Índice de governabilidade de Lula cai pelo segundo mês seguido, mostra estudo

Política
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O Índice de Governabilidade (I-Gov) do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou piora discreta pelo segundo mês consecutivo em julho. Desta vez, o coeficiente registrou 46,2%, ante 46,8% de junho. Os dados são do estudo da 4Intelligence obtido com exclusividade pelo Estadão/Broadcast.

O índice de governabilidade é resultado de levantamento para medir as condições do governo de por em prática suas prioridades e emplacar sua agenda em relação aos demais Poderes e ainda sua repercussão na opinião pública.

O petista se manteve estável diante do Legislativo e teve ligeira queda em relação ao Judiciário, enquanto melhorou razoavelmente na esfera da opinião pública. Apesar do alto índice (78% ante 82%), a governabilidade de Lula junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) recuou por conta de pontuais decisões desfavoráveis a seus interesses.

O governo federal em si não sofreu derrotas em nenhum dos processos que questionam itens de sua agenda, sofrendo apenas efeitos de processos relativos a mandatos de presidentes anteriores.

Já no Congresso Nacional, o presidente manteve a estabilidade já percebida pelo levantamento no mês anterior, no baixo patamar de 19%. No período, o Planalto obteve êxito na aprovação de duas Medidas Provisórias (MPs) em sua forma original, sem alterações, enquanto outras duas foram rejeitadas.

Lula registra desempenho 11 pontos abaixo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em igual período de 2021 e bem inferior aos de seus dois primeiros mandatos (83% em 2005 e 71% em 2009). A expectativa do instituto para agosto é de nova queda, em meio a ações de obstrução da oposição no Congresso em retaliação à prisão domiciliar do capitão reformado e à ameaça dos partidos PP e União Brasil romperem definitivamente com o governo.

Por sua vez, a opinião pública melhorou razoavelmente. O I-Gov registrou aumento de 40% - a pior marca da gestão atual e da história de Lula - para 42%, puxado pelas pesquisas Quaest, Datafolha e Poder Data divulgadas no período. Todas apresentaram melhora na avaliação do presidente.

Ainda assim, trata-se do décimo terceiro mês seguido abaixo dos 50 pontos, marca registrada pela última vez em junho de 2024. E as pesquisas divulgadas mostram que o embate entre ricos e pobres na questão do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), promovido pelo governo, e o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não foram suficientes para reverter de forma expressiva os maus resultados associados à popularidade.

O I-Gov é composto pela média simples de três dimensões associadas ao fenômeno: a relação da agenda do Executivo com o Legislativo, a partir da aprovação de MPs; a interação do Planalto com o Poder Judiciário, a partir do posicionamento do Supremo Tribunal Federal em relação a determinadas Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs); e a percepção da opinião pública em avaliações do trabalho do presidente.

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As companhias aéreas dos Estados Unidos cancelaram mais de 2,7 mil voos no domingo, 9, em meio à paralisação do governo e à escassez de controladores de tráfego aéreo, que estão sem receber salários há quase um mês.

O secretário de Transporte americano, Sean Duffy, alertou que o tráfego aéreo no país poderá ser "drasticamente reduzido" se a paralisação se estender até o feriado de Ação de Graças, no fim do mês. Duffy disse que a redução de voos poderá chegar a 20% caso os controladores deixem de receber o segundo pagamento consecutivo.

Segundo a plataforma FlightAware, houve ainda quase 10 mil atrasos neste domingo, além de 1,5 mil cancelamentos no sábado, 8, e mil na sexta-feira, 7. O Aeroporto de Atlanta registrou o maior número de cancelamentos, seguido pelo terminal de Chicago.

Duffy afirmou que até "15 a 20 controladores por dia estão se aposentando" e revelou que o secretário de Defesa, Pete Hegseth, ofereceu controladores militares para apoiar o sistema civil, embora não esteja claro se eles são certificados para a função.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A CEO de notícias da BBC, Deborah Turness, e o diretor-geral da emissora britânica, Tim Davie, renunciaram ao cargo neste domingo, 9. A saída acontece após o jornal The Telegraph mostrar que a BBC havia editado enganosamente um discurso do presidente dos EUA, Donald Trump, para dar a impressão de que ele havia incitado diretamente à violência nos atos de invasão ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A fala distorcida de Trump foi exibida no programa Panorama de 3 de novembro de 2024, a uma semana das eleições presidenciais nos Estados Unidos.

Em sua rede social, a Truth Social, Donald Trump celebrou a demissão de quem chamou de "jornalistas corruptos". "Essas são pessoas muito desonestas que tentaram manipular as eleições presidenciais. Para piorar, vêm de um país estrangeiro, um que muitos consideram nosso principal aliado. Que terrível para a democracia!", postou.

A ministra britânica da Cultura, Lisa Nandy, havia classificado horas antes como "extremamente grave" a acusação contra a BBC por apresentar declarações de Trump de maneira enganosa.

"É um dia triste para a BBC. Tim foi um excelente diretor-geral durante os últimos cinco anos", afirmou o presidente da Corporação Britânica de Radiodifusão, Samir Shah, em comunicado. Ele acrescentou que Davie enfrentava "pressão constante (...) que o levou a tomar a decisão" de renunciar.

Colagem de trechos separados levou a versão distorcida do discurso

O caso, revelado na terça-feira, 4, baseia-se em um documentário exibido uma semana antes das eleições presidenciais dos EUA de 2024. A BBC é acusada de ter montado trechos separados de um discurso de Trump de 6 de janeiro de 2021 de forma que parece indicar que ele teria dito a seus apoiadores que marchariam com ele até o Capitólio para "lutar como demônios".

Na versão completa, o então presidente republicano - já derrotado nas urnas pelo democrata Joe Biden - diz: "Vamos marchar até o Capitólio e vamos incentivar nossos valentes senadores e representantes no Congresso."

A expressão "lutar como demônios" corresponde, na verdade, a outro momento do discurso.

Em carta enviada ao conselho da BBC e publicada no site, a CEO de notícias disse que a polêmica em torno do programa Panorama sobre o presidente Trump chegou a um ponto em que está prejudicando a BBC - uma instituição que ela adora.

Já Tim Davie, diretor-geral, disse que abdicou ao cargo após intensas exigências pessoais e profissionais de gerir o posto ao longo de muitos anos nestes "tempos turbulentos".

Um dia antes do início oficial da COP30 em Belém, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou em sua rede social, a Truth Social, nesta domingo, 9, uma mensagem dizendo que a Amazônia foi destruída para a construção de uma estrada.

"Eles destruíram a floresta amazônica no Brasil para a construção de uma rodovia de quatro faixas para que ambientalistas pudessem viajar", escreveu Trump na mensagem, ressaltando que o caso "se tornou um grande escândalo".

Junto com a mensagem, Trump postou um vídeo de quatro minutos da Fox News, com uma reportagem do enviado da emissora a Belém para cobrir a COP30.

Na reportagem, o editor Marc Morano diz, com uma imagem de Belém ao fundo, que mais de 100 mil árvores foram cortadas na Amazônia para construir a estrada e mostrar como o "governo brasileiro está cuidando da floresta tropical".

Ainda na reportagem postada por Trump, o jornalista destaca que pela primeira vez não há uma delegação oficial dos Estados Unidos em uma conferência das Nações Unidas sobre o clima desde 1992. Mesmo países europeus estão deixando esses compromissos de lado, ressalta o jornalista.

A reportagem fala ainda da queda das vendas de carros elétricos e de demissões em fábricas nos Estados Unidos.