Políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e governistas se pronunciaram nas redes sociais sobre o anúncio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nesta terça-feira, 18, de que pedirá afastamento da Câmara dos Deputados para viver nos Estados Unidos.
Enquanto bolsonaristas afirmaram que o deputado está sofrendo um "exílio político", políticos contrários ao filho do ex-presidente classificaram-no como "covarde" e disseram que ele está "preparando a fuga do pai". Na próxima terça-feira, 25, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá se torna Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado em 2022.
Como esperado, a família Bolsonaro saiu em defesa de Eduardo. O pai afirmou que "se o deputado federal mais votado da história do Brasil é forçado a escolher entre o exílio ou a prisão, este País já não pode mais ser chamado de democracia".
Um dos irmãos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP), afirmou que o compromisso da família "foi firmado com o povo, na urna, e continua inabalável". "Vocês conhecem nossa luta e sabem o quanto esse momento de perseguição tem sido difícil para todos. Mas nada pode nos parar", escreveu.
Entre os que desejaram "força" ao deputado, que faz sua quarta viagem aos Estados Unidos somente neste ano, está o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que postou uma foto ao lado de Eduardo com a legenda "conte sempre com meu apoio".
O governador foi um dos protagonistas da manifestação convocada por Bolsonaro no Rio, que reuniu menos de 20 mil manifestantes neste domingo, 16. Tarcísio é cotado para ser o nome da direita em 2026, já que o ex-presidente segue inelegível até 2030.
"Não há mal que dure para sempre. Os dias difíceis passarão", escreveu em seu perfil no X a deputada federal Caroline De Toni (PL-SC). A colega parlamentar e também catarinense Júlia Zanatta (PL-SC) disse, em tom de revolta, que tem a sensação de viver em "um limbo" e "com medo". A deputada ainda citou um trecho da canção "Apesar De Você", de Chico Buarque, gravada durante a ditadura militar no Brasil, em 1970, que se referia ao regime. "Hoje você é quem manda falou tá falado não tem discussão, não."
Já entre os governistas, o tom é de críticas ao anúncio do deputado, que consideram que a licença se trata de uma forma de fugir da Justiça brasileira e preparar o terreno em solo americano para uma possível fuga do pai.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira (PT), atribuiu a licença do deputado à confissão de culpa. "Caso tivesse tranquilidade da sua inocência, Eduardo teria ficado no Brasil e se defendido perante a Justiça", escreveu o ministro.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) relembrou a famosa frase dita por Eduardo, em que afirmou em 2018 que bastaria "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF). "Na hora de falar que um cabo e um soldado fechariam o STF, ele era valente. Na hora de responder pelos crimes, ele chora e se faz de vítima", escreveu Boulos. Em outro post, o deputado disse ainda que "no fundo, todo bolsonarista é um covarde".
Até o final da tarde desta terça, a palavra "covarde" estava entre os assuntos mais comentados do X, com 21,6 mil posts. "Traidor", que acumula postagens com a foto do deputado, ultrapassou 20 mil publicações, enquanto o nome de Eduardo tem 133 mil.
O colega parlamentar Glauber Braga (PSOL-RJ) também se pronunciou, chamando Eduardo de "um conspirador golpista fugindo da responsabilização no Brasil".
Eduardo Bolsonaro: governistas o chamam de 'covarde' e aliados, de 'exilado político'
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