Carlos e Michelle ensaiam trégua depois de briga entre os Bolsonaro se tornar pública

Política
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Com um histórico de indiretas e farpas trocadas nas redes sociais e nos bastidores, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro acenam uma aproximação em meio a mais uma cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para tratar complicações abdominais. No gesto mais recente, Carlos afirmou nesta terça-feira, 22, que a madrasta está cuidando do ex-chefe do Executivo de "maneira excepcional" e como uma "leoa".

"A maior parte do tempo quem fica com ele é a Michelle, que está cuidando dele de uma maneira excepcional. Ela está ali (como) uma leoa, tomando conta do que pode e do que não pode", disse Carlos.

O vereador da capital fluminense afirmou ainda durante live no canal de Bolsonaro no YouTube que Michelle "está fazendo um papel fundamental" na recuperação do pai.

"Acredito que não vai demorar muito para o velho sair do hospital e voltar para a sua labuta diária. Difícil será segurá-lo, porque foi a cirurgia mais agressiva desde a tentativa de assassinato, os problemas aqui fora são constantes e não param de crescer e ele tem que ocupar espaços. Então, segurá-lo vai ser difícil, mas acho que a Michelle está fazendo um papel fundamental para que consiga segurar o velho e coloque um freio nele de vez em quando, porque a vontade dele de demonstrar a verdade é gigante, e ele passa por cima da própria saúde para que isso aconteça", afirmou.

É a primeira declaração pública de Carlos com elogios à madrasta. Os dois não mantêm uma relação cordial há anos. O vereador é filho de Rogéria Bolsonaro - a primeira mulher de Bolsonaro, mãe dos três filhos mais velhos do ex-presidente - e acumula atritos com a atual mulher do pai. Rogéria e Bolsonaro se separaram entre 1997 e 1998.

De acordo com aliados dos Bolsonaro, Carlos é um dos filhos mais próximos e "apegados" à mãe e não teria reagido bem, à época, à separação dos pais, o que teria causado um mal-estar com Michelle, a terceira mulher do ex-presidente. Antes, Bolsonaro se casou com Ana Cristina Valle, mãe de Jair Renan. Os atritos perduraram e se tornaram públicos após a ascensão do líder da família da zona oeste do Rio à Presidência, em 2018.

"Centralizador" e "sistemático", como definem aliados, Carlos amenizou o tom em relação à madrasta após a última cirurgia do pai. Michelle e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, foram os responsáveis por decidirem a nova equipe médica que trataria Bolsonaro.

A ex-primeira-dama tem feito movimentos de aproximação com o vereador do Rio. No ato pró-anistia na Avenida Paulista, no início deste mês, Michelle deu um beijo no rosto ao cumprimentar Carlos no trio eletrônico usado como palco na capital paulista - cena, vista por aliados, como improvável até meses atrás.

A relação estremecida foi confirmada por Bolsonaro em fevereiro deste ano. O ex-presidente definiu, em entrevista ao canal Leo Dias TV, que a relação de Michelle com seus três filhos "tem altos e baixos". "Tem um filho meu que não fala com ela, o Carlos. Tem um problema lá atrás. A Michelle tem seu gênio, talvez, algum problema de ciúmes, não sei. Mas, também, o Carlos amadureceu muito, tem uma filha agora."

'É uma pessoa que eu não quero conviver'

Em março deste ano, a ex-primeira-dama falou sobre sua relação com o enteado. Em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia, ela contou que, embora já tenha perdoado o vereador, não queria conviver com o enteado.

"A gente não se fala, mas eu fui uma intercessora do Carlos. Mas eu respeito porque o Jair teve dois relacionamentos e não deu certo. E ele tinha aquela questão por eu ser mais nova, 27 anos mais nova, e ele não gostou muito. Ele tem o gênio dele, eu tenho o meu gênio. Ele tem a verdade dele, eu tenho a minha verdade. Não desejo nenhum mal para ele, mas é uma pessoa que eu não quero conviver. Não tenho nenhum problema, o que tivemos no passado eu já perdoei, meu coração está limpo em relação a isso", afirmou a ex-primeira-dama.

Michelle disse ainda que sua decisão era respaldada pela Bíblia e que preferia manter distância do vereador para evitar desentendimentos.

"Eu não sou obrigada a conviver, a Bíblia me dá esse respaldo. Não proíbo o meu marido jamais de ter relacionamento com ele, mas não consigo conviver. Ele tem a liberdade de ir ver a Júlia, a netinha dele, a hora que quiser. Viajar junto, vão pescar juntos. É o filho dele, eu respeito. Não gostaria que fosse assim, mas ele tem o jeito dele e eu tenho o meu. Algumas coisas eu não concordo e, para não ter problema maior, eu prefiro me afastar", disse.

Os dois chegaram a trocar farpas nas redes sociais no ano passado. Depois de o vereador reclamar do próprio pai no Instagram, a ex-primeira-dama reagiu. Carlos havia incluído um comentário abaixo de foto publicada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), em que Bolsonaro aparece com Aurora, filha do parlamentar, no colo.

"Legal o cara fazer isso com sua filha e com a minha não", disse Carlos. Horas depois, Michelle escreveu "que Deus livre e guarde Aurora de toda inveja e maldade". O próprio Carlos quis dar visibilidade à crítica e republicou o comentário feito na rede social X (antigo Twitter).

Michelle e Carlos têm um grande histórico de indiretas trocadas. Depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vencer a eleição presidencial contra Bolsonaro em 2022, Michelle e o marido deixaram de se seguir no Instagram. O incidente levou Michelle a ter que desmentir que houve uma desunião entre ela e Bolsonaro.

"Conforme o Jair já explicou em várias lives, quem administra essa rede não é ele", afirmou Michelle na época. Carlos foi o responsável por criar e comandar as redes de Bolsonaro por mais de dez anos, até 2023, quando afirmou que deixou a função.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, usou nesta segunda-feira, 10, sua conta na Truth Social para exigir que todos os controladores de tráfego aéreo voltem ao trabalho imediatamente, em meio ao shutdown do governo federal. Na publicação, Trump ameaçou punir os servidores que permanecerem afastados, afirmando que "qualquer um que não o fizer terá o salário substancialmente reduzido (docked, no termo em inglês)".

Ele também prometeu recompensar aqueles que continuaram trabalhando durante o que chamou de "paralisação democrata". Segundo ele, os controladores que foram "GRANDES PATRIOTAS e não tiraram NENHUM DIA DE FOLGA" receberão um bônus de US$ 10 mil.

Trump criticou ainda os funcionários que aderiram à paralisação. "Não estou FELIZ com vocês", escreveu. "Vocês não ajudaram os EUA contra o FALSO ATAQUE DEMOCRATA que só quis ferir nosso país."

Ele acrescentou que esses trabalhadores terão "uma marca negativa" em seus registros e que, caso queiram deixar o serviço, "não hesitem em fazê-lo, sem pagamento ou indenização de qualquer tipo".

O presidente dos EUA concluiu exaltando os que permaneceram em serviço: "Deus abençoe vocês - não conseguirei enviar seu dinheiro rápido o suficiente!", e ordenou: "A todos os outros, APRESENTEM-SE AO TRABALHO IMEDIATAMENTE."

O comentário de Trump ocorre em meio a uma crise crescente no setor aéreo dos Estados Unidos. A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) reduziu o número de voos após parte dos controladores, sem salário há semanas, deixar de comparecer ao trabalho.

Segundo o Departamento de Transporte, os cortes devem chegar a 10% dos voos nos principais aeroportos até o fim da semana, e só serão revertidos quando as métricas de segurança melhorarem.

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, anunciou nesta segunda-feira, 10, que forças americanas realizaram bombardeios contra duas embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas no Oceano Pacífico. Seis pessoas morreram no ataque em águas internacionais, de acordo com Hegseth.

"Nossa inteligência sabia que essas embarcações estavam associadas ao contrabando de narcóticos ilícitos, transportavam narcóticos e transitavam por uma rota de narcotráfico conhecida", disse Hegseth em uma postagem na rede social X, que incluía um vídeo dos barcos sendo atingidos.

O secretário de Defesa acrescentou que os bombardeios ocorreram o domingo, 9. Desde setembro, os Estados Unidos explodiram 17 barcos na região e mais de 70 pessoas foram mortas. As operações fazem parte de uma estratégia do governo Trump de combate ao narcotráfico que se concentra no Mar do Caribe.

"Como já dissemos antes, os ataques a embarcações de narco-terroristas continuarão até queo envenenamento do povo americano pare", apontou Hegseth nas redes sociais. Ele afirmou que a embarcação era "operada por uma Organização Terrorista Designada".

Esclarecimentos

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, justifica os ataques alegando que os Estados Unidos estão em "conflito armado" com os cartéis de drogas, mas o governo republicano não forneceu evidências ou mais detalhes. Hegseth e o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tiveram uma reunião com um pequeno grupo de líderes congressistas na última quarta-feira, 5, sobre a crescente campanha militar, em um dos primeiros contatos de membros do gabinete de Trump com o Congresso americano sobre o tema.

Até agora, republicanos no Capitólio estão em silêncio ou expressando confiança na campanha militar. Já os democratas disseram que o Congresso precisa de mais informações sobre como os ataques são conduzidos e a justificativa legal para ações que críticos dizem violar a lei internacional e dos EUA ao matar supostos traficantes de drogas em águas internacionais.

Na última quinta-feira, 6, senadores republicanos votaram para rejeitar uma legislação que teria limitado a capacidade de Trump de lançar um ataque contra a Venezuela.

Crise na Venezuela

Nos últimos meses, os Estados Unidos reuniram um grande contingente de navios de guerra, caças e aeronaves de vigilância na costa da Venezuela, em meio a uma campanha militar de Washington contra o que afirma serem organizações criminosas transnacionais.

Washington acusa o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, de liderar o chamado Cartel de Soles, classificado como organização terrorista pelo governo Trump. Segundo os EUA, Maduro é o responsável pelo envio de drogas ao território americano.

Por conta das acusações e o caráter bélico das operações no Caribe, analistas questionam se Washington pode de fato querer uma mudança de regime em Caracas. Em outubro, Trump autorizou operações da CIA contra a Venezuela e disse que estava considerando realizar ataques em terra contra cartéis do tráfico de drogas no país. O líder republicano ainda não tomou uma decisão sobre uma intervenção, mas o Pentágono e agências de inteligência ofereceram três alternativas de ação ao presidente Donald Trump.

A primeira opção envolveria ataques aéreos contra instalações militares venezuelanas, algumas das quais poderiam estar envolvidas no tráfico de drogas, com o objetivo de minar o apoio militar a Maduro. Se Maduro acreditar que não está mais protegido, pode tentar fugir - ou, ao se deslocar pelo país, tornar-se mais vulnerável à captura, dizem as autoridades. Mas os críticos dessa abordagem alertam que ela poderia ter o efeito oposto, fortalecendo o apoio ao líder sitiado.

Uma segunda abordagem prevê o envio de forças de Operações Especiais dos Estados Unidos, como a Força Delta do Exército ou o SEAL Team 6 da Marinha (principal unidade de resgate de reféns e contraterrorismo), para tentar capturar ou matar Maduro.

Nessa opção, o governo Trump buscaria contornar as proibições contra o assassinato de líderes estrangeiros argumentando que Maduro é, antes de tudo, o chefe de uma quadrilha de narcoterroristas, uma extensão dos argumentos usados para justificar os ataques aéreos dos EUA contra embarcações que, segundo o governo, transportam drogas.

O Departamento de Estado oferece uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 270 milhões) pela prisão ou condenação de Maduro. O governo Trump também pode argumentar que, como Maduro reprimiu a oposição e trabalhou para fraudar as eleições, ele não é o líder legítimo do país. O governo de Joe Biden se recusou a reconhecê-lo como presidente da Venezuela depois que ele declarou vitória no ano passado.

Uma terceira opção envolve um plano muito mais complexo para enviar forças antiterroristas americanas a fim de assumir o controle de aeroportos e de pelo menos alguns dos campos de petróleo e infraestrutura da Venezuela. Essas duas últimas opções acarretam riscos muito maiores para militares americanos em terra - sem mencionar os civis -, especialmente se a operação ocorrer em ambiente urbano como Caracas, a capital do país. (Com informações de agências internacionais)

Um tribunal de apelações de Paris decidiu liberar o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy da prisão e colocá-lo sob supervisão judicial, em anúncio realizado nesta segunda-feira, 10. A ação acontece menos de três semanas após Sarkozy começar a cumprir uma sentença de cinco anos por conspiração criminosa em um esquema para financiar sua campanha eleitoral de 2007 com fundos da Líbia.

Segundo o tribunal, Sarkozy será proibido de deixar o território francês e um julgamento de apelação deve ocorrer posteriormente.

Ele se tornou o primeiro ex-chefe de Estado francês em tempos modernos a ser enviado para trás das grades após sua condenação em 25 de setembro, mas nega qualquer irregularidade.

Durante a audiência realizada nesta segunda-feira, Sarkozy, falando da prisão La Santé em Paris via videoconferência, argumentou que sempre cumpriu todos os requisitos da justiça.

"Eu nunca imaginei que experimentaria a prisão aos 70 anos. Esta provação me foi imposta, e eu a vivi. É difícil, muito difícil", disse ele. Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado