O que levou Marina a sair do governo em 2008 e o que enfrenta na gestão Lula 3

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Há 17 anos, também no mês de maio e chefiando a pasta do Meio Ambiente de um governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva pedia demissão do cargo.

O desembarque do governo petista, do qual fazia parte desde o primeiro dia do primeiro mandato, ocorreu após uma série de desgastes entre ela e outros governistas e foi simbolicamente encerrado com uma carta de demissão, em que Marina destacou "crescentes resistências junto a setores importantes do governo e da sociedade".

Duas entre várias disputas internas que envolviam tentativas de sobrepor interesses econômicos à preservação ambiental se destacaram no agravamento da crise que levou a sua saída da pasta.

Uma semana antes de deixar o cargo, como mostrou o Estadão na época, Marina se considerou desprestigiada com a decisão de Lula de entregar o comando do Plano Amazônia Sustentável (PAS), gestado desde 2003, ao então ministro da Secretaria Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. Segundo narraram assessores do Palácio, a ministra "quase caiu da cadeira" quando foi informada da decisão.

O processo de desgaste se acentuou um ano antes, quando o não andamento de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi atribuído ao atraso na concessão de licenças ambientais pelo Ibama. Marina chegou a protagonizar disputas com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Os interesses de Dilma para o PAC contrariavam a política ambiental defendida por Marina, que acabou tendo de ceder ao licenciamento de obras de infraestrutura na região amazônica.

O próprio presidente fez críticas públicas à área sob comando da ambientalista quando a falta de licenças atrasou o processo de leilão das usinas do Rio Madeira.

Agora, novamente à frente da pasta do meio ambiente e em um cenário mais desafiador pelos efeitos das mudanças climáticas causando desastres nas cidades e no campo, Marina volta a enfrentar resistência no próprio governo.

Em fevereiro, Lula defendeu os estudos para a exploração de petróleo na Margem Equatorial e disse que "ninguém pode proibir" as pesquisas para avaliar a região, além de afirmar que o Ibama estava de "lenga-lenga" e parecia ser "contra o governo".

Em audiência pública para discutir a criação de reservas extrativistas no Amapá nesta terça-feira, 27, senadores em defesa da exploração mineral na região usaram o mesmo tom de críticas para interrogar e criticar a ministra, convidada pelos parlamentares para a sessão.

Omar Aziz (PSD-AM) gritou: "A senhora atrapalha o desenvolvimento do nosso País". Plínio Valério (PSDB-AM), que em março já havia dito ter vontade de enforcá-la, falou que a ministra não merecia respeito. Diante da conduta, Marina exigiu um pedido de desculpas de Valério e, com a negativa, deixou a sessão.

Apesar de Lula ter ligado para a ministra, dizendo que ela agiu corretamente ao se retirar da sala da comissão, senadores petistas, como Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Jaques Wagner (PT-BA), não estiveram presentes na hora do entrevero final. Como mostrou a colunista Vera Rosa, apesar da ausência, Raldolfe negou que o governo tenha abandonado Marina à própria sorte.

Em outra categoria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, em publicação na Truth Social, que uma eventual decisão desfavorável da Suprema Corte sobre as tarifas de importação poderia gerar um impacto superior a US$ 3 trilhões.

Segundo Trump, o valor inclui investimentos já realizados, previstos e devoluções de recursos. "A Suprema Corte recebeu números errados. O 'desmonte', em caso de decisão negativa sobre as tarifas, seria superior a US$ 3 trilhões."

O presidente acrescentou que o país não teria como compensar uma perda dessa magnitude, classificando o cenário como um "evento de segurança nacional intransponível" e "devastador para o futuro" dos Estados Unidos.

Passageiros aéreos nos Estados Unidos devem enfrentar mais cancelamentos e atrasos nesta semana, mesmo que a paralisação do governo termine, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). A agência está ampliando os cortes de voos em 40 dos principais aeroportos do país, em meio à escassez de controladores de tráfego aéreo não remunerados há mais de um mês.

O planejamento do órgão regulador é de aumentar a redução para 6% nesta terça; 11,% na quinta, 13; e, atingir os 10% na próxima sexta, 14. Na segunda-feira, 10, as companhias aéreas cancelaram mais de 2,3 mil voos, e outros mil previstos para hoje já estavam suspensos.

O presidente norte-americano Donald Trump usou as redes sociais para pressionar os controladores a "voltarem ao trabalho agora", prometendo um bônus de US$ 10 mil aos que permaneceram em serviço e sugerindo cortar o pagamento dos que faltaram. As declarações foram criticadas por parlamentares democratas, que afirmaram que os profissionais merecem apoio, e não ameaças. O sindicato da categoria acusou o governo de usar os controladores como "peões políticos" na disputa orçamentária.

Embora o Senado tenha aprovado uma proposta para reabrir o governo, a medida ainda precisa ser votada pela Câmara. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que os cortes de voos continuarão até que os níveis de pessoal se estabilizem. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu não saber de onde virão os recursos para bancar os bônus de US$ 10 mil prometidos a controladores de voo que permaneceram trabalhando durante a paralisação do governo federal. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 10.

No mesmo dia, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para encerrar a paralisação governamental mais longa da história do país, que chegou a 41 dias. "Não sei. Vou conseguir de algum lugar. Sempre consigo dinheiro de algum lugar. Não importa", afirmou Trump em entrevista à apresentadora Laura Ingraham, da Fox News.

Mais cedo, o presidente havia proposto o pagamento dos bônus como forma de reconhecer os profissionais que não faltaram ao trabalho, mesmo sem receber salários há mais de um mês. A paralisação levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a reduzir o tráfego aéreo em 40 dos principais mercados do país.

Trump já havia redirecionado recursos de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono para garantir o pagamento de salários de militares durante a paralisação. (Com informações da Associated Press)