Ministra contesta secretária do PT sobre aval para uso de programa da cultura em campanhas

Política
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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, contestou nesta quarta-feira, 30, em audiência na Câmara, a secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Moura. Como revelou o Estadão, a secretária declarou a um ex-aliado que a pasta deu aval ao uso de um programa do ministério em campanhas eleitorais. Segundo a ministra, as conversas citadas pela petista nunca ocorreram.

Como mostrou o Estadão, Anne Moura foi gravada pelo ex-presidente da ONG fundada por ela no Amazonas dizendo ter ouvido de Roberta Martins e Marcio Tavares, integrantes da equipe de Margareth, que o Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC) deveria ser usado para ajudar na eleição de aliados em 2024.

"Não houve conversas com a secretária Roberta, muito menos com o secretário-executivo Marcio Tavares. Estamos fazendo um trabalho tão importante para nós e para a cultura brasileira que é importante dizer que seguimos estritamente o que está nas nossas competências", disse a ministra.

Margareth Menezes foi chamada para uma reunião conjunta das comissões de Cultura e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara para prestar esclarecimentos sobre os comitês de cultura e sobre a contratação dela para eventos de carnaval pagos por prefeituras.

Os comitês de cultura, espalhados pelos estados, são em maioria controlados por pessoas filiadas ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O PNCC consiste em contratar entidades culturais para coordenar atividades de fomento nos Estados.

Cabe a elas realizar "ações de mobilização social, formação em direitos e políticas culturais, apoio à elaboração de projetos, comunicação social e difusão de informações sobre políticas culturais".

Questionada sobre o aparelhamento dos comitês, ela negou ação partidária e disse que denúncias estão sendo apuradas. "Dentro do ministério tem órgãos de fiscalização que agem imediatamente quando surgem denuncias. Essas denúncias que houve aqui claro que estão sendo investigadas. Temos esse modo de agir", afirmou.

No início de março, o Ministério da Cultura suspendeu o comitê de cultura do Amazonas para investigação de denúncias. A estrutura é coordenada pela ONG Instituto de Articulação de Juventude da Amazônia (Iaja), fundada por Anne Moura. A dirigente petista tem influência sobre todas as decisões da ONG.

Outros comitês de cultura também são marcados por influência política e partidária. No Distrito Federal, o comitê é coordenado pela ONG Associação Artística Mapati. Ela teve como vice-presidente, até janeiro de 2023, o historiador Yuri Soares Franco, secretário de cultura do PT-DF.

Franco renunciou à entidade 45 dias antes de ser nomeado assessor da secretaria-executiva do Ministério da Cultura. Nove meses depois de ele virar funcionário do governo, a Mapati assinou o acordo de colaboração com a pasta. Em dois anos, deverá receber R$ 2 milhões.

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O Departamento do Tesouro americano confirmou nesta quarta-feira, 30, a assinatura de um acordo para estabelecer o Fundo de Investimento para a Reconstrução da Ucrânia.

"Esta parceria econômica posiciona nossos dois países para trabalhar em colaboração e investir juntos para garantir que nossos ativos, talentos e capacidades mútuos possam acelerar a recuperação econômica da Ucrânia", diz o comunicado do departamento americano.

"Como disse o Presidente, os Estados Unidos estão comprometidos em ajudar a facilitar o fim desta guerra cruel e sem sentido. Este acordo sinaliza claramente à Rússia que o Governo Trump está comprometido com um processo de paz centrado em uma Ucrânia livre, soberana e próspera a longo prazo", afirma o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, no comunicado.

"E para deixar claro, nenhum Estado ou pessoa que financiou ou forneceu a máquina de guerra russa poderá se beneficiar da reconstrução da Ucrânia", pontua Bessent.

O Tesouro disse que tanto os Estados Unidos quanto o governo da Ucrânia estão ansiosos para operacionalizar rapidamente a parceria econômica histórica para os povos ucraniano e americano.

O acordo concederá aos EUA acesso privilegiado a novos projetos de investimento para desenvolver os recursos naturais ucranianos, incluindo alumínio, grafite, petróleo e gás natural, segundo informou a Bloomberg.

Acordo ocorre após semanas de negociações e tensões entre Washington e Kiev. Em 28 de fevereiro, o presidente e vice-presidente dos EUA, Donald Trump e JD Vance, discutiram, publicamente e em tom muito duro, com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma transmissão ao vivo do Salão Oval da Casa Branca. O encontro frustrou a expectativa de assinatura de um acordo na ocasião. Após a discussão, o presidente ucraniano deixou o local.

No último fim de semana, em encontro paralelo ao funeral do papa Francisco, em Roma, Trump e Zelensky tiveram uma reunião.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 30, que o chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), Elon Musk, "pode ficar o quanto quiser no governo" e que ele "tem ajudado o país de maneira tremenda, mas quer voltar para casa, para seus carros" na Tesla.

As declarações foram feitas durante uma reunião de gabinete com a equipe do governo republicano.

Trump também afirmou que Musk tem feito "sacrifícios" pelo país e voltou a agradecer ao CEO da Tesla. "Esse cara tem sido tratado de maneira muito maldosa ultimamente. Mas saiba que os americanos estão do seu lado", declarou.

Musk, por sua vez, agradeceu a Trump, mas não comentou se continuará à frente do Doge.

O Paquistão afirmou nesta quarta-feira, 30, que possui "informações confiáveis" de que a Índia planeja realizar um ataque militar no país nas próximas 24 a 36 horas "sob o pretexto de alegações infundadas e inventadas de envolvimento" e prometeu responder "com muita veemência".

Não houve comentários imediatos de autoridades indianas, mas representantes do governo da Índia disseram que o primeiro-ministro do país, Narendra Modi, "deu total liberdade operacional às forças armadas para decidir sobre o modo, os alvos e o momento da resposta da Índia ao massacre de Pahalgam".

A tensões entre Índia e Paquistão têm aumentado, após um ataque mortal a turistas na Caxemira - região que é dividida entre Índia e Paquistão e reivindicada por ambos em sua totalidade - na semana passada. O lado indiano busca punir o Paquistão e acusa-o de apoiar o ataque em Pahalgam, o que o lado paquistanês nega.