Defesa de Bolsonaro por Trump vira crise diplomática entre Brasil-EUA

Política
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As declarações do presidente americano, Donald Trump, em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (PL) escalou nesta quarta-feira, 9, para uma crise diplomática, com reflexo na relação comercial entre os dois países. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil chancelou as falas de Trump e afirmou, em nota, que "a perseguição política" contra Bolsonaro, sua família e seus apoiadores "é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil". Em reação, o Itamaraty convocou o representante da embaixada para prestar esclarecimentos e declarou que a manifestação é "inaceitável".

Logo depois da movimentação em Brasília, Trump anunciou a imposição de tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1.º de agosto. A decisão foi justificada, principalmente, pelo tratamento dado pelo País a Bolsonaro e por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas de tecnologia. Segundo o americano, a medida responde aos "ataques insidiosos às eleições livres" e às "ordens de censura secretas e ilegais" emitidas pelo STF contra redes sociais. Em nota, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica" (mais informações no caderno de Economia).

Na última segunda-feira, Trump disse que o Brasil está fazendo uma "coisa terrível" com Bolsonaro - que está inelegível até 2030 e é réu no Supremo acusado de tentativa de golpe - e chamou os processos judiciais que o atingem de "perseguição". Na noite de anteontem, o americano repetiu as críticas. "Deixem o grande ex-presidente do Brasil em paz. Caça às bruxas", escreveu em sua rede social, a Truth Social.

'Parceiros'

A nota da embaixada diz que Bolsonaro e sua família "têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos". "Reforçamos a declaração do presidente Trump. Estamos acompanhando de perto a situação. Não comentamos sobre as próximas ações do Departamento de Estado em relação a casos específicos", afirma.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está desde março nos Estados Unidos, onde tem buscado uma pressão de parte de autoridades americanas em favor do pai. O filho do ex-presidente é investigado no Brasil por suposta tentativa de embaraçar a ação penal do golpe de Estado em curso no Supremo.

Após a primeira declaração de Trump, na segunda-feira, Eduardo disse nas redes sociais que aquela "não seria a única vez nesta semana" que o governo dos EUA falaria sobre "o tema da perseguição no Brasil". Ainda na segunda, a Justiça da Flórida mandou notificar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, a pedido da Trump Media & Technology Group, ligada ao presidente americano, e da plataforma de vídeos Rumble. Na ação movida pelas empresas, o ministro é acusado de promover "censura" nas redes sociais no Brasil.

'Intromissão'

Recebido na tarde de ontem, o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, ouviu do Itamaraty que o governo brasileiro considera o apoio americano a Bolsonaro "indevido" e "inaceitável" por representar uma intromissão em assuntos internos do País. O recado foi passado pela embaixadora Maria Luisa Escorel, secretária de América do Norte e Europa da pasta das Relações Exteriores brasileiro.

O encontro durou cerca de 40 minutos. A embaixadora foi orientada pelo chanceler Mauro Vieira, que havia despachado antes com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Estadão apurou que Maria Luisa transmitiu ao encarregado americano que o governo brasileiro ficou muito surpreso com o fato de os Estados Unidos "tomarem partido" em questão interna do País, uma nação amiga e democrática.

A embaixadora também ressaltou que o Brasil considera o episódio mais grave pelo fato de os EUA serem uma democracia tradicional e, no entanto, estarem se alinhando a quem "tentou dar um golpe no País e subverter o resultado da vontade popular". Além de protestar contra a "intromissão", Maria Luisa lembrou que a embaixada tem "informações suficientes" sobre a natureza das condenações de Bolsonaro na Justiça Eleitoral e da ação penal por tentativa de golpe. Portanto, segundo ela, não caberia usar a escusa da "desinformação".

Maria Luisa alertou ainda para consequências negativas na relação entre os dois países, caso episódios como esse continuem, e destacou que, embora o Brasil tenha atuado para evitar embates desde a posse de Trump, reagirá na proporção que julgar adequada a "agressões despropositadas".

Alvo

Lula deve se pronunciar somente quando Trump se manifestar diretamente. Para diplomatas, o Brasil não é o único alvo do americano e atitudes semelhantes devem ser vistas como "o novo normal". Questionada sobre a convocação de Escobar, a embaixada americana apenas confirmou a reunião no Itamaraty e informou que "não divulga conteúdo de reuniões privadas".

Ontem, antes de Trump anunciar a tarifa imposta ao Brasil, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados aprovou uma moção de louvor e regozijo ao presidente dos Estados Unidos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado