Corregedor do TSE mantém minuta golpista em ação contra Bolsonaro

Política
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O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, negou ontem o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para excluir a minuta golpista da ação de investigação eleitoral que pode deixá-lo inelegível. A decisão do corregedor ainda vai passar pelo crivo dos integrantes do TSE.

A tendência é de que o documento seja mantido no processo a que Bolsonaro responde por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. A ação foi movida pelo PDT após o então presidente convocar uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada para repetir, sem provas, que as urnas eletrônicas não são confiáveis.

Na decisão, Gonçalves disse que o documento "se conecta" às acusações de que Bolsonaro usou como "estratégia" de campanha "graves e infundadas suspeitas" sobre o sistema eletrônico de votação.

"Cabe constatar, não sem tristeza, que os resultados das eleições presidenciais de 2022, embora fruto legítimo e autêntico da vontade popular manifestada nas urnas, se tornaram alvo de ameaças severas", escreveu, em referência aos protestos golpistas do dia 8 de janeiro e a ameaça de atentado no aeroporto de Brasília. "São armas lamentáveis do golpismo", escreveu o ministro.

APREENSÃO

A minuta de decreto foi apreendida pela Polícia Federal na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, em Brasília, na investigação sobre os atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes. O texto previa intervenção no TSE para "correção do processo eleitoral" do qual o vencedor foi Luiz Inácio Lula da Silva.

A defesa de Bolsonaro argumentou que a minuta é "apócrifa" e não há provas de que ele tenha "participado de sua redação ou agido para que as providências supostamente pretendidas pelo documento fossem materializadas".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Segundo a agência, o partido é como uma ameaça à ordem democrática do país e "desrespeita a dignidade humana" - em particular pelo que chamou de "agitação contínua" contra refugiados e migrantes. A decisão da Alemanha, porém, corre o risco de alimentar as alegações de perseguição política do partido.

Os líderes do partido, Alice Weidel e Tino Chrupalla, classificaram a medida como "um duro golpe para a democracia alemã" e disseram que a classificação teve motivação política, o que o governo nega. "A AfD continuará a se defender legalmente contra essas difamações que colocam a democracia em risco", afirmaram Weidel e Chrupalla.

A agência reguladora de privacidade de dados da Irlanda multou o TikTok em cerca de US$ 600 milhões por não garantir que os dados de usuários enviados à China estejam protegidos de vigilância estatal, um golpe nos esforços da empresa para convencer os países ocidentais de que seu uso é seguro.

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O órgão regulador afirmou também que o TikTok admitiu no mês passado ter armazenado dados limitados de usuários europeus na China, apesar de ter negado anteriormente. O TikTok informou à agência que, desde então, excluiu esses dados. A CPI informou nesta sexta-feira que está discutindo com seus pares da UE se deve tomar novas medidas contra a empresa sobre o assunto.

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, afirmou que teve uma conversa com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na terça-feira passada e que combinaram um encontro na Casa Branca na próxima terça-feira, 6 de maio. Segundo o líder canadense, o foco das negociações serão tanto as pressões comerciais imediatas quanto o relacionamento econômico e de segurança futuro.

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