Juíza veta folia de carnaval de R$ 6,5 mi enquanto prefeitura na BA não pagar servidores

Política
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A Vara Cível de Correntina, no interior da Bahia, determinou a suspensão do orçamento de R$ 6,5 milhões para as festas de carnaval enquanto o município não pagar os salários atrasados dos servidores. A decisão considera que a nova gestão da prefeitura adotou uma conduta 'omissiva' em relação às obrigações financeiras assumidas na gestão anterior. Segundo os autos, mais de 2 mil servidores estão com o salário de dezembro e o décimo terceiro atrasados. A prefeitura alegou que não recebeu a folha de pagamentos da gestão anterior.

O Ministério Público afirma em ação que não é razoável dispor de R$ 6,5 milhões das contas municipais para festejos enquanto Correntina está sob calamidade administrativa.

Localizada no oeste da Bahia, a quase mil quilômetros da capital, Correntina, com cerca de 32 mil habitantes, encontra-se sob estado de calamidade administrativa desde o dia 2 de janeiro, por decreto do novo prefeito da cidade, Walter Mariano Messias de Souza (União Brasil).

De acordo com a prefeitura, a gestão anterior não entregou as informações e documentos das obrigações financeiras firmadas, como a folha de pagamento dos servidores.

Para a juíza Bruna Sousa de Oliveira a prefeitura agiu com desinteresse em honrar os compromissos da municipalidade, uma vez que os dados relativos à folha de pagamento estão disponíveis no site da transparência de Correntina e no site do Tribunal de Contas dos Municípios.

A magistrada entende que a atual gestão adotou uma conduta 'omissiva' e impôs uma multa pessoal ao prefeito de R$ 50 mil por dia, em caso de descumprimento da ordem judicial.

"Infligir aos servidores situação constrangedora de passar pelas festividades de carnaval, custeadas com montante vultoso de recursos públicos, sem a percepção devida do salário de dezembro de 2024 e do décimo terceiro, é um ato grave e pernicioso ao ponto de ofender a dignidade humana", destacou Bruna.

A decisão acolhe pedido do Ministério Público da Bahia para proibir o uso do orçamento municipal na contratação de artistas, montagem de estruturas de espetáculos e publicidade de carnaval enquanto perdurar a calamidade pública e o atraso nos salários dos servidores municipais.

Por meio de uma ação civil pública, a Promotoria afirma que não é razoável dispor de R$ 6,5 milhões das contas municipais para festejos enquanto Correntina está sob calamidade administrativa.

Na ação, a prefeitura alega que tem cumprido todas as obrigações financeiras correntes com o início da nova gestão, sustentando regularidade nos serviços de saúde e limpeza pública.

Segundo a prefeitura, o estado de calamidade administrativa foi decretado para 'reestruturar alguns órgãos e equipamentos públicos', o que não representaria uma situação de emergência financeira.

A juíza pondera que o decreto municipal tinha repercussões financeiras, ao prever a redução de despesas de custeio, a suspensão de vantagens administrativas aos servidores e a suspensão do atendimento presencial ao público.

Ela destaca uma conduta contraditória, com um comprometimento na redução de gastos com os servidores e um elevado investimento para movimentar o carnaval.

"Os motivos usados como fundamento determinante para o decreto de calamidade administrativa, com implicações de ordem financeiro-orçamentária, não correspondem ao comportamento posterior de colocar à disposição a vultuosa quantia de R$ 6.528.600,00 para as festividades de carnaval", adverte.

Nesse sentido, a decisão também pontua que, além de ter acesso nos portais de transparência aos dados dos servidores que não receberam os salários, a atual gestão sequer pleiteou o fornecimento das informações sobre a folha de pagamentos pelas vias administrativas ou judiciais.

"A conduta omissiva também gera responsabilidade ao novo gestor, uma vez que o comando da administração municipal agora lhe incumbe e ele deve zelar pelo cumprimento dos compromissos assumidos e obrigações herdadas da gestão passada, em razão da observância do princípio da continuidade da administração e da probidade administrativa", afirma a juíza.

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Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press