Lula não se manifesta e Alcolumbre vai promulgar lei que cria Dia da Amizade Brasil-Israel

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não se manifestou dentro do prazo constitucional e deixou para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) promulgar a lei que define o Dia da Amizade entre Brasil e Israel. A proposta foi aprovada no Congresso no dia 29 maio deste ano e tinha 15 dias úteis para ser sancionada pelo petista.

Nesta segunda-feira, 23, um ofício assinado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, foi enviado ao Senado. No documento, o ministro reencaminha ao Legislativo a assinatura da lei.

Como o presidente não se manifestou sobre a sanção da lei, a proposta segue automaticamente para ser promulgada por Alcolumbre. A prática é prevista na Constituição e é chamada de sanção tácita. "Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do presidente da República importará sanção", segundo o texto.

O Estadão entrou em contato com o Palácio do Planalto, mas não havia obtido resposta até a publicação desta matéria.

O projeto de lei estabelece o dia 29 de novembro como a data de celebração da amizade entre as duas nações. A escolha remete à mesma data, em 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a criação do Estado de Israel, com destaque para a atuação do embaixador brasileiro Oswaldo Aranha, então presidente da Assembleia Geral.

Segundo o autor do projeto, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), o objetivo da proposta é formalizar as comemorações da data e incentivar as relações de cooperação política, econômica e cultural entre os dois países, "em prol de maior solidariedade e integração".

Governo Lula e Israel

Em paralelo à promulgação da lei, o governo Lula passa por um período de tensões diplomáticas com os israelenses. O presidente recebeu críticas por suas declarações contrarias à gestão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu pelos rumos tomados na guerra entre Israel e Hamas.

Lula é considerado persona non-grata em Israel em razão de uma declaração feita em fevereiro de 2024, durante viagem à Etiópia, na qual classificou as ações de Israel no território palestino como genocídio comparável ao Holocausto produzido pela Alemanha nazista.

"O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse na ocasião.

A declaração de um chefe de Estado como persona non-grata é uma medida excepcional nas relações diplomáticas e indica um alto grau de reprovação do País autor da medida.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, classificou a declaração de Lula como um ataque antissemita por, segundo ele, comparar as "ações de Hitler que mataram 6 milhões de judeus" com a "guerra justa na Faixa de Gaza".

Além disso, em junho deste ano, ao lado de Emmanuel Macron em Paris, Lula acusou Israel de cometer "genocídio premeditado" na Faixa de Gaza.

Israel disse que críticas como as de Lula são antissemitas e instigam o ódio contra a comunidade judaica. Em resposta, o governo israelense deu uma reprimenda pública no embaixador brasileiro Frederico Meyer. Após o episódio, o Itamaraty tirou o diplomata de Israel. Desde então, as relações com o Brasil estão frias.

Além do conflito com o Hamas, Israel está em guerra com o Irã, após uma ofensiva militar contra o país persa, no dia 12 de junho. Lula também se posicionou contrário a ofensiva militar israelense.

Em nota publicada no domingo, 22, o presidente condenou os ataques recentes de Israel e dos Estados Unidos contra as instalações nucleares do Irã, no que foi classificado pelo Itamaraty como "violação da soberania" do País persa e do direito internacional.

Dia da Amizade entre Brasil e Israel

O projeto que institui o Dia da Amizade entre Brasil e Israel foi enviado ao Congresso pelo governo Dilma Rousseff (PT), em 2013. Naquele mesmo ano, a petista vetou um texto que propunha a celebração das relações entre os dois países no dia 29 de novembro, mesma data em que se comemora o "Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina", criado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O dia 12 de abril foi escolhido por Dilma como data alternativa em referência ao decreto que criou a representação brasileira em território israelense, em 1951.

O Estado de Israel foi fundado em 1948, após aprovação de uma resolução pela ONU. A primeira versão do projeto enviado pela ex-presidente foi aprovada em 2019 pela Câmara e o texto final foi aprovado pelo Senado no último dia 20 de junho.

Em outra categoria

A matéria publicada anteriormente continha erros de grafia na identificação de um dos personagens nos parágrafos 9, 10, 11 e 13. O nome correto é Michael Wolff, não Michael Wokff como havia sido grafado. Segue a versão corrigida:

Os democratas do Comitê de Fiscalização da Câmara dos Estados Unidos divulgaram nesta quarta-feira, 12, uma série de e-mails do empresário Jeffrey Epstein em que ele afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "sabia das meninas", muitas das quais eram menores de idade, e teria "passado horas" com uma das vítimas dos crimes cometidos por Epstein.

As mensagens foram trocadas após o acordo de confissão firmado por Epstein em 2008, na Flórida, quando o magnata admitiu comandar rede de tráfico sexual. Segundo o governo americano, o bilionário explorou sexualmente mais de 250 meninas.

Onze anos depois, o caso voltou à tona, o acordo foi considerado inválido e a prisão do bilionário por tráfico sexual foi determinada. Segundo as autoridades, ele se matou poucos dias depois de ser preso.

Os documentos, de acordo com os congressistas, foram selecionados de milhares de páginas e levantam novas dúvidas sobre o relacionamento entre Trump e Epstein, que mantiveram contato por anos antes do escândalo de exploração sexual vir à tona.

Após a divulgação, a Casa Branca acusou os democratas de conduzirem uma campanha de difamação. "O fato é que o presidente Trump expulsou Jeffrey Epstein de seu clube décadas atrás por assediar suas funcionárias, incluindo Giuffre", afirmou a secretária de imprensa Karoline Leavitt, em nota.

Veja os e-mails divulgados na íntegra:

Em um e-mail endereçado a Ghislaine Maxwell, sócia e namorada de Epstein, em abril de 2011, o empresário menciona o presidente americano.

"Quero que você perceba que aquele cachorro que não latiu é Trump." Ele acrescentou que uma vítima não identificada "passou horas na minha casa com ele, ele nunca foi mencionado uma única vez." "Tenho pensado nisso," escreveu Maxwell, em resposta.

Em outro e-mail que Epstein enviou a Michael Wolff, o empresário afirmou: "Trump disse que me pediu para renunciar, nunca fui membro, é claro que ele sabia sobre as meninas, pois pediu a Ghislaine para parar", escreveu.

Um terceiro e-mail divulgado mostra Epstein questionando Wolff sobre como abordar o relacionamento deles, já que o republicano estava se tornando uma figura de relevância nacional.

"Ouvi dizer que a CNN planeja perguntar ao Trump esta noite sobre sua relação com você, seja ao vivo ou em entrevista coletiva após o evento", escreveu Wolff.

"Se pudéssemos elaborar uma resposta para ele, qual você acha que deveria ser?", questionou Epstein.

"Acho que você deveria deixá-lo se enforcar. Se ele disser que não participou do plano nem foi à casa, isso lhe dará um valioso capital político e de relações públicas.", respondeu Wolff.

"Você pode enforcá-lo de uma forma que potencialmente gere um benefício positivo para você ou, se realmente parecer que ele pode ganhar, você pode salvá-lo, gerando uma dívida. É claro que é possível que, quando questionado, ele diga que Jeffrey é um ótimo sujeito, que foi injustiçado e é vítima do politicamente correto, que será proibido no regime de Trump", concluiu.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que o presidente americano, Donald Trump, só deve concordar com um novo encontro com o líder da Rússia, Vladimir Putin, se houver uma chance real de encerrar o conflito no Leste Europeu, em comentários para repórteres após a reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7 no Canadá.

"Houve concordância de ambos os lados de que, na próxima vez em que os presidentes se encontrarem, precisa haver um resultado concreto - precisamos saber de antemão que temos uma chance real de obter algo positivo", mencionou.

Rubio também alegou que parte da estratégia de Moscou na guerra é "minar a moral e a vontade de lutar dentro" da Ucrânia e, por isso, os americanos têm discutido armas de defesa com Kiev.

À medida que os ataques renovados da Rússia à infraestrutura energética da Ucrânia causam apagões antes do inverno, um grande escândalo de desvio de verbas e subornos envolvendo a empresa estatal de energia nuclear colocou altos funcionários sob escrutínio. A situação está se tornando uma das crises governamentais mais significativas desde a invasão em grande escala de Moscou.

Em resposta à reação pública, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a demissão dos ministros da Justiça, Herman Halushchenko, e da Energia, Svitlana Grynchuk, em meio à investigação, e a primeira-ministra do país, Yuliia Svyrydenkoles, afirmou que eles apresentaram suas renúncias.

"Entre outras coisas, trata-se de uma questão de confiança", disse Zelensky em um vídeo publicado em seu canal no Telegram.

*Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícas em tempo real do Grupo Estado.