Haddad no PR: servir governo Lula é interessante, por mais que sofra, tem dias como hoje

Política
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é interessante servir ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva porque, a despeito das críticas, há momentos que compensam, como o evento de entrega relacionadas ao programa Terra da Gente, com ações de reforma agrária. O ministro viajou para Ortigueira, no Paraná, para participar da cerimônia. A viagem, ao lado de Lula, ocorre no momento em que a equipe econômica está na mira do Congresso e do setor privado após propor a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para recomposição das receitas.

"Servir ao governo do presidente Lula é sempre uma coisa interessante. Por mais que você sofra, com o tanto que você é criticado, que você é isso, que você é aquilo, tenha o dia de hoje para apagar todo o sofrimento e a gente celebrar a vida de vocês", disse o ministro durante o evento do programa Terra da Gente. A visita oficializa a criação do assentamento de mais de 440 famílias na comunidade Maila Sabrina, entre os municípios de Ortigueira e Faxinal, na região centro-sul dos Campos Gerais do Paraná.

Em seu discurso, Haddad relembrou do passado do pai, agricultor, e comentou que já teve uma atuação com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Eu já dei muita aula para o MST, convidado pela direção do movimento, mas eu tive muito mais aula do que dei do MST, porque as pessoas precisam compreender o sentido da luta de vocês. Vocês são agentes transformadores desse País, vocês lembram a todo momento, ao contrário do que dizem, que vocês conhecem a Constituição e querem fazer cumprir a Constituição. É exatamente o oposto do que tentam disseminar", disse.

O ministro frisou que o MST, ao pedir uma área improdutiva, transforma a região produzindo alimentos e gerando trabalho. "Vocês estão nos lembrando que existe uma Constituição que determina que a terra produza, que determina que a terra alimente, que determina que a terra acolha. É um ensinamento que a gente não pode desistir do Brasil, não pode desistir de desenvolver esse País", disse.

Antes de Haddad falar no evento, o advogado-geral da União, Jorge Messias, fez um breve discurso. Ele começou quebrando o protocolo e pedindo para que Haddad ficasse ao seu lado. Ao fim, quando o ministro da Fazenda já havia retornado ao seu lugar na cerimônia, Messias lhe dirigiu palavras de apoio. "Haddad, obrigado companheiro, eu quero dizer pra você que é um orgulho, é uma honra servir no governo do presidente Lula ao teu lado. Eu sei o que você passa, eu sei a tua luta e nós estamos juntos, companheiro. Um abraço, viu?", disse.

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A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.