Bolsonaro recua de ideia de 'único ato' e marca protesto por anistia na Paulista

Política
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recuou da ideia de um "único ato" em Copacabana, no Rio de Janeiro, e convocou para 6 de abril um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, em prol da anistia.

Além do ex-presidente, o pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, organiza a manifestação. O protesto no Rio de Janeiro segue marcado para 16 de março.

O ex-secretário de Comunicação Social do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten, afirmou no X (antigo Twitter) que havia ordem "expressa" do ex-presidente para que os esforços da oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fossem centrados em um protesto no Rio.

Nesta quarta-feira, 26, porém, Malafaia divulgou um comunicado convocando apoiadores do ex-presidente para a Avenida Paulista. Mas na nova data. Em vídeo ao lado de aliados, compartilhado pelo pastor, o ex-presidente diz: "A nossa pauta: anistia e liberdade de expressão. Até lá, se Deus quiser".

A anistia defendida por Bolsonaro se refere aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Há projetos na Câmara e no Senado para perdoar condenações criminais de vândalos que depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. A proposta mais avançada tramita na Câmara e aguarda análise de uma comissão especial, que ainda não foi instalada.

Os efeitos de uma lei aprovada nesse sentido poderiam, em tese, beneficiar o ex-presidente. Ainda é incerto que eles se aplicariam ao caso de Bolsonaro, mas ele tem se mobilizado para articular uma possível aprovação.

Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito da tentativa de golpe. O ex-presidente foi denunciado por cinco crimes que, somados, podem condená-lo a condenado a mais de 43 anos de prisão, consideradas as penas máximas para cada delito e os agravantes.

Em nota, a defesa de Jair Bolsonaro rebateu a denúncia da PGR chamando-a de "inepta", "precária" e "incoerente". Os advogados do ex-presidente também alegam que a denúncia é baseada em um acordo de colaboração "fantasioso" do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

A Paulista já foi o local de um protesto a favor do ex-presidente em 25 de fevereiro de 2024, duas semanas depois da deflagração da Operação Tempus Veritatis, que integrou a investigação a tentativa de golpe. Em 7 de setembro do ano passado, aliados de Bolsonaro voltaram a realizar uma manifestação no local.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje a revogação das concessões concedidas ao regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, por meio de um acordo sobre petróleo firmado durante o governo de Joe Biden. Assinado em 26 de novembro de 2022, o acordo tinha como objetivo principal a retomada parcial das atividades de exploração de petróleo na Venezuela, com a Chevron, uma das maiores petroleiras dos EUA, entre as beneficiadas. Em contrapartida, o regime de Maduro se comprometeria a implementar reformas políticas, incluindo a realização de eleições livres e justas, além da libertação de prisioneiros políticos.

"Estamos, por meio deste, revertendo as concessões que o desonesto Joe Biden fez a Nicolás Maduro", escreveu Trump em seu perfil na Truth Social. De acordo com o republicano, o regime venezuelano não cumpriu as condições estabelecidas, especialmente no que diz respeito à realização de eleições democráticas e à devolução de "criminosos violentos enviados ao nosso país". Trump afirmou que Maduro não tem cumprido a promessa de retornar esses "criminosos com a rapidez com que haviam acordado".

Em sua publicação, Trump também anunciou a decisão de encerrar o que chamou de "ineficaz e não cumprido 'Acordo de Concessão' de Biden". O presidente americano determinou que o acordo será encerrado na data da opção de renovação prevista para 1º de março de 2025.

O Escritório de Administração e Orçamento dos Estados Unidos e o Escritório de Gestão de Pessoal solicitaram de maneira conjunta que as agências federais enviem "planos de reorganização" e se preparem para iniciar demissões em larga escala, a pedidos do presidente do país, Donald Trump, segundo memorando divulgado nesta quarta-feira, 26.

No documento, é mencionado que o governo federal é "caro, ineficiente e profundamente endividado" e não está produzindo resultados, o que exige que a medida seja colocada em prática. "O dinheiro dos impostos está sendo desviado para financiar programas improdutivos e desnecessários que beneficiam grupos de interesse radicais enquanto prejudicam cidadãos americanos trabalhadores", justifica a nota.

O comunicado cita que o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) instruiu as agências a "eliminar o desperdício e o inchaço" dos trabalhadores, como parte da "transformação crítica da burocracia federal".

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) informou nesta quarta-feira, 26, que, em 8 de fevereiro, o Irã possuía 274,8 quilos de urânio enriquecido em até 60% - material é "quase adequado" para armas -, um aumento de 92,5 quilos desde o último relatório do órgão de vigilância nuclear em novembro, quando foi registrado um estoque de 182,3 quilos. A alta da produção iraniana acontece à medida que as tensões entre Teerã e Washington se intensificam após a eleição do presidente dos EUA, Donald Trump.

"O aumento significativo da produção e acumulação de urânio altamente enriquecido pelo Irã, o único Estado sem armas nucleares a produzir tal material nuclear, é uma preocupação séria", afirmou o documento. Segundo a AIEA, aproximadamente 42 quilos de urânio enriquecido a 60% são "teoricamente suficientes" para produzir uma bomba atômica, se enriquecidos ainda mais para 90%.