Lula diz que demitiu Nísia porque precisa de 'mais agressividade na política'

Política
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O presidente Lula disse nesta quinta-feira, 27, que demitiu Nísia Trindade do comando do Ministério da Saúde porque precisa de mais "agressividade na política". O petista afirmou ser "amigo pessoal" da agora ex-ministra, a quem chamou de "companheira de alta qualidade".

"A Nísia é uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal, mas eu estou precisando de um pouco mais de agressividade na política. O governo tem que aplicar mais agilidade, mais rapidez e, por isso, estou fazendo algumas trocas", afirmou Lula em entrevista à TV Record Litoral e Vale.

Lula demitiu Nísia nesta terça-feira, 25, após uma "fritura" de meses, motivada por insatisfações do Congresso, de integrantes do governo e do próprio presidente, que cobrava uma marca forte da pasta. No ano passado, Nísia já havia enfrentado pressões para deixar o cargo, mas foi blindada pelo petista, que chegou a pedir à ex-ministra: "Cuide da gestão e se preserve. Da política, a gente cuida."

O presidente anunciou Alexandre Padilha, que comanda a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), para assumir o cargo de Nísia. Durante a entrevista, Lula assumiu já ter o nome do substituto para Padilha na SRI, mas disse que ainda não conversou com a pessoa. O cargo agora é visado por integrantes do Centrão, que antes cobiçavam o Ministério da Saúde, e até mesmo por membros do PT.

"Eu já tenho a pessoa escolhida, mas eu não posso avisar porque eu não conversei com a pessoa ainda. Então, eu não quero que a pessoa saiba que ela vai ser ministro ou que ele vai ser ministro pela Record. Eu quero que ele saiba da minha boca", afirmou o presidente.

Pressionado pela queda de popularidade, Lula falou sobre a reforma ministerial, e disse ter muito cuidado ao fazê-la. "Você sabe, um técnico de futebol, quando ele tem que tirar um e colocar outro, sabe? Normalmente, o que sai, sai de cara feia, o que entra sabe que tem que fazer melhor do que ele. E como eu tenho um time muito coeso, as pessoas são muito decentes comigo".

Após a demissão, Nísia fez uma despedida para servidores da pasta e afirmou que a saída da Esplanada não a "diminui em nada". "O governo pode ser pensado como um grande time ou orquestra, e o técnico desse time tem todas as bases e os elementos para definir que perfil, que jogador ele quer no momento, no segundo tempo. Isso não me diminui em nada", disse a ex-ministra.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já embarcou de volta ao Brasil. A previsão é que Lula desembarque em Belém (PA) por volta das 19h30.

O presidente viajou a Santa Marta, na Colômbia, para participar da cúpula Celac-União Europeia neste domingo. O compromisso foi rápido. Lula chegou em Santa Marta por volta das 11h30, participou da reunião e já embarcou de volta a Belém.

Na segunda-feira, 10, ele participa da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.