Operação no RJ bloqueia R$ 220 milhões de grupo que fraudava licitações

Política
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu na terça-feira, 13, diversos cavalos, avaliados em R$ 6 milhões, 12 veículos - inclusive um carro de luxo de mais de R$ 1,77 milhão - além de R$ 220 milhões supostamente desviados dos cofres públicos. Os bens foram bloqueados pela Operação Caballus, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro e fraude de licitações em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.

Os agentes do Departamento-Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) apuraram que o grupo criminoso operava por meio de ao menos três empresas, aparentemente de fachada. Essas empresas venciam licitações realizadas por municípios do Estado do Rio de Janeiro, principalmente em Campos dos Goytacazes.

Segundo a Polícia Civil, os contratos das licitações tinham a finalidade de fornecer medicamentos e materiais hospitalares, desviando os recursos públicos, em tese, arrecadados ilicitamente, para o líder da quadrilha.

Além do desvio de recursos públicos, a investigação identificou transações suspeitas de lavagem de dinheiro. Parte dos valores repassados às empresas contratadas por prefeituras era utilizada para pagar impostos relacionados a um haras de propriedade do principal investigado.

A operação apurou que o suspeito ostenta alto poder aquisitivo, sendo sócio de várias empresas e proprietário de um haras, uma embarcação e diversos veículos de alto padrão.

Durante a apuração, foram identificadas transações suspeitas realizadas por investigados e empresas interpostas, no período de 2018 a 2023. Nesse intervalo, houve movimentação financeira de, pelo menos, R$ 220 milhões.

Veja o que foi apreendido

A operação marca a conclusão da primeira fase das investigações, na qual foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão contra seis alvos. Também foi solicitado o bloqueio judicial dos R$ 220 milhões pertencentes ao grupo criminoso.

Nesta etapa, foram apreendidos: computadores, celulares, 45 cavalos avaliados em aproximadamente R$ 6 milhões, 12 veículos - incluindo três carros de luxo das marcas Porsche (avaliado em R$ 1,7 milhão), Dodge RAM (R$ 370 mil) e BMW X1 (R$ 350 mil) - além de triciclos, quadriciclos, tratores e documentos diversos.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.