Juiz nega dar ordem para Doria apagar post em que atribui 'vídeo fake' à vizinha

Política
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No primeiro capítulo da batalha judicial travada com a vizinha Alessandra Maluf, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), saiu ganhando. A Justiça negou baixar uma ordem para que o tucano remova das redes sociais a publicação em ela é citada nominalmente como autora do vídeo que atribuiu a João Doria Neto, o Jhonny, uma 'festa com música ao vivo' na noite da última sexta-feira, 5, quando o Estado estava prestes a voltar para a fase mais restritiva do plano de combate ao novo coronavírus.

"A publicação apontou decerto ao produtor do conteúdo e não contém qualquer expressão de baixo calão, adjetivo desairoso ou mesmo ameaça à integridade da autora. Não vislumbro, pois, elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo", decidiu o juiz Marcelo Augusto de Oliveira, da 41ª Vara Cível de São Paulo.

O caso foi judicializado pelo governador que, depois de usar as redes sociais para desmentir a informação, decidiu formalizar uma queixa-crime contra os responsáveis pelo vídeo que espalhou a notícia. A gravação foi feita da casa da vizinha, que registrou a música alta no imóvel da frente no Jardim Europa, bairro nobre na zona sul da capital paulista, onde disse morar o filho mais velho de Doria.

"Filho do Doria fazendo festa. Está lotado aí dentro. Festa com som. Ali é a casa do Doria e aqui é o filho. As polícias todas lá para proteger ele e aqui o filho dando festa em plena pandemia. Muito bem. Com música ao vivo, tá? Muito bem. Parabéns. Ele fecha o País, mas o filho está dando uma festa aqui do lado da casa dele. Música ao vivo, legal, a vida continua para ele", narra a voz feminina no vídeo e, ao fundo, se ouve o que parece uma banda.

Em uma primeira manifestação à Justiça, Alessandra Maluf confirmou que gravou o vídeo e reiterou que pretende comprovar que o imóvel pertence ao filho de Doria.

A assessoria do governo informou ao Estadão que a casa é alugada e Jhonny não é o morador. O blog apurou que, enquanto uma mulher tentava registrar a suposta festa, Doria chegou a ir até a rua, acompanhado por seguranças, para verificar a movimentação e acabou sendo fotografado no local. De acordo com o governo, ele 'foi até lá pedir educadamente que abaixassem o som'.

"Foi solicitado à dona da casa que abaixasse o volume, e o pedido foi prontamente atendido por ela. Não houve portanto festa, música ao vivo e muito menos a prática de aglomeração na residência. O filho do governador sequer mora no local, nem estava em São Paulo nesta data", informou o governo.

Com a repercussão do caso, a atriz e cantora Mariana Rios veio a público dizer que ela é a moradora da casa. Ela confirmou a versão do governador de que estava com mais três amigos escutando música e cantando em um karaokê quando Doria bateu na porta para esclarecer se havia uma festa no local.

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Esta é a primeira eleição sob a liderança de Wong desde que ele sucedeu Lee Hsien Loong, que deixou o cargo no ano passado após duas décadas no comando da cidade-Estado.

Conhecido por seu governo limpo e eficaz, o PAP é visto como símbolo de estabilidade e prosperidade. Embora uma vitória esteja praticamente garantida, o apoio ao partido tem diminuído devido ao descontentamento com o controle estatal e o alto custo de vida. A crescente desigualdade de renda, a dificuldade de acesso a moradias, a superlotação causada pela imigração e as restrições à liberdade de expressão também desgastaram a popularidade do partido.

A oposição admite que não pode derrotar o PAP, mas pede aos eleitores uma representação mais forte no Parlamento.

O Escritório Federal para a Proteção da Constituição, serviço de inteligência nacional alemão, informou nesta sexta-feira, 2, que classificou o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), o segundo mais votado nas eleições nacionais de fevereiro, como uma organização "extremista de direita", o que coloca suas atividades sob uma vigilância mais ampla e rigorosa.

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Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

A Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (CPI) divulgou nesta sexta-feira, 2, que o TikTok não conseguiu demonstrar que quaisquer dados de usuários enviados à China estão protegidos do acesso governamental sob as leis chinesas que abrangem questões como espionagem e segurança cibernética.

O órgão regulador irlandês, que lidera a aplicação da lei de privacidade da União Europeia (UE) para o TikTok, ordenou que o aplicativo de vídeos pare de transferir dados de usuários para a China dentro de seis meses se não puder garantir o mesmo nível de proteção que na UE.

O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.