Hugo Motta diz que quer focar em saúde, educação e segurança em vez de anistia do 8 de Janeiro

Política
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse nesta segunda-feira, 21, que prefere focar em "gastar energia" em temas como saúde, educação e segurança em vez da anistia aos presos do 8 de Janeiro, ao mesmo tempo em que afirma estar em diálogo com líderes partidários e institucionais sobre o tema.

A declaração foi dada em São João del-Rei (MG), durante evento em homenagem ao 40º aniversário do falecimento do ex-presidente eleito Tancredo Neves, nascido na cidade mineira.

"É nessa agenda que nós temos que focar. É gastarmos energia com aquilo que realmente vem a representar para o País avanços em muitos problemas que nós temos na saúde, na educação e na segurança pública", afirmou Motta. "E peço que o Parlamento foque na agenda, que é o que realmente a população pede de nós neste momento."

Depois, em um gesto aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defensores da anistia, afirmou que está em diálogo com lideranças de partidos, do Senado Federal e de outras instituições sobre o assunto.

"É um tema que, como todos sabem, divide a Casa. Eu tenho procurado na nossa gestão, de pouco mais de dois meses, conduzir a Casa com muita serenidade, com muito equilíbrio", disse Motta.

A pressão pela pauta da anistia no plenário da Câmara é uma constante desde o início do ano. A oposição já mobilizou duas manifestações pedindo que a proposta seja votada.

A primeira, em março, reuniu 18,3 mil pessoas em Copacabana, no Rio, segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP); a segunda, na Avenida Paulista, em São Paulo, em abril, 44,9 mil, de acordo com números desse mesmo grupo.

No último dia 14, o PL protocolou o requerimento de urgência ao projeto de lei da anistia. Esse requerimento tinha 262 assinaturas válidas, cinco a mais que o mínimo necessário de 257.

Um requerimento de urgência acelera a tramitação de uma proposta legislativa, colocando a votação direta no plenário, se aprovado.

Como mostrou o Estadão nesta segunda-feira, 21, a anistia é um dos temas que desaceleram os trabalhos da Câmara e do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse começo de gestão de Motta na presidência da Casa.

Em comparação ao seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL), nesse mesmo recorte dos dois primeiros meses, a Câmara teve uma queda de cerca de 48% no volume de votações.

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Os ataques dos EUA às instalações nucleares do Irã ocorreram a meio mundo de distância da Coreia do Norte. Mas, para o ditador Kim Jong Un, os ataques foram uma lição clara: as armas nucleares são cruciais para sua sobrevivência.

Os ataques americanos e israelenses provavelmente reforçaram para Kim a interligação das armas nucleares de seu país com o destino de seu regime.

Como tal, os ataques potencialmente fortaleceram sua determinação de manter - e expandir - seu arsenal nuclear como um impedimento a qualquer ataque à Coreia do Norte, dizem especialistas em segurança. Kim pode apontar para outros países, como Iraque, Líbia e Síria, cujas ambições nucleares incitaram ataques militares com o objetivo de impedi-los de desenvolver armas atômicas.

Agora, o ataque dos EUA ao Irã pode complicar quaisquer futuras negociações de desnuclearização com Washington - negociações que o regime norte-coreano vem rejeitando há anos.

Nos últimos anos, a Coreia do Norte intensificou seu programa nuclear. Kim, que chamou as armas nucleares de "poderosa e preciosa espada" da nação, pressionou em setembro de 2022 para adicionar uma cláusula à doutrina nuclear do país permitindo ataques preventivos pela primeira vez.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Seyed Abbas Araghchi, afirmou que ainda não há decisão sobre retomar as negociações diplomáticas com os Estados Unidos e Israel, e que isso dependerá do momento e da conveniência. "Não estou dizendo que devemos, necessariamente, entrar em negociações. Às vezes, as circunstâncias exigem que não negociemos. Outras vezes, que a negociação seja adiada", declarou.

"Não houve qualquer acordo ou acerto para a retomada das negociações. Não há plano nem fundamento algum para negociar, e nenhum compromisso foi firmado", acrescentou. Ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, havia dito que conversaria com o Irã na próxima semana. Segundo Araghchi, qualquer eventual retorno ao diálogo será decidido com base em critérios estratégicos. "Se os nossos interesses exigirem, voltaremos a negociar", disse, em entrevista à imprensa iraniana.

Araghchi explicou que havia uma diretriz clara da liderança iraniana. "Se o inimigo cessasse suas ações, o Irã também encerraria suas respostas." O ministro alertou, no entanto, que Israel tem um "longo histórico de violações de cessar-fogo". "Eles anunciam um cessar-fogo, mas acham que o lado oposto está fraco e então eles mesmos o violam, tentando impedir a resposta da outra parte", disse.

Na quinta rodada de negociações indiretas, os EUA apresentaram uma proposta distante das exigências do Irã, considerada "inaceitável" por Araghchi. O Irã planejava apresentar uma contraproposta e deixou claro que qualquer acordo precisa garantir "a continuidade do enriquecimento de urânio" e "o fim das sanções", podendo incluir também o compromisso iraniano de não buscar armas nucleares, "alinhado" aos seus princípios e valores, disse o ministro.

O governo americano aprovou recursos para operações de ajuda em Gaza, informou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tommy Pigott, em coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira, 26.

Os EUA aprovaram US$ 30 milhões para a Fundação Humanitária de Gaza, um grupo de ajuda humanitária, mesmo após notícias de mortes próximas de locais de distribuição de comida. O porta-voz exortou ainda que outros países apoiem a fundação.

Pigott disse que o acordo para ampliar os gastos em defesa na esfera dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) é uma mudança em décadas.

Na coletiva, Pigott anunciou ainda que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, participará nesta sexta, 27, da assinatura de uma declaração de paz entre a República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda no Departamento de Estado.

Rubio também receberá, na próxima semana, representantes do Diálogo de Segurança Quadrilateral (Quad, na sigla em inglês), uma parceira diplomática entre Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos. O grupo tem o propósito de defender uma região do Indo-Pacífico livre e aberta.