Por carta, Brasil cobra EUA por tarifas e propõe diálogo para evitar crise comercial

Política
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O governo brasileiro enviou nesta terça-feira (15) uma nova carta oficial às autoridades dos Estados Unidos, na qual expressa “profunda indignação” com a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, manifesta disposição para negociar uma solução e cobra uma resposta à proposta confidencial encaminhada em maio deste ano.

O documento, assinado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, é endereçado ao secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer. O texto reafirma o descontentamento brasileiro com a decisão anunciada pelo presidente Donald Trump em 9 de julho, que prevê a aplicação das tarifas a partir de 1º de agosto.

“O governo brasileiro manifesta sua indignação com o anúncio da imposição de tarifas de importação de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos. Tal medida terá impacto extremamente negativo em setores relevantes de ambas as economias e ameaça uma parceria econômica historicamente sólida e estratégica entre nossos países”, diz a carta.

Os ministros reiteram que o Brasil está pronto para um diálogo construtivo, com vistas a encontrar uma solução mutuamente aceitável e minimizar os impactos da medida sobre o comércio bilateral. “Estamos abertos a negociar para preservar e aprofundar a relação histórica entre as duas nações”, reforça o texto.

A correspondência também contesta um argumento apresentado por Trump na semana passada, quando o americano justificou a tarifa afirmando que os EUA acumulam prejuízos comerciais com o Brasil. O governo brasileiro ressalta que, ao contrário do alegado, os Estados Unidos são superavitários no comércio bilateral, com um saldo favorável acumulado de cerca de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos, segundo dados oficiais norte-americanos.

Por fim, Alckmin e Vieira lembram que o governo brasileiro já solicitou em várias ocasiões que os EUA indicassem áreas específicas de preocupação para que fossem consideradas nas negociações, sem que houvesse resposta formal até o momento. A expectativa é que a nova carta abra caminho para uma interlocução mais ágil e a revisão das tarifas impostas unilateralmente.

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O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou há pouco que "foi uma honra" receber Ahmed Hussein al-Sharaa, o novo presidente da Síria, na Casa Branca nesta segunda-feira, 10.

Trump disse que ambos discutiram todas as complexidades da paz no Oriente Médio, da qual, segundo ele, al-Sharaa é um grande defensor.

"Estou ansioso para nos encontrarmos e conversarmos novamente. Todos estão falando sobre o Grande Milagre que está ocorrendo no Oriente Médio. Ter uma Síria estável e bem-sucedida é muito importante para todos os países da região", escreveu o republicano na Truth Social.

Em comunicado conjunto, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE) propuseram aprofundar a cooperação em energia renovável, segurança alimentar, inovação tecnológica, intercâmbios culturais e outros campos.

O comunicado também reafirma que ambos os lados aderem aos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas, especialmente a igualdade soberana dos Estados, o respeito pela integridade territorial e independência política, a não interferência nos assuntos internos de outros países e a resolução pacífica de disputas.

"O Roteiro avançará nossos compromissos compartilhados e acelerará a cooperação em ação climática e proteção ambiental, transição energética e interconexões regionais, impulsionando o comércio e os fluxos econômicos e a resiliência, além de aprofundar nossos esforços conjuntos para combater o crime organizado transnacional", pontuou o documento.

A Cúpula Celac-UE aconteceu entre domingo e hoje, em Santa Marta, na Colômbia.

Nicolas Sarkozy foi libertado da prisão nesta segunda-feira, 10, após um tribunal de apelações de Paris conceder ao ex-presidente francês liberdade condicional sob supervisão judicial , menos de três semanas depois de ter começado a cumprir uma pena de cinco anos por conspiração criminosa em um esquema para financiar sua campanha eleitoral de 2007 com fundos da Líbia.

Sarkozy, de 70 anos, saiu da prisão de La Santé de carro e logo em seguida entrou rapidamente em sua casa, na zona oeste de Paris. A breve cena contrastou com sua prisão pública, 20 dias antes, quando caminhou de mãos dadas com sua esposa, a ex-supermodelo Carla Bruni-Sarkozy, por um beco perto de sua casa, acenando para seus simpatizantes.

O ex-presidente, que nega qualquer irregularidade, está proibido de deixar o território francês e de entrar em contato com algumas pessoas, incluindo réus e testemunhas no caso, afirmou o tribunal.

Espera-se que o julgamento do recurso ocorra posteriormente, possivelmente na primavera.

*Com informações da Associated Press.