Relembre as vezes que Lula disse que não demitiria Nísia do Ministério da Saúde

Política
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Nísia Trindade foi demitida do Ministério da Saúde nesta terça-feira, 25, após uma "fritura" nos últimos meses, acarretada por insatisfações do Congresso, de integrantes do governo e do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que cobrava uma marca forte da pasta. No ano passado, Nísia já havia enfrentado pressões para deixar o cargo, mas foi blindada por Lula.

Em 2024, as investidas para tirar a ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz de um dos ministérios mais cobiçados, com um orçamento de R$ 239,7 bilhões, vinham do Centrão, sobretudo do então presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e também de dirigentes do próprio PT, como o então deputado Washington Quaquá (RJ), vice-presidente do partido e atual prefeito de Maricá (RJ).

Em julho do ano passado, Lula se manifestou contra essas pressões, afirmando que alguns ministros eram "intocáveis". Na época, durante a cerimônia de sanção do novo Mais Médicos, no Palácio do Planalto, ele se referiu a Nísia como "minha ministra".

"Eu tenho muito orgulho de ter escolhido a Nísia como ministra da Saúde [...] E, portanto, ela tem uma função a cumprir, sabe que única perspectiva de sair é se não cumprir a função correta dela. Isso vale para mim, para todo mundo", disse Lula.

Na mesma época, o presidente chegou a ligar para Nísia em meio aos rumores sobre sua substituição. Lula garantiu que ela permaneceria no cargo "até quando eu quiser". Durante a Conferência Nacional de Saúde em Brasília, Lula defendeu a permanência dela dizendo que foi preciso "uma mulher para fazer mais e fazer melhor".

"Na semana passada, eu liguei para Nísia. Eu tinha visto uma nota, uma pequena nota no jornal, que tinha alguém reivindicando o Ministério da Saúde. Eu fiz questão de ligar para a Nísia, porque eu ia viajar para fora do Brasil. Eu disse: 'Nísia, vá dormir e acorde tranquila porque o Ministério da Saúde é do Lula, foi escolhido por mim e ficará até quando eu quiser' [...] Tive muita sorte com meus ministros da Saúde, mas precisou uma mulher para fazer mais e fazer melhor", disse na ocasião.

Quando a ministra buscava resolver a crise na rede de atendimento no Rio de Janeiro, que há vários anos envolve loteamento de cargos entre partidos e denúncias de corrupção, Lula pediu à Nísia: "cuide da gestão e se preserve. Da política a gente cuida".

No último mês, o presidente esteve no Rio e, mais uma vez, fez acenos à ministra ao defender a reestruturação dos hospitais federais, em meio às discussões sobre a reforma ministerial.

"A única razão que me faz estar aqui é porque ninguém é dono de hospital. Médico não é dono, enfermeiro não é dono, sindicalista não é dono de hospital [...] não podemos permitir que político, seja senador ou deputado e vereador, mande em hospitais. Isso aqui não é comitê eleitoral de ninguém. Aqui as pessoas vêm para serem atendidas com respeito", afirmou o petista.

O presidente tentou ainda reformular a comunicação da pasta, chamando um marqueteiro para ajudar na gestão de Nísia às vésperas da reforma ministerial. O pedido de Lula era para que o ministério tivesse mais entregas para mostrar iniciativas de peso na gestão do petista.

Lula enfrenta a queda na popularidade, que atingiu o pior índice dos seus três mandatos na Presidência. A aprovação do governo Lula chegou a 24%, segundo o último levantamento do Datafolha. Nesta segunda-feira, 24, Lula fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão e mencionou o programa Farmácia Popular.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu não saber de onde virão os recursos para bancar os bônus de US$ 10 mil prometidos a controladores de voo que permaneceram trabalhando durante a paralisação do governo federal. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 10.

No mesmo dia, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para encerrar a paralisação governamental mais longa da história do país, que chegou a 41 dias. "Não sei. Vou conseguir de algum lugar. Sempre consigo dinheiro de algum lugar. Não importa", afirmou Trump em entrevista à apresentadora Laura Ingraham, da Fox News.

Mais cedo, o presidente havia proposto o pagamento dos bônus como forma de reconhecer os profissionais que não faltaram ao trabalho, mesmo sem receber salários há mais de um mês. A paralisação levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a reduzir o tráfego aéreo em 40 dos principais mercados do país.

Trump já havia redirecionado recursos de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono para garantir o pagamento de salários de militares durante a paralisação. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou há pouco que "foi uma honra" receber Ahmed Hussein al-Sharaa, o novo presidente da Síria, na Casa Branca nesta segunda-feira, 10.

Trump disse que ambos discutiram todas as complexidades da paz no Oriente Médio, da qual, segundo ele, al-Sharaa é um grande defensor.

"Estou ansioso para nos encontrarmos e conversarmos novamente. Todos estão falando sobre o Grande Milagre que está ocorrendo no Oriente Médio. Ter uma Síria estável e bem-sucedida é muito importante para todos os países da região", escreveu o republicano na Truth Social.

Em comunicado conjunto, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) propuseram aprofundar a cooperação em energia renovável, segurança alimentar, inovação tecnológica, intercâmbios culturais e outros campos.

O comunicado também reafirma que ambos os lados aderem aos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, especialmente a igualdade soberana dos Estados, o respeito pela integridade territorial e independência política, a não interferência nos assuntos internos de outros países e a resolução pacífica de disputas.

"O Roteiro avançará nossos compromissos compartilhados e acelerará a cooperação em ação climática e proteção ambiental, transição energética e interconexões regionais, impulsionando o comércio e os fluxos econômicos e a resiliência, além de aprofundar nossos esforços conjuntos para combater o crime organizado transnacional", pontuou o documento.

A Cúpula Celac-UE aconteceu entre domingo e hoje, em Santa Marta, na Colômbia.