Saiba quem são os 8 senadores que estão nos EUA para negociar tarifaço de Trump

Política
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Uma comitiva de oito senadores brasileiros está nos Estados Unidos para tentar negociar o tarifaço anunciado pelo presidente Donald Trump, que passa a valer a partir de sexta-feira, 1º de agosto.

Os parlamentares se reúnem com representantes do setor privado em Washington, capital do país. Ainda não há encontros confirmados com autoridades do governo americano.

A comitiva de senadores reúne filiados do PT ao PL, unindo membros da base do governo e da oposição à gestão federal.

Nelsinho Trad (PSD-MS)

Nelsinho Trad é o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. Foi vereador de Campo Grande (1993-2003), deputado estadual do Mato Grosso do Sul (2003-2005) e prefeito da capital estadual por dois mandatos consecutivos (2005-2013).

Em 2014, candidatou-se ao governo sul-mato-grossense, mas foi derrotado ainda no primeiro turno. É primo de Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde durante o governo de Jair Bolsonaro. Em 2018, elegeu-se senador pelo PTB. No início de 2019, deixou a sigla e filiou-se ao PSD.

Tereza Cristina (PP-MS)

Além de Trad, o Mato Grosso do Sul é representado na comitiva pela senadora Tereza Cristina, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.

Entre 2007 e 2014, durante a gestão do governador André Puccinelli (MDB), Tereza foi secretária de Desenvolvimento Agrário do Mato Grosso do Sul. Em 2014, elegeu-se deputada federal pelo PSB. Na eleição seguinte, foi reeleita ao cargo pelo Democratas.

Em 2019, no início de seu segundo mandato na Câmara, licenciou-se para assumir o Ministério da Agricultura do governo Bolsonaro. Permaneceu na pasta até março de 2022, deixando o posto para concorrer ao Senado pelo PP. Elegeu-se com 829.149 votos, 60,8% dos votos válidos, desbancando outro ex-ministro de Bolsonaro na disputa, Luiz Henrique Mandetta.

Jaques Wagner (PT-BA)

Jaques Wagner é líder do governo Lula no Senado e foi governador da Bahia entre 2007 e 2015. É um dos mais influentes quadros do PT, tendo sido ministro do Trabalho (2003-2004), das Relações Institucionais (2005-2006), da Defesa (2015) e da Casa Civil (2015-2016) durante as gestões federais petistas.

Entre 2017 e 2018, foi secretário do governo baiano. Elegeu-se senador com 4.253.331 votos, 35,7% dos votos válidos.

Fernando Farias (MDB-AL)

Fernando Farias é um empresário do setor agrícola que integrou a chapa de senador de Renan Filho (MDB) em 2022. O filho de Renan Calheiros (MDB) elegeu-se ao Senado com 845.988 votos, 56,2% dos votos válidos.

Em janeiro de 2023, Renan Filho licenciou-se do cargo para assumir o Ministério dos Transportes do governo Lula. Desde então, Farias exerce o mandato de senador. O empresário não exerceu cargos públicos nem participou de eleições antes de 2022.

Marcos Pontes (PL-SP)

Marcos Pontes foi ministro da Ciência e Tecnologia durante o governo Bolsonaro (2019-2022). Elegeu-se ao Senado por São Paulo com 10.714.913 votos, 49,7% dos votos válidos. Em 2014, candidatou-se a deputado federal pelo PSB, mas não foi eleito. Em 2018, integrou a chapa eleita de Major Olímpio ao Senado.

Pontes é vice-líder do bloco Vanguarda, que reúne a oposição ao governo Lula no Senado, e representa o Estado de São Paulo na comitiva, o mais prejudicado pelas tarifas anunciadas por Trump.

Rogério Carvalho (PT-SE)

Rogério Carvalho é médico e senador pelo PT de Sergipe desde 2019. Elegeu-se ao cargo em 2018 com 300.247 votos, 16,4% dos votos válidos.

Antes, foi deputado estadual (2007-2011), secretário estadual de Saúde (2007-2010), deputado federal (2011-2015). Em 2022, perdeu a disputa pelo governo de Sergipe para Fábio Mitidieri, do PSD, por 51,7% a 48,3% dos votos válidos. É líder do PT no Senado e integra a Mesa Diretora da Casa como primeiro-secretário.

Esperidião Amin (PP-SC)

Espiridião Amin está em seu segundo mandato como senador de Santa Catarina e integra a Comissão de Relações Exteriores do Senado. Antes do mandato atual, iniciado em 2019, foi senador catarinense entre 1991 e 1999. Entre 2011 e 2019, foi deputado federal por Santa Catarina.

Foi governador do Estado por dois mandatos (1983-1987 e 1999-2003) e comandou a capital estadual em duas ocasiões (1975-1978 e 1989-1990). É marido de Ângela Amin, prefeita de Florianópolis por dois mandatos consecutivos (1997-2004).

Carlos Viana (Podemos-MG)

Carlos Viana é membro da Comissão de Relações Exteriores do Senado e líder do Podemos na Casa. É apresentador de televisão e elegeu-se senador em 2018 pelo extinto PHS com 3.568.658 votos, 20,2% dos votos válidos.

Em 2022, tentou o governo mineiro pelo PL, mas não foi eleito. Em 2024, pelo Podemos, tentou a prefeitura de Belo Horizonte, mas foi derrotado com 1% dos votos válidos.

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Um homem abriu fogo nesta segunda-feira, 28, na Park Avenue, uma das avenidas mais movimentadas de Nova York e feriu ao menos duas pessoas, um deles um policial, antes de ser abatido pela polícia. Não há informações ainda sobre as causas do ataque.

O ataque ocorreu em um prédio no centro da cidade que abriga diversas empresas de grande porte e também é sede da NFL, a liga de futebol americano.

Segundo o Corpo de Bombeiros, equipes de emergência foram acionadas por volta das 19h30 (no horário de Brasília). A polícia não forneceu informações adicionais.

O prefeito Eric Adams publicou nas redes sociais que havia uma ocorrência ativa no centro da cidade e pediu que as pessoas permanecessem em casa e tomassem precauções de segurança, se estivessem perto do local de ataque.

O sistema de alerta de gerenciamento de emergências da cidade alertou sobre atrasos no trânsito, fechamento de vias e interrupções no transporte público na área.

O vice-diretor do FBI, Dan Bongino, afirmou em uma publicação nas redes sociais que agentes e outros funcionários do departamento estavam investigando o caso.

*Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado pela equipe editorial do Estadão/Broadcast. Saiba mais em nossa Política de IA.

O senador americano Lindsey Graham, do Partido Republicano, disse que espera que países como China, Índia e Brasil estejam prestes a pagar um preço há muito merecido por sustentarem, segundo a visão do parlamentar, a "máquina de guerra de (Vladimir) Putin", referindo-se ao presidente russo.

"Entendo perfeitamente a frustração do Presidente (Donald Trump) com os ataques contínuos da Rússia à Ucrânia, o que indica que não há nenhum desejo real de chegar à mesa de negociações de paz", afirmou Graham em registro no X nesta segunda-feira, 28.

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Trump tem criticado o grupo dos Brics, reafirmando que o bloco tenta "acabar com a dominância do dólar". Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou à TV Record, na quinta-feira, 10, que a taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil se deve à realização da última reunião dos Brics, no Rio de Janeiro, em 6 de julho.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta segunda-feira, dia 28, que os países devem aplicar com determinação a lei internacional diante de "alegações críveis" de genocídio na Faixa de Gaza.

"O calvário que os palestinos enfrentam constitui um teste ao nosso compromisso coletivo com o direito internacional, o direito humanitário e os direitos humanos. Quando confrontados com alegações críveis de genocídio, invocar o direito internacional não é suficiente. Devemos aplicá-lo com determinação", disse o chanceler do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde o início da guerra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem sendo criticado pela comunidade judaica por sua posição no conflito e sobre Israel. Lula passou a ser considerado uma presença indesejável no país porque chegou a comparar as ações israelenses em Gaza, detonadas pelos atentados de 7 de outubro perpetrados pelo grupo terrorista Hamas, ao nazismo, o que é considerado ofensivo pelos judeus. As rusgas levaram à retirada do embaixador brasileiro em Israel. Não há previsão de substituição.

O ministro falou na mesa redonda "O Caso para a Paz: Avançando a Solução de Dois Estados por meio de Narrativas, Medidas e Direito", na sede das Nações Unidas, em Nova York.

Dias atrás, o chanceler anunciou durante entrevista à TV catari Al-Jazeera que o Brasil decidiu ingressar formalmente no processo aberto contra Israel por genocídio, proposto inicialmente pela África do Sul. O caso corre na Corte Internacional de Justiça (CIJ), vinculada à ONU, em Haia. O País ainda não formalizou a decisão de intervir no processo.

No discurso desta segunda, Vieira lembrou que o tribunal "estabeleceu diretrizes claras" aos países, que incluem "não reconhecer a situação ilegal criada pela presença de Israel no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental; diferenciar em todas as relações com Israel entre seu território e o território palestino ocupado; abster-se de qualquer ação que possa auxiliar ou contribuir para a manutenção da ocupação e garantir o respeito ao direito do povo palestino à autodeterminação e à Quarta Convenção de Genebra".

O encontro de alto nível foi presidido pela Arábia Saudita. O Brasil copresidiu com o Senegal uma mesa de debates sobre Promoção do Respeito Ao Direito Internacional.

O chanceler do governo Lula relatou parte das discussões e enumerou uma série de medidas que os países-membros das Nações Unidas poderiam adotar imediatamente contra o governo de Israel.

Segundo ele, a discussão copresidida pelo Brasil foi orientada a responder às seguintes perguntas: "Que ações os Estados podem adotar para promover e garantir o cumprimento do direito internacional? Quais mecanismos de responsabilização podem ser ativados para abordar ações, políticas e práticas ilegais relevantes e garantir a reparação? Quais medidas preventivas podem ser tomadas contra ações unilaterais ilegais que comprometam a viabilidade da solução de dois Estados?".

Conforme o ministro, houve mais de 50 respostas de diversas "partes interessadas", que por sua vez geraram 96 propostas concretas agrupadas em cinco áreas - diplomática e política; comércio de armas; responsabilização econômica e reparação; e monitoramento. Ele enumerou, então, algumas das sugestões debatidas:

- reconhecimento do Estado da Palestina e apoio à sua admissão como membro pleno da ONU

- manutenção da distinção legal entre Israel e o território palestino ocupado

- oposição à anexação e à expansão dos assentamentos

- garantia de proteção aos trabalhadores humanitários, incluindo funcionários da UNWRA (agência da ONU para refugiados palestinos que foi acusada de ter sido "infiltrada" por terroristas do Hamas e levou à demissão de funcionários por participação nos ataques de 7 de outubro de 2023)

- apoio à sociedade civil e aos defensores dos direitos humanos

- imposição de sanções específicas contra colonos violentos

- medidas legais de retaliação a violações graves

O ministro citou que essas são "ações legais que os Estados podem tomar agora".

"A credibilidade da ordem jurídica internacional depende de sua aplicação não seletiva. O que é necessário agora é vontade política e um processo robusto de acompanhamento desta conferência. Transformemos a lei em ação e a ação em justiça e paz", instou o chanceler.