Crivella e Otoni de Paula defendem Marcos Pereira após ataque de Silas Malafaia

Política
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Os deputados federais Marcelo Crivella (Republicanos - RJ) e Otoni de Paula (MDB-RJ) saíram em defesa do colega Marcos Pereira (Republicanos-SP). Ele foi chamado de "cretino" pelo pastor Silas Malafaia por ter dito que discussão sobre anistia ao 8 de Janeiro prejudica o debate sobre as eleições de 2026.

Crivella publicou um vídeo de resposta a Malafaia em que aponta um erro de interpretação por parte do líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. "Ele fala sobre o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, não apoiar a anistia, porque equivocou-se na interpretação da entrevista que ele [Marcos] deu à CNN", afirma.

O parlamentar ressaltou que o "PL da Anistia" contém grande parte de um projeto da autoria de Crivella que teria tido apoio do presidente da sigla. "Pedi a todos os meus companheiros de partido que assinassem como coautores, e ele estava ao lado", disse.

O projeto de lei 2.858/2022, que aguarda designação de comissão, reuniu outros semelhantes que foram apresentados na Câmara dos Deputados.

Já Otoni publicou trecho de fala no Parlamento em que defendeu Pereira das acusações de Malafaia. "Em nenhum momento o deputado disse ser contra a anistia. A posição dele foi técnica, ele é advogado", disse.

Ele também enalteceu o colega. "Desejo me solidarizar com o deputado Marcos Pereira, respeitado por todos nessa Casa, sejam deputados da esquerda ou da direita. Ninguém nesse Parlamento ousou chamá-lo de cretino".

O líder do Republicanos também se defendeu. Ele afirmou ter sido "covardemente atacado" e se referiu à Malafaia como um "Rasputin tupiniquim" que "chega a espumar pela boca nas suas manifestações cheias de cólera", em referência a místico que ficou conhecido como o "monge louco da Rússia".

"Não me movo sob pressão. Muito menos com gritaria. Ele precisa se acalmar e parar de induzir a guerra enquanto muitos, incluindo a mim mesmo, têm trabalhado pela pacificação", publicou em seu perfil no Instagram.

Marcos Pereira usou a postagem para ressaltar outros trechos da entrevista criticada pelo pastor. Perguntado se o debate sobre o tema atrapalharia a definição de uma candidatura unificada da direita, ele disse considerar que o ideal é que o debate das eleições de 2026 seja feito sem a pauta do perdão aos crimes dos manifestantes presos.

Na ocasião, acrescentou que o partido ainda não havia discutido internamente como votaria sobre a matéria, mas que, baseado em conversas com colegas de sigla, enxerga um "favoritismo" da bancada para apoiar o texto em votação.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.