Bolsonaro acredita que Câmara tem votos para anistiar condenados do 8/1

Política
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O ex-presidente almoçou nesta terça-feira, 18, com a bancada do seu partido no Senado, e afirmou que aprovar a anistia dos presos do 8 de Janeiro é prioridade. Os senadores do PL e do Novo se reúnem para um almoço toda terça-feira na Casa; desta vez, o encontro teve a presença de Bolsonaro. A conversa serviu para traçar estratégias sobre as pautas da oposição.

O encontro ocorreu em meio à expectativa da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente no caso da tentativa de golpe de Estado.

Na saída da reunião, o ex-presidente se irritou com perguntas sobre se tornar alvo de uma acusação formal da PGR e respondeu que espera "ter acesso aos autos", em referência ao processo que corre em sigilo. "Olha para a minha cara, o que tu acha? Eu não tenho preocupação com as acusações, zero", afirmou.

Bolsonaro disse que, após conversar com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a quem vinha direcionando críticas pela presença da legenda no governo Lula, avaliou já ter apoio suficiente na Câmara para aprovar a anistia. Ele não mencionou a viabilidade de passar a proposta no Senado.

"Há dez dias eu conversei com o Kassab. O que eu sinto conversando com parlamentares como os do PSD, a maioria votaria favorável. Acho que na Câmara já tem quórum para aprovar a anistia", declarou o ex-presidente a jornalistas.

Ficha Limpa

Indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe e condenado à inelegibilidade pela Justiça Eleitoral por ataques à democracia, Bolsonaro afirmou que seu caso poderia ser resolvido com uma revisão da Lei da Ficha Limpa, sem a necessidade de um projeto de lei que abrisse caminho para beneficiá-lo.

"Não é anistia o meu caso. O meu caso é mudar a Lei da Ficha Limpa. Deixa amadurecer um pouquinho mais. O pessoal está entendendo que a Lei da Ficha Limpa é usada para perseguir a direita, só isso", declarou o ex-chefe do Executivo. O Estadão mostrou, no entanto, que vetos da Lei da Ficha Limpa atingiram igualmente candidatos de PT e PL nas eleições de 2024.

Redução

Parlamentares alinhados a Bolsonaro passaram a defender a diminuição do prazo de inelegibilidade determinado pela Ficha Limpa, de oito anos para dois anos subsequentes ao pleito em que ocorreu um crime de abuso de poder econômico ou uso indevido dos meios de comunicação. A revisão beneficiaria o ex-presidente, que até 2030 não pode concorrer a nenhum cargo público eletivo. Ontem, Bolsonaro retomou os ataques à legislação de combate à corrupção.

O senador Marcos Rogério (PL-RO), presente no almoço, disse que "não dá para determinar" agora se há votos suficientes para a anistia avançar no Congresso, e que é preciso convencer o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o projeto.

Bolsonaristas buscam sensibilizar parlamentares e autoridades sobre o que julgam ser um excesso na dosimetria das penas. Argumentam que manifestantes foram condenados no 8 de Janeiro com penas superiores a punições dadas a criminosos mais perigosos.

"O que vai pesar muito na discussão desse projeto da anistia vai ser a proporcionalidade. Mesmo alguém de centro ou esquerda, quando olha para uma situação de uma pessoa que foi lá, riscou uma estátua com batom e pega uma pena pesada que nem traficante pega, essa pessoa não tem como desconsiderar o fato de que isso é desproporcional", afirmou Marcos Rogério.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O secretário de Estados dos EUA, Marco Rubio, disse nesta terça, 11, que a Ucrânia deu um passo positivo ao aceitar o cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos e espera que os russos retribuam. "A bola agora está no campo da Rússia em relação à paz na Ucrânia".

Rubio declarou à jornalistas que o único jeito de sair da guerra é com uma negociação e que o cessar-fogo "é um início para as discussões de como acabar com a guerra de forma permanente".

Em coletivo junto ao secretário de Estado, o assessor de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, afirmou que irá falar com seu homólogo russo nos próximos dia.

Sobre prazos para assinatura de um acordo, Waltz e Rubio disseram que querem realizá-lo o mais cedo possível.

O Hamas anunciou nesta terça-feira, 11, o início das negociações com Israel e um representante dos Estados Unidos para a segunda fase de um cessar-fogo na Faixa de Gaza. "Esperamos que esta rodada traga avanços significativos para o início da próxima fase das negociações, pavimentando o caminho para o fim da agressão, a retirada da ocupação de Gaza e a conclusão de um acordo de troca de prisioneiros", afirmou o grupo.

O Hamas também declarou que o governo dos EUA, sob a liderança de Donald Trump, é responsável "politicamente, legalmente, humanitariamente e moralmente" pelo apoio irrestrito ao governo de ocupação extremista de Israel, que, segundo o grupo, comete crimes de assassinato e deslocamento forçado contra o povo palestino.

Em um comunicado, o movimento exigiu que a comunidade internacional, junto a organizações humanitárias e de direitos humanos, pressione Israel para interromper as "graves violações" que, segundo o Hamas, podem "ameaçar" a segurança e a estabilidade na região e no mundo.

O primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, alertou nesta terça, 11, sobre uma possível "recessão Trump" e afirmou que não "hesitará" em interromper as exportações de energia elétrica para os Estados Unidos, caso o republicano continue a "prejudicar famílias canadenses".

Em entrevista à CNBC, Ford declarou: "Se entrarmos em uma recessão, ela será chamada de recessão Trump". Ao ser questionado sobre a possibilidade de paralisar as exportações de eletricidade, ele acrescentou: "Essa é a última coisa que eu quero fazer. Eu quero enviar mais eletricidade para os EUA, para nossos aliados mais próximos ou nossos melhores vizinhos do mundo. Quero enviar mais eletricidade."

No entanto, Ford destacou que a energia é uma "ferramenta em nosso arsenal" no contexto da guerra comercial promovida por Trump. "À medida que ele Trump continua prejudicando as famílias canadenses, as famílias de Ontário, eu não hesitarei em fazer isso. Essa é a última coisa que eu quero fazer", completou.

As declarações de Ford ocorreram após Trump anunciar uma tarifa adicional de 25% sobre o aço e alumínio canadenses, elevando a taxa para 50%, em resposta à sobretaxa de 25% imposta por Ontário sobre a eletricidade exportada para os EUA.