Faroeste: desembargadora põe sob suspeita reunião com delator e pede anulação de denúncia

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli Azevedo, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), pediu a anulação da denúncia que levou o Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abrir um processo contra ela por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) faz parte da Operação Faroeste - investigação sobre venda de sentenças que levou ao afastamento de cinco desembargadores do Tribunal da Bahia.

Sandra Inês é acusada de aceitar uma proposta de propina de R$ 4 milhões para favorecer uma empresa agropecuária em pelo menos três decisões. Segundo a denúncia, ela recebeu efetivamente R$ 2,4 milhões entre 2018 e 2020.

A desembargadora foi aposentada compulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) - órgão que fiscaliza o Poder Judiciário -, em dois processos disciplinares e não poderá mais exercer a magistratura.

Gravações

A defesa pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a anulação da denúncia - e, por consequência, de todo o processo criminal - e o envio dos autos à PGR. A ação está na fase de instrução no STJ, quando são ouvidas testemunhas e podem ser produzidas novas provas.

O advogado Oberdan Costa, que representa a desembargadora, afirma que não teve acesso à íntegra dos diálogos transcritos na denúncia e que agora a Polícia Federal alega que as gravações reivindicadas nunca existiram.

A denúncia menciona uma reunião monitorada entre os advogados Vasco Rusciolelli Azevedo, filho da desembargadora, e Júlio César Cavalcanti Ferreira, que foi assessor do Tribunal de Justiça da Bahia, no dia 27 de janeiro de 2020. Júlio César fechou delação premiada. Nesse encontro, os dois teriam conversado sobre a venda de decisões para a agropecuária Bom Jesus, segundo a PGR.

Há dois anos, a defesa insiste em ter acesso à íntegra das conversas da reunião, que acreditava que haviam sido captadas por uma escuta ambiental. Os advogados alegam que não podem preparar a defesa com base em recortes selecionados unilateralmente e "pinçados pela exclusiva curadoria da acusação".

Em um primeiro momento, a Polícia Federal disponibilizou um HD com quase 5 milhões de arquivos. As defesas da desembargadora e do filho dela continuaram recorrendo judicialmente para ter acesso às gravações específicas da reunião. Os advogados não teriam tempo hábil para analisar todo o material no prazo de 15 dias para apresentar a resposta no processo.

O ministro Og Fernandes, relator do caso no STJ, então informou que "não há arquivo de mídia que registre o encontro de Vasco e Júlio César no dia 27/01/2020, senão a afirmação do delegado de Polícia que cumpriu o Mandado de Ação Controlada de que o evento ocorreu".

"Apesar de ter sido autorizada a utilização de meios técnicos de registro do encontro, os relatórios em questão ativeram-se a relatar a ocorrência. A própria denúncia desta Ação Penal 953 não faz qualquer alusão à gravação, pois disso, efetivamente, não se trata. Portanto, a premissa adotada pela defesa no sentido de que existe no HD fornecido pela polícia algum arquivo de mídia registrando o encontro é inocorrente", diz a decisão do ministro.

O caso foi levado na última sexta-feira, 27, ao Supremo Tribunal Federal. O relator é o ministro Edson Fachin. A defesa de Sandra Inês afirma que, sem a gravação, "não se sabe sequer se esse encontro chegou a ocorrer algum dia".

"Com estranha serenidade, ao cabo de 1 ano, 1 mês e 25 dias de uma saga em busca de um arquivo de mídia, negado por duas instâncias sob o argumento da suposta desídia da defesa em achá-lo, o ministro relator simplesmente anuncia que ela não existe. Nunca existiu", diz um trecho do pedido de habeas corpus ao STF.

"Se a mídia não existe, aliás, não se sabe o que pretendia a Polícia Federal ao entregar 5 milhões de arquivos à defesa, em resposta justamente ao pedido pelas mídias. Se sabia que a mídia não existia, por que razão não simplesmente declarou isso em resposta?"

A defesa afirma ainda que há divergência entre os delegados Márcio Ahringsmann e Luciana Matutino, que conduziram a investigação, sobre a ocorrência. Em relatório enviado ao STJ, em janeiro de 2020, o delegado fez referência à reunião entre Vasco e Júlio César, tratada como "encontro de interesse". Em fevereiro de 2020, ao se reportar ao Superior Tribunal de Justiça sobre as ações controladas da Operação Faroeste, Luciana afirma que "não foram registrados encontros em houvesse repasse de valores, tampouco gravações de conversas com acertos da prática de atos delituosos que envolvem pagamentos de propina em favor" de Sandra Inês.

Delação

A desembargadora chegou a ser presa preventivamente na investigação depois que a Polícia Federal flagrou a entrega de R$ 250 mil no apartamento dela. Com o avanço do inquérito, Sandra Inês fechou um acordo de colaboração - a primeira delação fechada por uma desembargadora no Brasil. Os anexos citam 68 pessoas, entre magistrados, advogados, empresários e até políticos.

O acordo de delação de Sandra Inês, no entanto, foi rescindido em novembro pelo STJ. O ministro Og Fernandes afirmou que ela deixou de colaborar com as autoridades e demonstrou "resistência injustificada" em honrar os compromissos assumidos, o que a defesa nega.

Em outra categoria

A sessão de fim de semana do Senado americano para acabar com o shutdown mostrou poucos sinais de progresso neste sábado, já que o desejo do líder da maioria no Senado, John Tune, por uma votação rápida não se concretizou.

O shutdown, que já dura 39 dias, está afetando cada vez mais o país, com trabalhadores federais sem receber salários, companhias aéreas cancelando voos e benefícios de vale-alimentação atrasados para milhões de americanos.

A sessão deste sábado começou de forma conturbada, visto que o presidente Donald Trump já havia deixado claro que é improvável que ele faça concessões com os democratas, que buscam prolongar em um ano os benefícios fiscais do Obamacare. Trump disse nas redes sociais que é "o pior sistema de saúde em qualquer lugar do mundo" e sugeriu que o Congresso envie dinheiro diretamente para as pessoas adquirirem seguros.

Thune disse que a proposta de Trump não faria parte de uma solução para acabar com o shutdown, mas acrescentou que "é uma discussão que o presidente e todos nós queremos ter".

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Os esforços legais do governo Donald Trump para evitar ter que financiar totalmente vales-refeição para milhões de americanos estão criando uma oportunidade para os democratas, ansiosos para usar o mais longo shutdown do governo americano para pintar o presidente como insensível.

"Donald Trump e seu governo decidiram usar a fome como arma, para reter os benefícios do Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP, na sigla em inglês), de milhões de pessoas, apesar do fato de que dois tribunais, tanto o distrital quanto o de apelações, deixaram claro que esses benefícios do SNAP precisam ser pagos imediatamente", disse o líder democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, neste sábado, chamando as ações de "vergonhosas".

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse ainda que "Donald Trump está literalmente lutando na justiça para garantir que os americanos passem fome. ELE NÃO SE IMPORTA COM VOCÊ". A declaração foi feita na rede social X, e Newsom é um potencial candidato à presidência para 2028.

Os comentários vêm após a Suprema Corte, na noite de sexta-feira, conceder o recurso de emergência do governo para bloquear temporariamente uma ordem judicial que exigia que ele financiasse totalmente os pagamentos de ajuda alimentar do SNAP durante o shutdown. O programa atende cerca de 1 em cada 8 americanos, principalmente aqueles com rendas mais baixas.

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Um incêndio em um depósito de perfumes no noroeste da Turquia na manhã deste sábado, 08, deixou seis pessoas mortas e uma pessoa ferida, segundo informaram as autoridades responsáveis.

A causa do incêndio na província de Kocaeli é desconhecida. Ele começou por volta das 9 da manhã, e a mídia local informou que foi precedido por várias explosões. Equipes de emergência e bombeiros foram imediatamente enviadas ao local, e o incêndio foi controlado em uma hora.

O governador da província, Ilhami Aktas, afirmou aos jornalistas que seis pessoas morreram e uma estava ferida e recebendo tratamento. Ele acrescentou que a causa do incêndio ainda é desconhecida e está sendo investigada.

*Com informações da Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado