Ministro estica por 60 dias inquérito contra Eduardo Bolsonaro

Política
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acolheu pedido da Polícia Federal para prorrogar o inquérito que investiga o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que, desde março de 2025, diz estar exilado nos Estados Unidos. Moraes considerou necessário prorrogar o período de investigação para que os policiais possam concluir diligências pendentes.

Em maio, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, apresentou um pedido ao STF para que o deputado passe a ser investigado por ameaças - via redes sociais -, de provocação ao governo americano para punir autoridades brasileiras que atuam na ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

"Verifica-se uma escalada de reportagens que noticiam que o parlamentar licenciado estaria em contato assíduo com interlocutores do governo americano, com o objetivo de conseguir a imposição de retaliações a autoridades públicas brasileiras, que estão relacionadas com a denúncia oferecida contra o seu pai e com as investigações que nela desembocaram, bem como com outras em curso", afirmou Gonet.

O ministro, que também é o relator da denúncia do golpe e do inquérito das milícias digitais, assumiu a condução do caso por prevenção e determinou a abertura de um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro.

Segundo os autos, a PF recebeu os depoimentos de Eduardo Bolsonaro e do líder da bancada do PT na Câmara, Lindbergh Farias, autor de representação que denuncia os movimentos do filho do ex-presidente nos EUA.

Também foi ouvido o ex-presidente, que declarou ter enviado um Pix de R$ 2 milhões para o filho.

"Minha qualidade de vida melhorou. Mas continuo indo com muita frequência a Washington e Miami para fazer essas tratativas, porque minha missão prioritária aqui é sancionar o Alexandre de Moraes", declarou Eduardo Bolsonaro em um vídeo.

Nesta segunda-feira (7), o presidente Donald Trump utilizou sua conta no X para criticar o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo.

"Estarei assistindo muito de perto à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores", afirmou Trump.

Em resposta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Brasil é um país soberano e que não vai se submeter a interferências estrangeiras.

Moraes é alvo de ação nos Estados Unidos, movida pelas empresas Rumble e Trump Media. Elas alegam que o ministro teria desrespeitado leis americanas e promovido censura de plataformas digitais. A Justiça dos EUA convocou o ministro a depor.

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que está acompanhando o processo movido pelas empresas Rumble e Trump Media na Justiça americana, em desfavor de Moraes.

O acompanhamento se dá a pedido da Corte Constitucional. Estão sendo preparadas minutas de intervenção processual em nome do Brasil, caso seja decidido que a AGU atuará no caso.

Até aqui, não há decisão do Tribunal Federal do Distrito Médio da Flórida, onde tramita a ação sobre Moraes, determinando intimação do ministro do STF.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou há pouco que "foi uma honra" receber Ahmed Hussein al-Sharaa, o novo presidente da Síria, na Casa Branca nesta segunda-feira, 10.

Trump disse que ambos discutiram todas as complexidades da paz no Oriente Médio, da qual, segundo ele, al-Sharaa é um grande defensor.

"Estou ansioso para nos encontrarmos e conversarmos novamente. Todos estão falando sobre o Grande Milagre que está ocorrendo no Oriente Médio. Ter uma Síria estável e bem-sucedida é muito importante para todos os países da região", escreveu o republicano na Truth Social.

Em comunicado conjunto, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) propuseram aprofundar a cooperação em energia renovável, segurança alimentar, inovação tecnológica, intercâmbios culturais e outros campos.

O comunicado também reafirma que ambos os lados aderem aos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, especialmente a igualdade soberana dos Estados, o respeito pela integridade territorial e independência política, a não interferência nos assuntos internos de outros países e a resolução pacífica de disputas.

"O Roteiro avançará nossos compromissos compartilhados e acelerará a cooperação em ação climática e proteção ambiental, transição energética e interconexões regionais, impulsionando o comércio e os fluxos econômicos e a resiliência, além de aprofundar nossos esforços conjuntos para combater o crime organizado transnacional", pontuou o documento.

A Cúpula Celac-UE aconteceu entre domingo e hoje, em Santa Marta, na Colômbia.

Nicolas Sarkozy foi libertado da prisão nesta segunda-feira, 10, após um tribunal de apelações de Paris conceder ao ex-presidente francês liberdade condicional sob supervisão judicial , menos de três semanas depois de ter começado a cumprir uma pena de cinco anos por conspiração criminosa em um esquema para financiar sua campanha eleitoral de 2007 com fundos da Líbia.

Sarkozy, de 70 anos, saiu da prisão de La Santé de carro e logo em seguida entrou rapidamente em sua casa, na zona oeste de Paris. A breve cena contrastou com sua prisão pública, 20 dias antes, quando caminhou de mãos dadas com sua esposa, a ex-supermodelo Carla Bruni-Sarkozy, por um beco perto de sua casa, acenando para seus simpatizantes.

O ex-presidente, que nega qualquer irregularidade, está proibido de deixar o território francês e de entrar em contato com algumas pessoas, incluindo réus e testemunhas no caso, afirmou o tribunal.

Espera-se que o julgamento do recurso ocorra posteriormente, possivelmente na primavera.

*Com informações da Associated Press.