Moraes rejeita pedido de Zambelli para suspender julgamento no STF

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta segunda-feira, 12, o pedido da defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para que o julgamento contra ela fosse interrompido até que a Câmara dos Deputados decida se deve ou não suspender a ação penal. Conforme Moraes, o artigo 53 da Constituição Federal, que serviu de base para suspender o processo contra Alexandre Ramagem (PL-RJ), também não se aplica ao caso da parlamentar.

"Nenhum dos requisitos constitucionais para a aplicação do parágrafo 3º, do artigo 53 da Constituição Federal está presente", diz a decisão de Moraes. Para o ministro, como os crimes atribuídos a ela pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ocorreram antes de sua diplomação para o atual mandato, o artigo citado por sua defesa não pode ser evocado. O ministro também destacou que a fase de instrução do processo já foi concluída, e o julgamento final já está em curso, o que elimina a possibilidade de intervenção por parte da Câmara.

A defesa de Zambelli pleiteava que a Câmara realizasse o mesmo procedimento adotado recentemente em relação ao deputado Ramagem. Na ocasião, a maioria dos parlamentares aprovou a suspensão da ação penal ligada à suposta tentativa de golpe. Contudo, a Primeira Turma do STF determinou que tal suspensão só poderia beneficiar Ramagem e apenas em relação aos delitos que teriam ocorrido após sua diplomação, deixando de fora outros acusados pelo ataque aos três poderes de 8 de janeiro de 2023, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No despacho emitido na segunda-feira, Moraes afirmou: "Inaplicável a incidência do parágrafo 3º do artigo 53 do texto constitucional à deputada Carla Zambelli, pois além de iniciado o julgamento para decisão final, como bem salientado pelo Ministro Flávio Dino, 'o Poder Legislativo somente pode pretender suspender as ações contra parlamentares que tiverem como objeto de apuração crimes supostamente cometidos após a diplomação do mandato em curso'".

Na petição enviada ao STF na segunda-feira, a defesa informou que o Partido Liberal (PL) enviou um ofício ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em 29 de abril, solicitando a análise da ação penal, mas que até o momento não houve deliberação sobre o pedido.

A Constituição estabelece que, quando uma denúncia contra um parlamentar diz respeito a crimes cometidos após sua diplomação, o Legislativo pode decidir pela suspensão do processo, medida que vigora durante o mandato. Após o pedido de sustação, a Casa tem até 45 dias para deliberar.

Na mesma ação que julga Zambelli, já foi formada maioria de votos no STF para condenar o hacker Walter Delgatti a oito anos de prisão. Caso o julgamento fosse interrompido, a medida beneficiaria apenas a parlamentar.

Segundo a PGR, Zambelli e Delgatti foram responsáveis pela criação e inserção de documentos falsificados no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, forjado como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi registrado no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.

O voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, foi favorável à condenação, sendo acompanhado pelos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Flávio Dino. O julgamento agora aguarda apenas o voto de Luiz Fux.

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A Bolívia e os Estados Unidos normalizarão suas relações diplomáticas e em breve trocarão embaixadores, anunciaram o novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, e o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau.

Ambos reuniram-se após a cerimônia de posse de Paz, na Bolívia, e anunciaram o início de uma nova era nas relações diplomáticas entre os dois países. "É inusitado que não tenhamos tido embaixadores. É um passo importante e espero que possamos anunciá-los muito em breve", disse Landau, o diplomata americano de mais alto escalão que viajou ao país nos últimos anos.

O último embaixador norte-americano na Bolívia foi expulso em 2008 pelo então presidente boliviano Evo Morales, que acusou suposta espionagem interna e depois retirou do país a Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, também na sigla em inglês).

Landau, que foi embaixador de seu país no México, anunciou ainda que Washington está disposto a cooperar em vários campos com o novo governo boliviano. "O presidente Paz expressou seu interesse em manter uma boa relação com os Estados Unidos. De forma recíproca também queremos boas relações e estou certo de que assim o faremos", afirmou.

Paz, por sua vez, abriu a possibilidade de um possível retorno à DEA. "Todas as instituições não só dos Estados Unidos, mas de países fronteiriços que queiram trabalhar com a Bolívia para fazer um país mais seguro contra ilícitos, estarão e nós estaremos vinculados a essas nações", disse em coletiva de imprensa conjunta.

Na semana passada, antes de assumir o cargo, Paz viajou aos Estados Unidos para se reunir com organizações financeiras internacionais e buscar apoio para tirar seu país da pior crise econômica em quatro décadas.

Durante o governo de Morales (2006-2019) e de Luis Arce (2020-2025), a Bolívia se desvinculou dos Estados Unidos para fazer parte da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) junto a Cuba, Nicarágua e Venezuela, cujo bloco suspendeu este país andino após as aproximações de Paz com Washington.

Um terremoto com magnitude de 6,9 atingiu o norte do Japão neste domingo, 09, seguido por vários outros tremores, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Um aviso de tsunami de até um metro ao longo da costa da região foi emitido.

O terremoto ocorreu na costa, na região de Iwate, a uma profundidade de 16 quilômetros abaixo da superfície do mar, às 17h03, horário do Japão. Não há relatos de feridos ou danos, nem quaisquer relatos de anomalias nas duas usinas nucleares da área, até o momento. De acordo com a agência japonesa, a área estava sob risco de fortes terremotos há cerca de uma semana, especialmente nos próximos dois ou três dias.

Um tsunami de cerca de 10 centímetros foi detectado, chegando a 20 centímetros na área costeira de Kuji. Ondas de tsunami que ocorrem após terremotos podem continuar por algumas horas depois, atingindo a costa repetidamente, e aumentar com o tempo. Trens-bala na área foram temporariamente atrasados, de acordo com a operadora ferroviária JR East. Cortes de energia também ocorreram.

Apesar do alerta, um funcionário da agência afirmou que nada indica que a ocorrência se assemelhe à ocorrida em Fukushima, em março de 2011, que matou quase 20 mil pessoas, e danificou severamente uma estação nuclear. O Japão, que está localizado no "anel de fogo" do Pacífico, é um dos países mais propensos a terremotos no mundo.

A sessão de fim de semana do Senado americano para acabar com o shutdown mostrou poucos sinais de progresso neste sábado, já que o desejo do líder da maioria no Senado, John Tune, por uma votação rápida não se concretizou.

O shutdown, que já dura 39 dias, está afetando cada vez mais o país, com trabalhadores federais sem receber salários, companhias aéreas cancelando voos e benefícios de vale-alimentação atrasados para milhões de americanos.

A sessão deste sábado começou de forma conturbada, visto que o presidente Donald Trump já havia deixado claro que é improvável que ele faça concessões com os democratas, que buscam prolongar em um ano os benefícios fiscais do Obamacare. Trump disse nas redes sociais que é "o pior sistema de saúde em qualquer lugar do mundo" e sugeriu que o Congresso envie dinheiro diretamente para as pessoas adquirirem seguros.

Thune disse que a proposta de Trump não faria parte de uma solução para acabar com o shutdown, mas acrescentou que "é uma discussão que o presidente e todos nós queremos ter".

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.