CCJ do Senado adia mais uma vez votação do Código Eleitoral

Política
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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal decidiu por adiar mais uma vez a votação do Código Eleitoral em sessão desta quarta-feira, 11. Senadores reclamam que o relator do projeto de lei, Marcelo Castro (MDB-PI), apresentou um novo adendo de mais de 500 páginas ainda na quarta-feira, impossibilitando a total análise da proposta.

O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), sugeriu que um representante de cada partido e os líderes do colegiado discutissem com o relator para apresentar um texto definitivo para votação no dia 9 de julho.

Castro manifestou preocupação com esse novo adiamento. "Não vejo nenhum motivo para a gente postergar uma matéria dessa. Por que se fizermos isso, a Câmara vai ficar sem tempo, e ela precisa ser votada até o final de setembro para viger na próxima eleição", disse.

O atual texto tem 349 emendas apresentadas. Foi estabelecido o prazo limite de apresentação de emendas até o dia 2 de julho.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também mantêm críticas ao texto e fizeram defesas ao voto impresso. O senador Esperidião Amin (PP-SC) apresentou emenda propondo o modelo de votação - essa emenda foi rejeitada pelo relator.

Em 2021, a Câmara dos Deputados já analisou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) sobre o voto impresso e acabou derrotado em votação no plenário da Casa.

O grupo reclama, especialmente de um trecho do novo texto que criminaliza divulgar ou compartilhar, no âmbito de propaganda eleitoral, fatos "inverídicos" para causar desestímulo ao exercício do voto ou deslegitimação do processo eleitoral. Quem fizer o mesmo na internet no período de três meses antes da eleição, pode receber multa de R$ 30 mil a R$ 120 mil reais, também segundo a redação.

"Estamos tratando de censura", afirmou Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado. "Isso aqui é muito mais um compêndio ideológico. Uma tentativa de criminalização da liberdade e da institucionalização da fake news, que nem tipo penal é", disse Magno Malta (PL-ES).

Senadores também criticam a decisão do relator de aplicar uma quarentena de dois anos para policiais, militares juízes e promotores. "Não faz o menor sentido constitucional. Estão tentando praticar uma discriminação contra a categoria da segurança pública com base em ilações", disse Alessandro Vieira (MDB-SE).

O projeto de lei prevê uma reserva de 20% das cadeiras nas eleições proporcionais para mulheres. Ainda há a obrigatoriedade de que os partidos reservem pelo menos 30% das vagas para candidaturas femininas nas eleições. O texto, porém, não prevê uma punição para os infratores.

Como antecipou o Estadão, o relator também propôs uma proibição para os chamados "campeonatos de cortes" de vídeos.

A tática foi usada por Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo em 2024, para turbinar a própria audiência nas redes sociais por meio de pagamentos a quem conseguisse gerar maior alcance ao conteúdo a favor do coach. A prática embasou uma de suas condenações na Justiça Eleitoral por abuso de poder econômico, que levou à sua inelegibilidade.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse há pouco que a BBC alterou seu discurso de 6 de janeiro de 2021, dia da invasão ao Capitólio, e celebrou a demissão de "pessoas muito desonestas que tentaram influenciar uma eleição presidencial".

"As principais pessoas da BBC, incluindo TIM DAVIE, o CHEFE, estão todas se demitindo/DEMITIDAS, porque foram pegas 'alterando' meu excelente (PERFEITO!) discurso de 6 de janeiro. Além de tudo, eles são de um país estrangeiro, que muitos consideram nosso Aliado Número Um. Que coisa terrível para a Democracia!", escreveu o republicano na Truth Social.

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo nesta trade. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso de Trump para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já embarcou de volta ao Brasil. A previsão é que Lula desembarque em Belém (PA) por volta das 19h30.

O presidente viajou a Santa Marta, na Colômbia, para participar da cúpula Celac-União Europeia neste domingo. O compromisso foi rápido. Lula chegou em Santa Marta por volta das 11h30, participou da reunião e já embarcou de volta a Belém.

Na segunda-feira, 10, ele participa da abertura oficial da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que as consequências econômicas da prolongada paralisação do governo federal estão se intensificando, dizendo que a situação está ficando "cada vez pior", à medida que as interrupções se espalham por setores-chave e pressionam as finanças públicas.

"Vimos um impacto na economia desde o primeiro dia, mas está ficando cada vez pior. Tivemos uma economia fantástica sob o presidente Trump nos últimos dois trimestres, e agora há estimativas de que o crescimento econômico para este trimestre poderia ser reduzido pela metade se a paralisação continuar", disse ele em entrevista à ABC neste domingo.

De forma semelhante, o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, pontuou hoje que o crescimento do quarto trimestre pode ser negativo se o shutdown se prolongar.

Hassett, falando ao programa "Face the Nation" da CBS, observou que a escassez de controladores de tráfego aéreo estava causando grandes atrasos nas viagens na preparação para o feriado de Ação de Graças. "Essa época é uma das mais movimentadas do ano para a economia... e se as pessoas não estiverem viajando nesse momento, então realmente poderíamos estar olhando para um trimestre negativo", acrescentou.