlasIntel, divulgada nesta terça-feira, 11, 44% dos brasileiros aprovam e 48% reprovam Tarcísio. No caso de Lula, o índice positivo é de 42% e o negativo é de 51%. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

A pesquisa AtlasIntel foi feita em parceria com a Bloomberg e ouviu 3.125 brasileiros, por meio de um recrutamento digital aleatório, entre os dias 27 e 31 de janeiro. O índice de confiabilidade é de 95%.

Na pesquisa anterior da AtlasIntel, realizada em dezembro do ano passado, a imagem de Lula era aprovada por 51% e reprovada por 46%. Nos dois meses que antecederam a divulgação da nova pesquisa, o governo sofreu crises relacionadas à comunicação do governo, sobretudo a envolvendo a fiscalização do Pix pela Receita.

No mesmo levantamento de dezembro, Tarcísio tinha 50% de avaliação negativa e 46% positiva. Tanto a aprovação quanto a desaprovação recuaram dois pontos porcentuais, enquanto os que não sabem opinar sobre o governador paulista saltaram de 4% para 9%.

Após Tarcísio e Lula, os políticos que contam com os maiores saldos de aprovação da imagem são o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (42%), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (42%), o vice-presidente Geraldo Alckmin (41%) e a ministra do Planejamento, Simone Tebet (41%).

Segundo a AtlasIntel, a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é 38%, reprovada por outros 57%. Outros 5% não souberam opinar.

Bolsonaro não tem uma rejeição maior apenas do que o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (77%), o ex-ministro da Integração Regional Ciro Gomes (66%), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (61%) e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja (58%). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), registraram os mesmos 57% de imagem negativa do ex-presidente.

Tarcísio teria mais votos contra Lula do que Bolsonaro

Além do desempenho no saldo de imagem política, Tarcísio se sai melhor do que Bolsonaro em um eventual segundo turno contra Lula nas eleições de 2026. No cenário com o chefe do Executivo paulista, o petista teria 45,7% dos votos contra 44,7% do governador. Outros 9,6% dos entrevistados declararam voto em branco ou nulo, ou não souberam responder.

Já num eventual segundo turno com Bolsonaro, o petista teria 47,6% enquanto o ex-presidente teria 43,4%. Os brancos, nulos ou não sabem seriam 9% nesse caso.

Com Tarcísio, o presidente perderia entre os evangélicos (68,8% a 13,7%), homens (51,9% a 40,1%), os que possuem nível educacional até o ensino médio (48,6% a 37,1%) e entre os jovens, contemplados pela faixa etária de 16 a 34 anos (52,8% a 30%). Já Lula derrotaria o governador de São Paulo em todos os outros segmentos, principalmente entre as mulheres (51,4% a 37,8%) e idosos (62,6% a 34,7%).

No primeiro turno, Lula também estaria na frente de todos os candidatos. Se os candidatos fossem os mesmos da eleição presidencial de 2022, Lula teria 44% e Bolsonaro teria 40,6%. Tebet e Ciro teriam 4,9% e 4,5%, respectivamente.

Num cenário com Tarcísio, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União) e o cantor Gusttavo Lima, o presidente da República teria 41,1%. Os demais teriam 26,2%, 5,9% e 5,6%, respectivamente. Já no cenário que troca o governador paulista pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o petista teria 40% e o filho do ex-presidente obteria 24,2%. Caiado teria 7,5% dos votos e o cantor, 5,2%.

Mais da metade dos brasileiros desaprovam o governo Lula

O governo Lula é desaprovado por 51,4% da população e aprovado por 45,9%. Essa é a segunda vez, desde dezembro do ano passado, que o índice negativo supera o positivo.

Os índices são piores na avaliação do governo: 46,5% dos brasileiros entrevistados avaliam a gestão como ruim ou péssima e 37,8% a avaliam como ótima ou boa. Já 15,6% classificam o governo como regular. Os números negativos superam os positivos nesse caso desde dezembro também.

De acordo com a AtlasIntel, os setores onde o governo Lula é mais mal avaliado são justiça e combate à corrupção (45% de péssimo), segurança pública (44% de péssimo) e carga tributária/facilidades para negócios (43% de péssimo). Já as áreas que a gestão se sai melhor são direitos humanos/igualdade racial (43% de ótimo), políticas sociais/redução da pobreza (38% de ótimo) e relações internacionais (37%).

A pesquisa também comparou a percepção do governo atual pela população em relação ao governo Bolsonaro. Para 48,5%, a gestão Lula é melhor que a de Bolsonaro, enquanto 45,8% preferem o governo do capitão reformado. Outros 5,7% não veem diferença.

No comparativo, o governo petista vai melhor em turismo, cultura e eventos (53% preferem a gestão atual), relações internacionais, políticas sociais e redução da pobreza e direitos humanos e igualdade racial (todos com 51% de preferência para a gestão petista). Já o governo Bolsonaro é mais bem-visto nos setores de responsabilidade fiscal (52%), carga tributária (49%) e segurança pública (48%).

Para os entrevistados, o maior erro do governo Lula foi o imposto sobre compras de até US$ 50 (70%) - seguido pela norma, depois revogada, para fiscalização sobre transações via Pix somando mais de R$ 5 mil no mês, mostrando a repercussão negativa do caso. Já os maiores acertos foram a retirada de garimpeiros das reservas indígenas e ambientais (72%) e o programa de renegociação de dívidas da população, o Desenrola (72%).

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.