Humberto Costa assume PT e diz que prioridade é reeleger Lula

Política
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O senador Humberto Costa assumiu nesta sexta-feira, 7, a presidência do PT como interino no lugar de Gleisi Hoffmann, que tomará posse como ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais na próxima segunda-feira, 10. Após ser aclamado, Humberto disse que o principal desafio do partido é reverter a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e construir a unidade interna.

"Vamos contribuir para ultrapassar esse momento de dificuldade que estamos vivendo em termos de popularidade do governo e unir o PT para o processo de eleição direta, com voto dos filiados, em julho", afirmou o senador. "Será um grande processo de renovação para chegarmos às eleições de 2026 com nosso presidente candidato a novo mandato."

Na despedida, Gleisi chorou. "Eu saio da presidência do PT, mas o PT não sai de mim", disse ela, com a voz embargada, na reunião da Executiva Nacional do partido. Gleisi comandava o PT desde julho de 2017. Durante o encontro de ontem houve 32 manifestações de dirigentes em homenagem à futura ministra, que também vai se licenciar do cargo de deputada federal.

Gleisi destacou, ainda, a importância dos partidos aliados na base de sustentação do governo no Congresso. Quando estava no comando do PT, ela fazia muitas críticas ao Centrão, principalmente por causa da "influência desmedida" desse bloco sobre o Palácio do Planalto, e sempre foi considerada radical.

Gratidão

Gleisi recebeu uma placa de agradecimento dos colegas. "Sob sua firme e corajosa condução, o PT seguiu forte na luta pelos direitos do povo brasileiro, na defesa da soberania nacional e na construção de um País mais justo e igualitário", escreveram representantes de Secretarias do partido.

Humberto convocará o Diretório Nacional em até 60 dias. É uma exigência do estatuto, em caso de renúncia ou licença do presidente, para oficializar o nome do substituto. No dia 6 de julho, o PT promoverá eleições diretas para renovar sua direção em todo o País.

A exemplo de Lula, que enfrenta o pior período de todos os seus mandatos, o PT vive uma crise, dividido em várias alas que não se entendem sobre os rumos do partido e do governo. Como mostrou o Estadão, há os que pregam uma guinada à esquerda e outros que defendem a necessidade de diálogo com todos os setores para pôr fim à polarização no País.

O ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva é o favorito de Lula para comandar o PT a partir de julho, mas sua candidatura tem enfrentado resistências em seu próprio grupo político justamente por ele propor mais diálogo e menos enfrentamento. Com o racha, uma ala do PT quer agora que Humberto entre na disputa com Edinho, em julho, mas, até o momento, ele não manifestou interesse nesse duelo.

Compromisso

"O meu compromisso é de um mandato-tampão, até para que eu possa cumprir a minha principal responsabilidade, que é a de tentar fazer com que esse processo de eleição interna se dê de forma democrática e seja de mobilização nacional dos nossos filiados", disse Humberto. "Queremos fortalecer já o partido para a disputa de 2026."

Na reunião da Executiva Nacional do PT, ontem, apenas a tendência Articulação de Esquerda abriu divergência sobre o método de escolha de Humberto. Natália Sena, representante da corrente, registrou em ata que a prerrogativa de escolher o sucessor de Gleisi deveria caber, desde já, ao Diretório Nacional, uma vez que o PT tem cinco vice-presidentes, sem hierarquia entre eles. Humberto é um desses nomes.

"A convocação de uma reunião da Executiva do PT para homologar um nome escolhido pela CNB (corrente Construindo um Novo Brasil) não é um 'gesto nobre'; na verdade, é um método equivocado (...). Não ter feito isto é também revelador da concepção de partido que prevalece na atual maioria", criticou a dirigente.

A indicação de Humberto para assumir o PT como interino foi decidida na noite da última quinta-feira, em reunião da CNB, que é majoritária no partido. Não houve votação sobre a escolha na reunião da Executiva. A CNB é a tendência de Lula, Gleisi, Humberto, Edinho e da maior parte dos ministros do PT que integram a Esplanada, como Fernando Haddad (Fazenda).

Na Câmara

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), também é um dos vice-presidentes do partido e chegou a ter o nome citado para a vaga de Gleisi, mas o grupo de Lula optou por Humberto. Ao que tudo indica, Guimarães permanecerá como líder do governo na Câmara. "Nosso sentimento é que a continuidade dele nessa função é boa para o PT", avaliou o presidente em exercício do partido.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Genocídio

O governo israelense afirma que está lutando uma guerra existencial e garante cumprir com o direito internacional. Israel alega que as acusações de genocídio são antissemitas. "A alegação de Israel de que terroristas do Hamas ou membros de outros grupos armados palestinos estavam presentes em instalações médicas ou civis, frequentemente feita sem fornecer qualquer evidência, não pode justificar ou explicar tal destruição generalizada e sistemática", afirma o relatório da B'Tselem.

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Assim como outros grupos de defesa dos direitos humanos, a B'Tselem e a PHR não foram autorizadas a entrar em Gaza durante a guerra. Seus relatórios têm como base relatos, documentos e análises de especialistas jurídicos.

Destruição

O relatório da PHR afirma que Israel cometeu pelo menos três atos que definem o genocídio no direito internacional, incluindo "infligir a determinado grupo condições deliberadas para provocar sua destruição física total ou parcial." "Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão," afirmou Shalev.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.