Quem é Gustavo Gayer, deputado que falou de 'trisal' entre Gleisi, Lindbergh e Alcolumbre

Política
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O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), ao criticar uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez comentários sexistas sobre a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Na quarta-feira, 12, Gayer afirmou que o presidente estava "oferecendo" a petista para os líderes do Congresso da mesma forma com um cafetão faz com uma garota de programa.

O parlamentar goiano afirmou ainda que pensou num "trisal" entre Gleisi, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado da deputada licenciada, e Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado. O senador pretende pedir a cassação do deputado.

As declarações foram feitas por Gayer após Lula afirmar que escolheu Gleisi para a articulação política do governo pelo fato de a aliada ser uma "mulher bonita".

Após a repercussão da declaração sobre o discurso de Lula, Gayer disse ter sido o "único parlamentar de direita que saiu em defesa da ministra Gleisi Hoffmann, covardemente menosprezada e achincalhada pelo presidente da República".

O deputado ainda afirmou que a intenção dele "era apenas denunciar e escancarar a hipocrisia da esquerda quando se trata da defesa das mulheres, e jamais quis ofender ou depreciar o presidente do Senado Davi Alcolumbre".

Não é a primeira vez que Gayer se envolve em polêmicas por uma declaração de teor preconceituoso. O parlamentar já comparou nordestinos a galinhas e afirmou que democracias não prosperam em países da África em razão da capacidade cognitiva de seus habitantes.

Gayer é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por difamação e injúria contra o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). Além disso, é investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto desvio de dinheiro público com recursos da cota parlamentar. O deputado federal também é conhecido responder a jornalistas com receitas culinárias.

Deputado comparou nordestinos com galinhas

Em maio de 2024, Gayer comparou os habitantes da região Nordeste a galinhas que recebem migalhas do Estado. A declaração ocorreu durante um seminário de discussão sobre o Sistema Nacional de Educação (SNE). Gustavo Gayer disse que, certa vez, o ditador soviético Josef Stalin maltratou uma galinha, depenando-a, mas depois lhe deu migalhas de comidas. Após ser alimentada, segundo a anedota, a galinha passou a ficar mansa com o ditador, mesmo tendo sido maltratada momentos antes.

"Essa história representa o que a esquerda faz com o Brasil, e principalmente o que a esquerda faz como o Nordeste", afirmou Gustavo Gayer, chamando programas de assistência social de "migalhas para uma população depenada".

A anedota narrada por Gustavo Gayer tem a veracidade contestada. O site de checagem de fatos Snopes atribui a história ao escritor quirguiz-russo Chingiz Aitmatov, um autor se notabilizou por um estilo "elíptico e alegórico". Segundo o site, é provável que a parábola da galinha depenada tenha sido um mero "esboço ilustrativo" de Aitmatov sobre a personalidade de Stalin, uma vez que não há outros registros factuais sobre o episódio narrado.

Democracia não prospera na África por falta de 'capacidade cognitiva'

Em setembro de 2023, durante uma entrevista ao podcast 3 Irmãos, Gustavo Gayer afirmou que regimes democráticos não prosperavam em países da África em razão da "capacidade cognitiva" dos habitantes do continente.

"Democracia não prospera na África porque, para você ter uma democracia, você precisa ter um mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado", disse o parlamentar. "Tentaram fazer democracia na África várias vezes. O que acontece? Um ditador toma tudo, toma conta de tudo, e o povo (aplaude). O Brasil está desse jeito, Lula chegou na Presidência e o povo burro (aplaude)."

A declaração motivou um pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara, mas a proposta não chegou a ser votada pelo colegiado. Em novembro de 2024, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Gayer ao STF por injúria e racismo. Se uma eventual pena for superior a quatro anos de prisão, os procuradores pedem a cassação do mandato de Gayer. O caso está sob relatoria da ministra Cármen Lúcia.

Investigação por desvio de dinheiro público

Gustavo Gayer é investigado pela Polícia Federal por suposto desvio de dinheiro público com recursos da cota parlamentar. De acordo com as investigações, o deputado federal mantinha uma escola de inglês e uma loja de camisetas e acessórios em um espaço que deveria ser um escritório político. O aluguel do local, de R$ 6,5 mil mensais, era pago com dinheiro público, proveniente da Câmara dos Deputados. Segundo a PF, Gayer pagava assessores para desempenharem funções alheias ao mandato parlamentar, prestando serviços para seus negócios privados.

Quando a investigação veio à tona, em outubro de 2024, Gayer afirmou que as diligências buscavam "prejudicar seu candidato" à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues (PL), que disputava o Executivo da capital goiana em um segundo turno contra Sandro Mabel (União Brasil).

Réu por calúnia

Gayer é réu no STF por ofensas contra os senadores Vanderlan Cardoso (PSD-GO) e Jorge Kajuru (PSB-GO). Em fevereiro de 2023, após a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado, Gayer chamou os senadores goianos de "vagabundos que viraram as costas para o povo em troca de comissão". Kajuru também foi chamado de "doido varrido" e "caricatura".

Receitas culinárias

Gustavo Gayer também é conhecido por não responder a jornalistas. O deputado federal encaminha receitas culinárias a profissionais de imprensa que o contatam. A conduta ironiza o modo como diversos jornais impressos, entre eles o Estadão, resistiram aos censores da ditadura militar (1964-85).

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou que o cenário geopolítico atual "pode facilmente levar à Terceira Guerra Mundial", mas garantiu que "estamos em uma boa posição para evitar" a "provável" eclosão do conflito. Para o republicano, uma nova grande guerra seria "como nenhuma outra", devido ao possível uso de armas nucleares.

Em discurso no Departamento de Justiça (DoJ, na sigla em inglês), Trump destacou as dificuldades para negociar um cessar-fogo na Ucrânia. "Não é fácil" dialogar com a Rússia, afirmou, mas garantiu que "estamos fazendo um bom trabalho com os russos". "Tive ótimas conversas com a Rússia e a Ucrânia hoje. Vamos conversar com Vladimir Putin para fecharmos um acordo de cessar-fogo de uma vez", acrescentou.

O presidente também assegurou que os EUA irão recuperar os recursos enviados à Ucrânia para financiamento militar por meio de futuros acordos, incluindo o de exploração de minerais. Apesar do apoio militar americano, "que fazem os melhores equipamentos militares do mundo", Trump ressaltou que "muitos soldados ucranianos ainda estão em perigo".

O republicano também prometeu manter as tarifas contra México, Canadá e China até que "a entrada de drogas nos EUA seja interrompida". "Não vamos descansar até combater a entrada de fentanil nos EUA", afirmou.

Trump ainda disse que o governo federal e o DoJ, sob sua gestão, "serão os órgãos que mais combaterão crimes no mundo". Em seguida, agradeceu aliados na Justiça americana, como Pam Bondi, procuradora-geral dos EUA, e Kash Patel, diretor do FBI.

Ele também voltou a criticar Joe Biden e os democratas. "Nossos predecessores transformaram o Departamento de Justiça no 'Departamento de Injustiça'. Estou aqui hoje para declarar que esses dias acabaram e nunca mais voltarão", afirmou.

Sobre as eleições, Trump acusou os democratas de tentarem impedir seu retorno à Casa Branca. "Falharam. Ganhei todos os swing states, ganhei no voto popular. O mapa dos Estados Unidos estava todo vermelho. Mas pelos republicanos, não pelo comunismo. Eles democratas queriam vermelho pelo comunismo", disse.

O Senado norte-americano aprovou definitivamente um projeto de lei que pode aumentar as penalidades para traficantes de fentanil, com 84 votos a favor e 16 contra, todos esses últimos de democratas. A proposta teve forte apoio dos democratas na Câmara, onde muitos estão determinados a combater a distribuição de fentanil após uma eleição em que o presidente dos EUA, Donald Trump, destacou o problema.

Em 2023, quando os republicanos da Câmara aprovaram um projeto de lei semelhante, ele ficou parado no Senado, que era controlado pelos democratas.

Críticos apontam que a proposta repete os erros da "guerra às drogas", que resultou na prisão de milhões de pessoas viciadas, especialmente afro-americanos. Fonte: Dow Jones Newswires.

O presidente da Polônia, Andrzej Duda, pediu mais uma vez nesta sexta-feira, 14, que os Estados Unidos instalem armas nucleares no país. De acordo com ele, isso fortaleceria a segurança polonesa ante a Rússia.

Para Duda, a Polônia, que faz fronteira com a Ucrânia, corre o risco de ser o próximo país a ser ameaçado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, após a guerra no país vizinho - que está em negociação para chegar ao fim.

Duda, que também é comandante-chefe das forças armadas polonesas em rápida expansão, afirmou que a Rússia de hoje é pelo menos tão agressiva quanto a antiga União Soviética. Ele condenou o que chamou de ganância imperial de Moscou.

O presidente polonês, que já havia pedido antes o envio de armas nucleares, disse ao jornal Financial Times que conversou com o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, sobre o plano. Ele chamou de "óbvio" o poder do presidente americano Donald Trump de mover as ogivas nucleares na região, se desejar. "As fronteiras da Otan avançaram para o leste em 1999. 26 anos depois, a infraestrutura também deveria se deslocar para o leste", declarou.

Embora o presidente polonês tenha ciência de que o Kremlin o posicionamento de armas nucleares mais próximo de seu território como uma provocação, ele enxerga a proposta como uma medida defensiva para fortalecer a dissuasão.

Para o presidente, a proposta é uma resposta a ações de Moscou, que deslocou parte de seu arsenal nuclear para Belarus em 2023 - e, portanto, mais próximo do território da Otan, a aliança de países ocidentais. "Essa tática defensiva é uma resposta vital ao comportamento da Rússia, realocando armas nucleares na área da Otan", disse o líder polonês a outro jornal estrangeiro, a BBC.

Duda também acolheu as propostas feitas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para estender o escopo das armas nucleares francesas a outros membros da Otan. O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, já havia elogiado a proposta do líder francês.

Desde o início da guerra, a Polônia tem sido o país da Otan que mais reserva gastos para fortalecer a defesa, investindo 5% do seu PIB. Isso supera até mesmo os Estados Unidos, o principal financiador da Ucrânia no conflito.

Questionado pela BBC sobre como o arsenal nuclear americano fortaleceria sua defesa, Duda afirmou que isso aprofundaria o compromisso dos EUA com a segurança do país. "Todo tipo estratégico de infraestrutura, americana e da Otan, que temos em nosso solo fortalece a inclinação dos EUA e da Otan para defender este território", disse.

Os americanos já deslocaram 10 mil tropas para a Polônia desde o início da guerra.

Negociações em torno da guerra

Ao contrário de outros líderes europeus, que expressam preocupações com a posição de Donald Trump com relação à guerra, o presidente polonês afirmou que não considera que haja um desequilíbrio pró-Moscou nas negociações. À BBC, ele disse que está confiante de que o presidente americano tem um plano, como dito por ele mesmo, para "encorajar o lado russo a agir de forma razoável".

Duda também disse que não conseguia imaginar Trump dando uma guinada em relação ao compromisso que assumiu durante a reunião do mês passado sobre manter as tropas americanas na Polônia. "Preocupações quanto aos EUA retomarem sua presença militar da Polônia não são justificadas. Somos um aliado confiável para os EUA e eles também têm seus próprios interesses estratégicos aqui", disse ele.

O presidente ainda rejeitou a proposta de Donald Tusk sobre a Polônia construir seu próprio arsenal nuclear, dita na semana passada. Segundo ele, levaria anos para que isso fosse possível.