Candidata em SP usou fundo de campanha para compra de perfumes, crepes, festa e chuteira

Política
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O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a impugnação das contas da candidata a vereadora em São Paulo Alessandra Marques Martins da Costa, a Ale Marques (Podemos), por indícios de desvios do fundo de campanha nas eleições municipais de 2024 e de fraudes nas informações prestadas à Justiça Eleitoral.

O Estadão pediu manifestações da candidata e do Republicanos, o que não havia ocorrido até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

Ale Marques recebeu R$ 100 mil do fundo de financiamento de campanha. Ela teve apenas 108 votos no pleito do ano passado. Segundo o Ministério Público, a então candidata usou o dinheiro para cobrir despesas pessoais. O órgão pediu à Justiça Eleitoral que ela seja condenada a devolver os recursos.

"Constata-se que a impugnada desviou, em benefício próprio e de terceiros, recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas eleitorais e apresentou informações falsas à Justiça Eleitoral, inclusive envolvendo pessoas inocentes", diz um trecho do parecer enviado pelo promotor de Justiça Silvio Antônio Marques à 6.ª Zona Eleitoral de São Paulo.

O MPE também compartilhou documentos do caso com a Polícia Federal, que abriu uma investigação na esfera criminal.

Por exemplo, a candidata declarou, na ocasião, um gasto de R$ 458,99 em uma loja de tênis. Segundo a prestação de contas, o dinheiro foi investido em camisetas para a equipe de campanha. A nota de compra contradiz a informação. O cupom fiscal é referente a materiais esportivos, como chuteiras e tênis.

Ale Marques também declarou uma despesa de R$ 770,00, supostamente referente a artigos de papelaria, em uma loja que na verdade vende cosméticos e perfumes.

As contas de campanha contemplam ainda R$ 1.156,00 por "serviços de militância e mobilização de rua". A mulher que recebeu o pagamento negou ter sido cabo eleitoral da vereadora. Afirmou que na verdade fez a decoração da festa de aniversário do filho dela.

Em depoimento, a decoradora disse que Alessandra pediu que ela assinasse um contrato de cabo eleitoral para justificar o pagamento, mas ela rejeitou a proposta.

"Em resumo, além da declaração falsa, a impugnada ainda tentou cooptar Eliana Silva para que assinasse um instrumento contratual com declarações falsas e criminosas. Tais tratativas, inclusive, foram bem retratadas via aplicativo de mensagens WhatsApp", afirma o MP.

Outra fornecedora da festa consta da lista das despesas de campanha. É uma representante de uma loja de crepes, que recebeu R$ 1,9 mil.

O Ministério Público Eleitoral concluiu que o dinheiro público foi "usado criminosamente para benefício próprio" da candidata.

As suspeitas chegaram ao conhecimento das autoridades depois que um primo de Alessandra procurou o Ministério Público para denunciá-la. Em depoimento, ele afirmou que a candidata "tem provocado familiares com mensagens e ligações, ostentando valores".

A mãe de Alessandra também foi ouvida. Ela disse que ficou "decepcionada" com a filha e que decidiu prestar depoimento por "dever cívico" e para tentar "fazer com que sua filha enxergue valores sociais e familiares".

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