Bolsonaro faz o menor ato na Paulista contra o STF

Política
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Sob o mote "Justiça já", o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista reuniu neste domingo, 29, o menor número de participantes, em São Paulo, desde que ele deixou o governo, no fim de 2022. Levantamento feito pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo, mostra que 12,4 mil pessoas estiveram na manifestação.

Embora houvesse ali pedidos de anistia aos condenados pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro, os discursos se concentraram em críticas ao governo Lula, ao Supremo Tribunal Federal (STF), e nas perspectivas para 2026.

"Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil", disse Bolsonaro, que é réu no STF. "Não interessa onde eu esteja. Aqui ou no além, quem estiver na liderança (do Congresso) vai mandar mais que o presidente da República", completou.

Inelegível até 2030, Bolsonaro corre o risco de ser preso por tentativa de golpe. O julgamento no STF deve terminar ainda neste ano.

O ex-presidente atua para eleger seus aliados no Congresso. Se tiver maioria no Senado, por exemplo, o grupo político de Bolsonaro pode aprovar até mesmo o impeachment de ministros do STF. O principal alvo é Alexandre de Moraes, relator das investigações sobre o 8 de janeiro de 2023.

"A gente está aqui para pedir anistia e pacificação", disse o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ao lado de Bolsonaro.

Cotado para substituir o ex-presidente na chapa de 2026, Tarcísio estimulou o público a gritar "Fora PT" e "Volta, Bolsonaro". "Vamos dar essa resposta no ano que vem, porque vamos nos reencontrar com a esperança, com a nossa vocação de ser grande. Vamos nos reencontrar com esse líder", afirmou.

Os outros três governadores presentes - Romeu Zema (Minas Gerais), Cláudio Castro (Rio de Janeiro) e Jorginho Mello (Santa Catarina) não discursaram.

Mesmo com o ato do domingo esvaziado, Bolsonaro não passou recibo. "Faço um desafio à esquerda de colocar nas ruas um terço da quantidade de gente que nós colocamos", disse.

Queda

O público, no entanto, vem caindo a cada manifestação. Em fevereiro de 2024, quando o ex-presidente esteve na mesma avenida pedindo anistia aos condenados do 8 de Janeiro, 185 mil pessoas passaram por lá, segundo o monitor da USP. Já no último dia 6 de abril foram 44,9 mil.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), atribuiu o baixo comparecimento à proximidade das férias de julho e ao jogo do Flamengo contra o Bayern de Munique pela Copa do Mundo de Clubes.

"Make Brazil great again!", exclamou Bolsonaro, ao tentar falar inglês, mais uma vez, numa referência ao bordão do presidente dos EUA, Donald Trump. Em uma das faixas próximas ao carro de som era possível ler as inscrições "Bolsotrump" e "Trumponaro". Havia, ainda, cartazes com críticas às urnas eletrônicas.

Ao Estadão, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o STF precisa reverter as "bizarrices jurídicas" capitaneadas por Moraes contra Bolsonaro. "Querem me eliminar", insistiu o ex-presidente em discurso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Bolívia e os Estados Unidos normalizarão suas relações diplomáticas e em breve trocarão embaixadores, anunciaram o novo presidente da Bolívia, Rodrigo Paz, e o subsecretário de Estado dos Estados Unidos, Christopher Landau.

Ambos reuniram-se após a cerimônia de posse de Paz, na Bolívia, e anunciaram o início de uma nova era nas relações diplomáticas entre os dois países. "É inusitado que não tenhamos tido embaixadores. É um passo importante e espero que possamos anunciá-los muito em breve", disse Landau, o diplomata americano de mais alto escalão que viajou ao país nos últimos anos.

O último embaixador norte-americano na Bolívia foi expulso em 2008 pelo então presidente boliviano Evo Morales, que acusou suposta espionagem interna e depois retirou do país a Administração de Repressão às Drogas (DEA, na sigla em inglês) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, também na sigla em inglês).

Landau, que foi embaixador de seu país no México, anunciou ainda que Washington está disposto a cooperar em vários campos com o novo governo boliviano. "O presidente Paz expressou seu interesse em manter uma boa relação com os Estados Unidos. De forma recíproca também queremos boas relações e estou certo de que assim o faremos", afirmou.

Paz, por sua vez, abriu a possibilidade de um possível retorno à DEA. "Todas as instituições não só dos Estados Unidos, mas de países fronteiriços que queiram trabalhar com a Bolívia para fazer um país mais seguro contra ilícitos, estarão e nós estaremos vinculados a essas nações", disse em coletiva de imprensa conjunta.

Na semana passada, antes de assumir o cargo, Paz viajou aos Estados Unidos para se reunir com organizações financeiras internacionais e buscar apoio para tirar seu país da pior crise econômica em quatro décadas.

Durante o governo de Morales (2006-2019) e de Luis Arce (2020-2025), a Bolívia se desvinculou dos Estados Unidos para fazer parte da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA) junto a Cuba, Nicarágua e Venezuela, cujo bloco suspendeu este país andino após as aproximações de Paz com Washington.

Um terremoto com magnitude de 6,9 atingiu o norte do Japão neste domingo, 09, seguido por vários outros tremores, segundo a Agência Meteorológica do Japão. Um aviso de tsunami de até um metro ao longo da costa da região foi emitido.

O terremoto ocorreu na costa, na região de Iwate, a uma profundidade de 16 quilômetros abaixo da superfície do mar, às 17h03, horário do Japão. Não há relatos de feridos ou danos, nem quaisquer relatos de anomalias nas duas usinas nucleares da área, até o momento. De acordo com a agência japonesa, a área estava sob risco de fortes terremotos há cerca de uma semana, especialmente nos próximos dois ou três dias.

Um tsunami de cerca de 10 centímetros foi detectado, chegando a 20 centímetros na área costeira de Kuji. Ondas de tsunami que ocorrem após terremotos podem continuar por algumas horas depois, atingindo a costa repetidamente, e aumentar com o tempo. Trens-bala na área foram temporariamente atrasados, de acordo com a operadora ferroviária JR East. Cortes de energia também ocorreram.

Apesar do alerta, um funcionário da agência afirmou que nada indica que a ocorrência se assemelhe à ocorrida em Fukushima, em março de 2011, que matou quase 20 mil pessoas, e danificou severamente uma estação nuclear. O Japão, que está localizado no "anel de fogo" do Pacífico, é um dos países mais propensos a terremotos no mundo.

A sessão de fim de semana do Senado americano para acabar com o shutdown mostrou poucos sinais de progresso neste sábado, já que o desejo do líder da maioria no Senado, John Tune, por uma votação rápida não se concretizou.

O shutdown, que já dura 39 dias, está afetando cada vez mais o país, com trabalhadores federais sem receber salários, companhias aéreas cancelando voos e benefícios de vale-alimentação atrasados para milhões de americanos.

A sessão deste sábado começou de forma conturbada, visto que o presidente Donald Trump já havia deixado claro que é improvável que ele faça concessões com os democratas, que buscam prolongar em um ano os benefícios fiscais do Obamacare. Trump disse nas redes sociais que é "o pior sistema de saúde em qualquer lugar do mundo" e sugeriu que o Congresso envie dinheiro diretamente para as pessoas adquirirem seguros.

Thune disse que a proposta de Trump não faria parte de uma solução para acabar com o shutdown, mas acrescentou que "é uma discussão que o presidente e todos nós queremos ter".

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.