Ex-jornalista do 'Jornal da Tarde', Yole Capri morre aos 89 anos

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Yole Capri Welch fez muitas coisas ao longo dos quase 90 anos de vida, iniciada em Curitiba (PR) em junho de 1931. Foi esposa, mãe de dois, avó de nove e bisavó de seis Mas, nesse meio tempo, também foi uma mulher que rompeu o casamento antes da Lei do Divórcio, trabalhou como atriz na TV e foi jornalista do Grupo Estado, numa época em que as redações ainda eram formadas majoritariamente por homens. Sempre por escolha própria, mesmo que a contragosto dos "bons costumes" da época. Yole morreu na quinta-feira, 25, após um período acamada por problemas de saúde.

Quem conta a história dela é o caçula, o ator Herson Capri, que atribui à mãe o título de "precursora do feminismo, mesmo que não soubesse disso". Para Herson, o legado que Yole deixa é o da força da mulher que se casou aos 15 anos, mas queria ser autossuficiente, e da coragem que teve para viver do jeito que quis.

Após se separar, Yole completou o segundo grau (atual ensino médio) e foi para São Paulo aos 24 anos buscar sua autonomia, se lançando no mercado de trabalho. "Rompeu com o casamento, com a família e com Curitiba", disse. Os meninos Everton e Herson ficaram com o pai, um funcionário do Banco do Brasil, na capital paranaense. As visitas da mãe eram frequentes, já que, no fim da década de 1950, ela comprou um carro e ia passar os fins de semana com os filhos. As férias também eram sempre com ela.

A entrada de Yole no mercado de trabalho foi por meio da TV OVC (Organizações Victor Costa), onde foi produtora e atriz de programas ao vivo, contou Herson. Já a chegada de Yole no Grupo Estado aconteceu por volta dos 35 de idade. "Depois, tentou trabalhar no Jornal da Tarde. Foi lá, bateu na porta e conseguiu, se tornou jornalista no Estadão começando como foca."

"Foca" é o termo utilizado para jornalistas em inicío de carreira, e o Jornal da Tarde era um jornal diário pertencente ao Grupo Estado que circulou de 1966 a 2012.

Com a imparcialidade do filho que admira a mãe, Herson disse que a escrita de Yole tinha uma fluência muito gostosa, que corria sem muitos ruídos. O primogênito, Everton, também foi colaborador do Estadão na mesma época que Yole. A reportagem gostaria de conversar com Everton sobre a relação profissional com a mãe, mas ele morreu em 2012. "É uma pena, ele falaria muito."

Ela também era autora do livro "O Analista Disse Não", em que narra suas sessões de análise com o terapeuta na época em que havia chegado em São Paulo. "Ela estava com uma tristeza profunda, não sei se era depressão. Estava com solidão e começou a pensar em desistir de tudo, sumir do mapa, e o analista disse 'não, siga sua vida'."

Yole pediu demissão do Jornal da Tarde para poder morar em Chicago, nos Estados Unidos, com seu novo marido, um americano diretor da multinacional de auditoria Arthur Andersen. Ela colaborou com mais alguns textos enquanto esteve fora, mas já sem vínculo profissional com o Grupo Estado. Após 12 anos em Chicago e muitas viagens depois, eles voltaram ao Brasil para viver em São Paulo na década de 1980. Yole ficou viúva em 1987.

Quando Herson foi para Verona, na Itália, pegar a certidão de nascimento do avô materno, um dos sobreviventes do naufrágio do navio Príncipe das Astúrias, ele descobriu que a grafia correta do sobrenome da família era Capra, e não Capri. "Para tirar a minha cidadania italiana e dos meus filhos, precisei trocar todo mundo pra Capra. Minha mãe trocou também, mas nunca usou. Ela era Capra só na certidão de nascimento corrigida e no passaporte italiano. Sempre fomos Capri."

Durante a vida, Yole precisou fazer umas três ou quatro cirurgias em cada joelho. A última cirurgia, feita nos Estados Unidos, foi a que durou mais, contou Herson. Mas a prótese começou a afrouxar e a dificultar o andar, até que ela teve uma queda violenta e ficou com uma fratura exposta no tornozelo. "Ela parou de andar, ficou acamada por dois anos e foi piorando, teve pneumonia e embolia, uma série de coisas, perdendo a visão, a audição. Essa vida parada foi dificultando, até que hoje ela... Ela mesma já falava: 'não quero mais, não está valendo a pena'", disse, emocionado.

"Mas ela viveu bem por muito tempo. Cuidou dos netos, ajudava a gente", emendou. "Ela sempre foi um bom papo, conversava sobre qualquer assunto."

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Uma passageira a bordo de um voo da Southwest Airlines que realiza o trajeto entre Houston para Phoenix, nos Estados Unidos, tirou a roupa e começou a gritar antes mesmo da aeronave decolar do aeroporto Aeroporto Hobby, em Houston.

O avião foi obrigado a voltar para o portão de embarque para que a passageira pudesse ser retirada, segundo a NBC News.

O caso ocorreu no dia 3 deste mês, segunda-feira da semana passada, e provocou muito tumulto e confusão, segundo a emissora.

A passageira foi retirada da aeronave por policiais e encaminhada para avaliação médica no Centro Neuropsiquiátrico do Hospital Harris Health Ben Taub.

O nome da passageira não foi relevado e ela não sofreu acusações formais. A companhia aérea emitiu uma nota dizendo se tratar de "problema com passageiro a bordo". "Nossas equipes entraram em contato com os clientes a bordo do voo para se desculpar pelo atraso em suas viagens", informa o comunicado da Southwest.

A reportagem da NBC News diz ainda que passageiros do voo relataram que a mulher começou a gritar e dizia ser bipolar antes de tirar toda a sua roupa. Ela batia com suas mãos em partes do avião, o que causou alvoroço dentro da aeronave.

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira uma ação judicial movida por procuradores-gerais republicanos de 19 estados, que tentava bloquear processos sobre mudanças climáticas contra a indústria de petróleo e gás em estados governados por democratas.

Os juízes atuaram em resposta a um esforço incomum dos republicanos para questionar, no Supremo Tribunal, o uso de tribunais estaduais pelos estados democratas para processar empresas de combustíveis fósseis, acusadas de enganar o público sobre os riscos de seus produtos, que contribuem para as mudanças climáticas.

Embora o Supremo Tribunal normalmente só ouça apelações, a Constituição concede ao tribunal a autoridade para julgar processos originais entre estados. Os juízes Clarence Thomas e Samuel Alito disseram que permitiriam que a ação seguisse adiante, por enquanto. Segundo Thomas, os juízes não têm discrição para rejeitar a queixa nesta fase, em um desacordo que não abordou o mérito da reclamação.

A queixa republicana, liderada pelo procurador-geral do Alabama, Steve Marshall, argumenta que os estados democratas estão tentando impor uma política nacional de energia, o que, segundo eles, elevaria o custo da energia em todo o país. O Supremo também rejeitou até agora apelações das empresas de energia que buscavam envolver os juízes na questão.

As ações movidas por dezenas de governos estaduais e locais alegam que as empresas de combustíveis fósseis enganaram o público sobre como seus produtos podem contribuir para a crise climática, e buscam bilhões de dólares em danos por fenômenos como tempestades severas, incêndios florestais e o aumento do nível do mar.

A ação republicana tinha como objetivo especificamente interromper processos movidos por Califórnia, Connecticut, Minnesota, New Jersey e Rhode Island. Somente o governo federal tem autoridade para regulamentar as emissões de gás interestaduais, e os estados não podem aplicar suas próprias leis a uma atmosfera global que ultrapassa suas fronteiras.

A delegação ucraniana liderada pelo presidente Volodmir Zelenski, chegou, nesta segunda-feira, 10, à Arábia Saudita, para uma cúpula com os Estados Unidos sobre futuras negociações para encerrar a guerra com a Rússia. Segundo membros do governo ucraniano, Kiev deve sugerir no encontro uma proposta para uma trégua no ar e no mar. O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, considerou a proposta promissora.

"São opções de cessar-fogo fáceis de implementar e monitorar", indicou um funcionário ucraniano de alto escalão à AFP.

Rubio, por sua vez, disse que a concessão, caso se concretize, será bem-vinda. "Não digo que seja suficiente, mas é o tipo de concessão que se necessita para pôr fim ao conflito", declarou.

Desde que o presidente Donald Trump retornou à Casa Branca em janeiro, os EUA têm se reaproximado da Rússia de Vladimir Putin. Como parte de sua agenda para pôr fim à guerra, o republicano abriu negociações com o Kremlin sem incluir ucranianos e europeus e pressionou Kiev a ceder direitos de exploração sobre suas riquezas minerais para custear a ajuda militar americana ao país.

Antes do carnaval, Trump e Zelenski se reuniram na Casa Branca para assinar o acordo mineral, mas os dois se desentenderam sobre o papel da Rússia no conflito e bateram boca em pleno Salão Oval. Após a reunião, Washington suspendeu a ajuda militar e parou de compartilhar dados de inteligência com Kiev. Nos últimos dias, já sem essas informações, a Ucrânia sofreu pesados ataques russos dentro do país e na área que ocupa em Kursk, dentro da Rússia.

Segundo uma fonte do governo ucraniano, se os Estados Unidos continuarem omitindo as informações de inteligência de Kiev, a Rússia ganhará uma "vantagem significativa" no campo de batalha. O chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Sirski, anunciou nesta segunda-feira que Kiev vai "reforçar" o contingente militar que luta na Rússia.

Enquanto isso, no front de batalha, forças russas estão tentando cruzar a fronteira e se firmar na província ucraniana de Sumy, à medida que avançam em uma contraofensiva com o objetivo de eliminar a última posição de Kiev na região russa de Kursk. Andrei Demchenko, porta-voz da guarda de fronteira do estado ucraniano, disse à televisão nacional que as forças russas estavam tentando avançar em torno da aldeia ucraniana de Novenke e cortar as linhas de abastecimento.

"Essas são pequenas unidades de assalto, compostas por poucas pessoas. Eles tentam penetrar em nosso território, acumular forças e avançar ainda mais na Ucrânia, provavelmente para cortar as rotas logísticas", disse ele.

Embora Moscou esteja tentando expulsar as forças ucranianas desde agosto, depois que Kiev tomou cerca de 1.000 km² do território russo em um ataque surpresa, um grupo de especialistas observou que sua taxa de sucesso melhorou drasticamente nos últimos dias.

Na arena diplomática, Zelenski ainda tenta reatar os laços com Trump. O mandatário ucraniano, que também se encontrará com o príncipe herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, acrescentou que a Ucrânia busca "a paz desde o primeiro segundo da guerra". "Sempre dissemos que a única razão da guerra continuar é a Rússia", disse ele em seu canal no Telegram.

De acordo com o enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, a reunião deve definir uma estrutura para um acordo de paz e um cessar-fogo inicial entre Rússia e Ucrânia, após mais de 3 anos de conflito.

Segundo com a revista britânica The Economist, a Ucrânia provavelmente avisará que não aceitará nenhum acordo que limite sua capacidade de rearmamento, que a force a reconhecer os territórios ocupados por Moscou como parte da Rússia ou que interfira na política interna ucraniana. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)