Boulos quer que diplomata dos EUA explique tarifaço e negociações informais com Tarcísio

Política
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O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protocolou nesta terça-feira, 15, um requerimento na Câmara dos Deputados para ouvir o diplomata Gabriel Escobar, encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos.

Boulos quer esclarecimentos sobre as tarifas de até 50% a produtos brasileiros, anunciada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e sobre reuniões com autoridades fora da diplomacia oficial, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Após o anúncio de Trump, no dia 9 de junho, sobre a aplicação de tarifas de até 50% a produtos brasileiros, Tarcísio afirmou ter se reunido com Gabriel Escobar, em Brasília, para "abrir diálogo com as empresas paulistas" sobre a medida.

No requerimento enviado à Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, Boulos mencionou o encontro do diplomata com o governador e pediu que fossem prestados esclarecimentos sobre as "recentes tratativas do governo norte-americano com autoridades brasileiras que não integram formalmente a estrutura diplomática nacional - a exemplo do governador do Estado de São Paulo, senhor Tarcísio de Freitas".

Boulos também afirmou que a presença de Escobar na comissão é "oportuna e necessária" para falar em nome do país, visto que os Estados Unidos não nomeou um novo embaixador após a saída de Elizabeth Frawley Bagley do Brasil, em janeiro deste ano.

"O debate público sobre esses impactos deve ser transparente, técnico e institucional, especialmente no âmbito da comissão responsável por avaliar medidas de repercussão tributária e financeira", disse Boulos no requerimento.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, em publicação na Truth Social, que uma eventual decisão desfavorável da Suprema Corte sobre as tarifas de importação poderia gerar um impacto superior a US$ 3 trilhões.

Segundo Trump, o valor inclui investimentos já realizados, previstos e devoluções de recursos. "A Suprema Corte recebeu números errados. O 'desmonte', em caso de decisão negativa sobre as tarifas, seria superior a US$ 3 trilhões."

O presidente acrescentou que o país não teria como compensar uma perda dessa magnitude, classificando o cenário como um "evento de segurança nacional intransponível" e "devastador para o futuro" dos Estados Unidos.

Passageiros aéreos nos Estados Unidos devem enfrentar mais cancelamentos e atrasos nesta semana, mesmo que a paralisação do governo termine, segundo a Administração Federal de Aviação (FAA). A agência está ampliando os cortes de voos em 40 dos principais aeroportos do país, em meio à escassez de controladores de tráfego aéreo não remunerados há mais de um mês.

O planejamento do órgão regulador é de aumentar a redução para 6% nesta terça; 11,% na quinta, 13; e, atingir os 10% na próxima sexta, 14. Na segunda-feira, 10, as companhias aéreas cancelaram mais de 2,3 mil voos, e outros mil previstos para hoje já estavam suspensos.

O presidente norte-americano Donald Trump usou as redes sociais para pressionar os controladores a "voltarem ao trabalho agora", prometendo um bônus de US$ 10 mil aos que permaneceram em serviço e sugerindo cortar o pagamento dos que faltaram. As declarações foram criticadas por parlamentares democratas, que afirmaram que os profissionais merecem apoio, e não ameaças. O sindicato da categoria acusou o governo de usar os controladores como "peões políticos" na disputa orçamentária.

Embora o Senado tenha aprovado uma proposta para reabrir o governo, a medida ainda precisa ser votada pela Câmara. O secretário de Transportes, Sean Duffy, afirmou que os cortes de voos continuarão até que os níveis de pessoal se estabilizem. (Com informações da Associated Press)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu não saber de onde virão os recursos para bancar os bônus de US$ 10 mil prometidos a controladores de voo que permaneceram trabalhando durante a paralisação do governo federal. A declaração foi feita nesta segunda-feira, 10.

No mesmo dia, o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para encerrar a paralisação governamental mais longa da história do país, que chegou a 41 dias. "Não sei. Vou conseguir de algum lugar. Sempre consigo dinheiro de algum lugar. Não importa", afirmou Trump em entrevista à apresentadora Laura Ingraham, da Fox News.

Mais cedo, o presidente havia proposto o pagamento dos bônus como forma de reconhecer os profissionais que não faltaram ao trabalho, mesmo sem receber salários há mais de um mês. A paralisação levou a Administração Federal de Aviação (FAA) a reduzir o tráfego aéreo em 40 dos principais mercados do país.

Trump já havia redirecionado recursos de pesquisa e desenvolvimento do Pentágono para garantir o pagamento de salários de militares durante a paralisação. (Com informações da Associated Press)