Temer elogia Motta, critica 'instabilidade' no governo Lula e pede respeito à Constituição

Política
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O ex-presidente Michel Temer (MDB) aconselhou, neste sábado, 12, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos) a "exercer o papel que a Constituição lhe entrega", elogiou a atuação do parlamentar e afirmou que "divergências internas" estão gerando "instabilidade" no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O emedebista participou do primeiro painel da 11ª edição da Brazil Conference, realizada em Harvard pela comunidade de estudantes brasileiros da instituição, nos Estados Unidos.

Temer afirmou que apesar de jovem, Motta deverá ter boa atuação na Casa, assim como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil). Segundo o emedebista, os dois farão um "belíssimo papel" à frente do Legislativo. "Tenho absoluta convicção, conhecendo, como os conheço, que eles vão cumprir rigorosamente os termos constitucionais" e vão contribuir para a "democracia plena" no País, afirmou.

O ex-presidente ressaltou ainda a importância da harmonia entre os três Poderes e elogiou o trabalho do Supremo Tribunal Federal (STF), que, nas palavras dele, "fez um esforço extraordinário para manter em pé inteira a democracia brasileira". No último mês, a Primeira Turma do STF declarou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado.

O emedebista afirmou também que há um equívoco sobre o papel da oposição ao governo. Segundo ele, a oposição existe para fiscalizar a gestão e "impedir o poder absoluto". "Se eu disputar a eleição e perder, eu devo destruir aqueles que ganharam a eleição? É uma incivilidade política. É contra os interesses do povo", disse.

Para Temer, 'divergências internas geram instabilidade' no governo Lula

Segundo o ex-presidente "divergências internas" dentro do governo Lula acabam "gerando instabilidade" na gestão petista. "Eu vejo uma certa dificuldade no econômico, sem embargo do esforço do Haddad (ministro da Fazenda), eu vejo que há muita divergência interna no governo. Isso não é útil", disse.

"Quando um ministro piscava feio para o outro, eu chamava os dois, acertava as coisas na minha sala. Aquilo não ia para a imprensa. Eu acho que neste momento o que há é isto. Seja em função do partido, seja em função do ministério, há muita divergência. Isto causa uma certa instabilidade", afirmou o emedebista.

Questionado também sobre o que o diferenciou da gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), já que obteve níveis de reprovação superiores ao da petista, Temer disse que "fez as reformas necessárias" e que sua gestão tinha "uma equipe muito harmoniosa".

O emedebista também fez comentários sobre Brasil e Estados Unidos, afirmando que ao longo dos anos, a relação passou de política para comercial e que adotou-se uma "simpatia de certos presidentes por certos candidatos" o que, na avaliação dele não contribuiu para a troca entre os países.

"A relação não é de Donald Trump com o Luiz Inácio Lula da Silva. A relação é entre o presidente da República Federativa do Brasil com o presidente dos Estados Unidos da América. É uma relação, portanto, institucional. As pessoas têm que ter consciência disso".

Durante a corrida eleitoral norte-americana, o petista declarou apoio a então candidata do Partido Democrata, Kamala Harris, na disputa pela Presidência dos Estados Unidos, afirmando que ela era a "opção mais segura para o fortalecimento da democracia" no país.

Apesar do posicionamento, Lula parabenizou Trump após o resultado das eleições, dizendo que "a democracia é a voz do povo" e que deveria ser respeitada. O petista destacou a necessidade de dialogar e trabalhar em conjunto com o presidente norte-americano.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou que é "fake news" a notícia de que estaria buscando uma cúpula para se encontrar o presidente da China, Xi Jinping, em publicação na Truth Social feita no fim da noite de segunda-feira, 28.

"Isso não é verdade, não estou PROCURANDO nada!", escreveu na postagem. No entanto, o republicano deixou em aberto a possibilidade de visitar o país: "Posso ir à China, mas apenas a convite do presidente Xi, que já foi estendido. Caso contrário, não tenho interesse!".

Há pouco mais de uma semana, o jornal chinês South China Morning Post noticiou a possibilidade de Trump encontrar Xi na Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), na Coreia do Sul, entre outubro e novembro.

Um ataque aéreo russo a uma prisão na região de Zaporizhzhia, no sudeste da Ucrânia, matou pelo menos 17 detentos e feriu mais de 80, disseram autoridades ucranianas nesta terça-feira, 29. Na região de Dnipro, as autoridades relataram pelo menos quatro pessoas mortas e oito feridas.

A Força Aérea da Ucrânia informou que a Rússia lançou dois mísseis balísticos Iskander-M, além de 37 drones de ataque do tipo Shahed e veículos aéreos não tripulados (VANTs) de distração. Afirma-se que 32 drones Shahed foram interceptados ou neutralizados pelas defesas aéreas ucranianas.

O ataque na noite de segunda-feira (28) atingiu a Colônia Correcional de Bilenkivska com quatro bombas aéreas guiadas, de acordo com o Serviço Executivo Criminal do Estado da Ucrânia.

Pelo menos 42 detentos foram hospitalizados com ferimentos graves, enquanto outras 40 pessoas, incluindo um membro da equipe, sofreram vários ferimentos.

O ataque destruiu o refeitório da prisão, danificou os prédios administrativos e de quarentena, mas a cerca do perímetro resistiu e nenhuma fuga foi relatada, disseram as autoridades.

Autoridades ucranianas condenaram o ataque, dizendo que atacar infraestrutura civil, como prisões, é um crime de guerra segundo as convenções internacionais.

Duas importantes organizações israelenses de direitos humanos - a B'Tselem e a Physicians for Human Rights (PHR, na sigla em inglês) - afirmaram nesta segunda-feira, 28, que Israel está cometendo genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza e disseram que os aliados ocidentais do país têm a obrigação legal e moral de impedir o agravamento da crise.

Organizações internacionais, como a Anistia Internacional, vêm denunciando a campanha militar de Israel como um "genocídio". No entanto, é a primeira vez que importantes grupos israelenses de defesa dos direitos humanos endossam a conclusão.

Guy Shalev, diretor da PHR, disse que os israelense muitas vezes descartam as acusações de genocídio como "antissemitas" ou tendenciosas contra Israel. "Espero que os nossos comunicados façam as pessoas reconhecerem a realidade", afirmou.

Genocídio

O governo israelense afirma que está lutando uma guerra existencial e garante cumprir com o direito internacional. Israel alega que as acusações de genocídio são antissemitas. "A alegação de Israel de que terroristas do Hamas ou membros de outros grupos armados palestinos estavam presentes em instalações médicas ou civis, frequentemente feita sem fornecer qualquer evidência, não pode justificar ou explicar tal destruição generalizada e sistemática", afirma o relatório da B'Tselem.

Os dois grupos de direitos humanos, em relatórios separados, mas lançados ontem conjuntamente, afirmaram que as políticas de Israel na Faixa de Gaza, juntamente com as declarações de autoridades do governo israelense sobre seus objetivos na guerra e o desmantelamento do sistema de saúde do território palestino, contribuíram para a conclusão de genocídio.

Assim como outros grupos de defesa dos direitos humanos, a B'Tselem e a PHR não foram autorizadas a entrar em Gaza durante a guerra. Seus relatórios têm como base relatos, documentos e análises de especialistas jurídicos.

Destruição

O relatório da PHR afirma que Israel cometeu pelo menos três atos que definem o genocídio no direito internacional, incluindo "infligir a determinado grupo condições deliberadas para provocar sua destruição física total ou parcial." "Como neto de um sobrevivente do Holocausto, é muito doloroso para mim chegar a esta conclusão," afirmou Shalev.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.