Datafolha: 58% quer Tarcísio disputando reeleição em SP; 30%, a Presidência

Política
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Pesquisa Datafolha divulgada na noite desta quinta-feira, 10, mostra que 58% dos paulistas acreditam que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) deveria disputar a reeleição em São Paulo no pleito de 2026. Enquanto isso, 30% preferem que o republicano concorra à Presidência da República. Já 12% não souberam responder.

Tarcísio já negou diversas vezes publicamente que será candidato ao Planalto no lugar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político. O governador tem defendido a candidatura do capitão reformado e afirma que disputará novamente o Executivo paulista. Entre os entrevistados pelo instituto que se declaram bolsonaristas, 61% dizem que Tarcísio deveria tentar disputar novamente o governo, e 32%, que deveria tentar a Presidência.

No entanto, nos bastidores a possibilidade não é descartada e há movimentações até para construir um sucessor do republicano no Estado. Nesse sentido, a pesquisa Datafolha também questionou os entrevistados sobre qual candidato o governador de São Paulo deveria apoiar caso o republicano opte por sair candidato a presidente nas próximas eleições.

Para 23%, Tarcísio deveria declarar apoio ao influenciador digital e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB), apesar de ele hoje também estar inelegível por oito anos pela Justiça Eleitoral. Por outro lado, 22% acreditam que o chefe do Executivo estadual deveria endossar uma candidatura do prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). O emedebista foi apoiado por Tarcísio nas eleições de 2024 e desde então, ambos fomentam uma relação de proximidade e alinhamento de pautas.

Na sequência, aparece o secretário de Governo e Relações Institucionais, Gilberto Kassab (PSD), com 10% de preferência dos paulistas. Em seguida, estão o prefeito do município de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), e o deputado federal Ricardo Salles (Novo), ambos com 7%.

Já o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, surge com 6%. E o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), aparece por último com 3%.

O levantamento ouviu 1.500 eleitores com mais de 16 anos, de 81 cidades paulistas, de 1 a 3 de abril. A margem de erro das porcentagens é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Tarcísio se reelegeria governador de SP se eleição de 2026 fosse hoje

A pesquisa Datafolha mostra que Tarcísio se reelegeria como governador de São Paulo se a eleição de 2026 fosse hoje. O atual chefe do Executivo estadual derrotaria todos os potenciais adversários no segundo turno e também aparece à frente nos cenários de primeiro turno apontados pelo levantamento.

Em uma disputa em que o vice-presidente e ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) fosse candidato, Tarcísio tem 41% das intenções de voto contra 25% do pessebista. Na amostra, o influenciador digital Pablo Marçal (PRTB) aparece em terceiro lugar com 15%. Em seguida, estão o ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), com 6% e o deputado federal Ricardo Salles (Novo), com 4%. 9% votariam em branco e 1% não sabem.

A pesquisa Datafolha foi feita com 1.500 eleitores que têm mais de 16 anos, em 81 cidades do Estado, entre os dias 1º e 3 de abril. A margem de erro é de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.