Briga pela relatoria do Orçamento e PL travam definição nas comissões da Câmara

Política
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As disputas sobre quem vai ficar com a relatoria do Orçamento de 2026 e as escolhas prioritárias do PL impediram a definição das comissões permanentes na Câmara, que deveria ocorrer na manhã desta quinta-feira, 13. A reunião entre as lideranças, que deveria dar um ponto final no tema, terminou sem acordo.

As indefinições atrasaram os planos do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que pretendia instalar as comissões ainda nesta semana. No encontro desta quinta, Motta fez uma última chamada, determinando que os partidos devem entregar uma lista com as comissões desejadas e as indicações dos presidentes na próxima terça-feira, 18.

Um acordo prévio estabelecia que a relatoria do Orçamento de 2026 deve ficar com o MDB, enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) seria presidida por um deputado do União Brasil. Porém, o União se movimenta para conseguir ficar à frente da lei orçamentária, que é estratégica por definir as cifras do fundo eleitoral para os pleitos de 2026.

O líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), afirmou ao sair da reunião de líderes que a questão da relatoria do Orçamento está sobre um "debate intenso". Além de Motta, ele está conversando com o líder do MDB, Isnaldo Bulhões Jr. (AL), para atingir um consenso.

"Está um debate intenso, o União tem interesse na relatoria. A gente está dialogando com a bancada, com o presidente Hugo e com os outros líderes. A primeira coisa é a gente colocar o diálogo na frente. O líder Isnaldo é um grande amigo e a gente vem dialogando. Ele me falou da importância da relatoria para eles, e eu falei da importância para a gente", afirmou o líder do União.

Outro motivo que atravancou a definição das comissões foram as escolhas do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido tem a maior bancada da Casa, com 92 deputados, e deve escolher seis das 31 comissões permanentes. Além disso, a sigla poderá escolher as duas primeiras.

A primeira escolha do PL deve ser a Comissão de Relações Exteriores (Creden), que terá como indicação a presidente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP). Eduardo, que vem fazendo articulações com políticos aliados do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode ganhar capital político nas idas ao exterior.

No território americano, o filho do ex-presidente tem pressionado o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao endossar a narrativa de que o pai é um "perseguido político". Ele também está articulando, junto a integrantes do governo americano, a aprovação de um projeto de lei para tentar vetar a entrada do ministro Alexandre de Moraes, do STF, naquele país.

O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (PT), disse que não aceitará o nome de Eduardo por avaliar que a liderança dele sobre o colegiado vai criar uma crise institucional com o STF. Em resposta, Sóstenes disse que o partido de Lula não pode influenciar na escolha da maior bancada da Casa.

"O PT nem se quissesse resistir poderia, porque a primeira pedida é minha. Eu pedi a Creden e acabou. Não tem resistência e nem acordo com o PT", afirmou Sóstenes. Ao ser indagado sobre uma fala de Lindbergh, que afirmou que Eduardo não vai presidir o colegiado, o líder do PL respondeu: "Na semana que vem vocês vão ver quem está falando a verdade e quem está falando mentira".

Além do conflito pela indicação de Eduardo, o PL gerou atritos com a base governista por desejar a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e a Comissão da Amazônia e Povos Originários, dois colegiados que historicamente são presididos pela esquerda.

O maior embate, porém, está entre o PL e o PSD. A sigla liderada por Antônio Brito (BA) já havia publicizado, no início de fevereiro, a indicação do deputado federal Diego Andrade (MG) para a Comissão de Minas e Energia. De última hora, a sigla de Jair Bolsonaro colocou o colegiado entre as suas prioridades, gerando insatisfação na bancada do PSD.

Em reserva, uma liderança partidária disse que o PL "embaralhou" as articulações políticas dos outros partidos da Casa escolhendo comissões que não presidia no ano passado, motivando o travamento da instalação dos colegiados. A expectativa é que, das seis escolhas, o PL só repita a liderança na Comissão de Segurança Pública.

Diante da falta de acordo sobre a presidência das comissões, Motta preferiu adiar a escolha dos presidentes dos colegiados para uma reunião às 14 horas da próxima terça.

No mesmo dia, serão eleitos os integrantes das mesas diretoras dos colegiados e os membros titulares e suplentes. Na quarta-feira, 19, as comissões devem ser instaladas pelo presidente da Casa.

Sem a discussão das comissões, a reunião de líderes se limitou a definir que, na próxima semana, devem ser votados o Orçamento de 2025, o projeto de lei dos restos a pagar, que resgata verbas do orçamento secreto, e um texto que prorroga até o final de 2025 o prazo para regular a transferência de saldos dos fundos de saúde para o combate à covid-19.

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O Ministério da Defesa da Turquia informou, em publicação no X, que um avião de carga militar turco caiu perto da fronteira entre o Azerbaijão e a Geórgia nesta terça-feira, 11. Segundo as informações, a aeronave C-130 havia decolado do Azerbaijão e estava retornando à Turquia.

Não foi informado quantos tripulantes estavam a bordo, mas uma operação de busca e resgate foi iniciada em coordenação com as autoridades do Azerbaijão e da Geórgia, informou o ministério. Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado

Ao menos 12 pessoas morreram nesta terça-feira, 11, em um atentado suicida, provocado por um homem-bomba, diante de um tribunal de Islamabad, capital do Paquistão, anunciou o ministro do Interior do país. Este é o mais recente episódio de uma onda de violência em todo o país.

"Um atentado suicida foi executado em Kachehri", o tribunal distrital, declarou o ministro Mohsin Naqvi. O homem detonou os explosivos ao lado de uma viatura policial. Nenhum grupo reivindicou imediatamente a autoria da explosão ocorrida ao meio-dia (horário local), que também feriu pelo menos 27 pessoas, mas as autoridades têm enfrentado dificuldades nos últimos meses com o ressurgimento do Talibã paquistanês.

Testemunhas descreveram cenas de caos imediatamente após a explosão. O som, que foi ouvido a quilômetros de distância, ocorreu em um horário de pico, quando a área externa do tribunal costuma estar lotada de centenas de pessoas que comparecem às audiências.

O agressor tentou "entrar no prédio do tribunal, mas, não conseguindo, atacou uma viatura policial", disse ainda Naqvi. Relatos anteriores da mídia estatal paquistanesa e de dois oficiais de segurança afirmavam que a explosão havia sido causada por um carro-bomba.

Naqvi alegou que o ataque foi "realizado por elementos apoiados pela Índia e por representantes do Taleban afegão", ligados ao Taleban paquistanês. Ainda assim, ele afirmou que as autoridades estão "investigando todos os aspectos" da explosão.

Segundo relatos da mídia, as vítimas eram, em sua maioria, transeuntes ou pessoas que foram ao local para audiências judiciais. A polícia de Islamabad não emitiu declarações imediatas sobre o ataque, mas afirmou que ainda está investigando o caso.

Mais de uma dúzia de pessoas gravemente feridas gritavam por socorro enquanto ambulâncias corriam para o local. "As pessoas começaram a correr em todas as direções", disse Mohammad Afzal, que afirmou estar no tribunal quando ouviu a explosão.

Ataque noturno a uma faculdade administrada pelo exército

Em uma ação anterior, as forças de segurança paquistanesas disseram ter frustrado uma tentativa de militantes de fazer cadetes reféns em uma academia militar durante a noite de segunda-feira, 10, quando um homem-bomba e outros cinco atacantes alvejaram as instalações em uma província do noroeste.

O ataque começou quando um homem-bomba tentou invadir a academia militar em Wana, cidade da província de Khyber Pakhtunkhwa, perto da fronteira com o Afeganistão. Segundo Alamgir Mahsud, chefe de polícia local, dois dos militantes foram rapidamente mortos pelas tropas, enquanto três conseguiram entrar no complexo antes de serem encurralados em um bloco administrativo. Os comandos do exército estavam entre as forças que realizavam uma operação de limpeza e houve troca de tiros intermitente até esta terça-feira, disse Mahsud.

O bloco administrativo fica afastado do prédio que abriga centenas de cadetes e outros funcionários.

O primeiro-ministro promete prestar contas

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, denunciou tanto o ataque em Islamabad quanto o de Wana e, em um comunicado divulgado em Islamabad, exigiu uma investigação completa. Ele afirmou que os responsáveis devem ser levados à justiça rapidamente. "Garantiremos que os perpetradores sejam detidos e responsabilizados", disse ele.

Sharif descreveu os ataques contra civis desarmados como "repreensíveis" e acrescentou: "Não permitiremos que o sangue de paquistaneses inocentes seja derramado em vão".

O Taleban paquistanês, ou TTP, se fortaleceu desde que assumiu o poder em Cabul em 2021, e acredita-se que muitos de seus líderes e combatentes tenham se refugiado no Afeganistão. O Paquistão tem testemunhado um aumento nos ataques de militantes nos últimos anos.

Negociações de paz entre o Paquistão e o Afeganistão estão paralisadas

As tensões entre o Paquistão e o Afeganistão aumentaram nos últimos meses. Cabul culpou Islamabad pelos ataques com drones de 9 de outubro, que mataram várias pessoas na capital afegã, e prometeu retaliação. Os subsequentes confrontos transfronteiriços resultaram na morte de dezenas de soldados, civis e militantes, antes de o Catar intermediar um cessar-fogo em 19 de outubro, que permanece em vigor.

Desde então, duas rodadas de negociações de paz foram realizadas em Istambul - a mais recente na quinta-feira, 6 - mas terminaram sem acordo depois que Cabul se recusou a fornecer uma garantia por escrito de que o TTP e outros grupos militantes não usariam o território afegão contra o Paquistão.

Um breve cessar-fogo anterior entre o Paquistão e o TTP, intermediado por Cabul em 2022, entrou em colapso posteriormente, depois que o grupo acusou Islamabad de violá-lo. (Com informações de agências internacionais)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, em publicação na Truth Social, que uma eventual decisão desfavorável da Suprema Corte sobre as tarifas de importação poderia gerar um impacto superior a US$ 3 trilhões.

Segundo Trump, o valor inclui investimentos já realizados, previstos e devoluções de recursos. "A Suprema Corte recebeu números errados. O 'desmonte', em caso de decisão negativa sobre as tarifas, seria superior a US$ 3 trilhões."

O presidente acrescentou que o país não teria como compensar uma perda dessa magnitude, classificando o cenário como um "evento de segurança nacional intransponível" e "devastador para o futuro" dos Estados Unidos.