Juiz abre ação contra dono de clínica como mandante de agressão a jornalista no Recife

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A Justiça de Pernambuco acatou denúncia do Ministério Público estadual contra o empresário Rodrigo Tavares Ramos, de 35 anos - dono de clínica médica no Recife -, acusado de ter sido o mandante de um atentado 'covarde' contra o jornalista e blogueiro Ricardo Antunes. Segundo a Promotoria, Rodrigo Tavares pediu a seu amigo Pedro Henrique Costa de Oliveira, 29, que agredisse o jornalista.

O Estadão busca contato com a defesa do empresário e de Pedro Henrique, ambos denunciados por lesões corporais.

O crime ocorreu no dia 13 de novembro do ano passado, por volta de 15 horas. Antunes sofreu graves ferimentos no rosto. Laudo de perícias traumatológicas indica que ele sofreu 'deformidade permanente estética na face', limitação de abertura da mandíbula e outras lesões.

O Ministério Público afirma que o empresário foi o 'autor intelectual do crime'. "A motivação do covarde crime foram postagens do jornalista sobre supostas ilicitudes que ocorriam na clínica em que Rodrigo Tavares era o dono, a LP Saúde, como a agressão a uma paciente, a utilização de 'CRM vencido' e suposta falsificação de assinaturas", assinala o promotor de Justiça João Alves de Araújo, autor da denúncia.

A acusação formal foi recebida pelo juiz Laiete Jatobá Neto, da 3.ª Vara Criminal do Recife. Ele viu 'indícios suficientes de autoria' e mandou citar Rodrigo Ramos e Pedro Henrique para apresentarem resposta escrita à acusação, no prazo de dez dias.

O ataque a Ricardo Antunes foi filmado por uma pessoa ainda não identificada que estaria ao volante de um carro. As cenas do espancamento foram imediatamente divulgadas nas redes sociais. Para o promotor esse detalhe indica que o crime foi premeditado com o 'intuito de violar a honra da vítima e sua imagem'.

O jornalista, que dirige um blog de grande repercussão no Recife, foi emboscado quando saía de uma barbearia na avenida Conselheiro Aguiar. "Pedro Henrique, por ordens do acusado Rodrigo Tavares Ramos, ambos em perfeita comunhão de desígnios, vontades e ações, ofendeu a integridade corporal do sr. Ricardo César do Vale Antunes, a qual resultou em deformidade permanente na vítima", afirma o promotor.

"Naquele dia, a vítima, jornalista com um blog de notícias de amplo acesso e muito famoso, foi surpreendida pela chegada do acusado que lhe aplicou um forte soco na região da face e, quando ela já estava ao chão, voltou a ser atacada, de forma ainda mais incisiva, vindo a sofrer mais socos que lhe causaram as lesões corporais", sustenta a acusação.

Segundo a denúncia, a relação entre Pedro Henrique e Rodrigo Tavares 'é próxima e pode ser comprovada por vídeos que constam nos autos'. O promotor ressalta que o empresário 'conta com histórico de violência e coleciona boletins de ocorrência contra si pelo crime previsto no artigo 147 do Código Penal'. O 147 define o crime de ameaça.

O atentado contra Ricardo Antunes foi condenado por 12 entidades do jornalismo, incluindo a Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), Fenaj (Federação Nacional de Jornalismo) e Sinjope (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco). Todas pedem punição aos agressores.

Em outra categoria

Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press