'Soberania é intocável', diz Lula ao lançar medidas de apoio às exportações

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a soberania nacional é "intocável" e criticou as tentativas de interferência dos EUA nos assuntos internos do País, ao assinar medida provisória que disponibiliza R$ 30 bilhões em crédito para os exportadores afetados pelo tarifaço dos Estados Unidos. A formalização da MP se deu nesta quarta-feira, 13.

"Agora a única coisa que nós precisamos exigir é que a soberania nossa é intocável. Ninguém dê palpite nas coisas que nós temos que fazer", afirmou o presidente em seu discurso. Na ocasião, Lula ainda disse que "vamos continuar teimando em negociação, porque nós gostamos de negociar".

Além da linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, o presidente também anunciou aumento de compras governamentais e adiamento de impostos. As medidas foram aprovadas uma semana após a taxação de 50% sobre os produtos nacionais nos EUA entrar em vigor.

Como alternativas para mitigar os danos do tarifaço, Lula cita possíveis novos parceiros comerciais, como Índia e China. "Nós vamos continuar vendendo as coisas do Brasil, se os Estados Unidos não quiserem comprar nós vamos procurar outro país", disse.

O presidente afirma que fará o possível para minimizar os impactos para os empresários e defende alternativas. "Ao invés de ficar chorando aquele que perdemos, vamos ganhar em outro lugar. O mundo é grande".

Lula ainda aproveitou seu discurso para criticar o relatório sobre o Brasil emitido pelo governo americano na última terça, 12. O documento acusa o País de violações de Direitos Humanos e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de censura.

De acordo com o texto, os tribunais brasileiros "tomaram medidas amplas e desproporcionais para minar a liberdade de expressão e a liberdade na internet". Os EUA também acusam o governo de suprimir "desproporcionalmente o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro".

"Falar de direitos humanos no Brasil já foi importante em outras épocas, mas, agora, antes tem que olhar o que acontece no país que está acusando o Brasil", disse o chefe do Executivo.

O presidente rebate a acusação dos EUA afirmando que o país tenta denegrir a imagem do Brasil. "Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos como estão tentando apresentar ao mundo. Os nossos amigos americanos toda vez que resolvem brigar com alguém eles tentam criar uma imagem de demônio contra as pessoas que eles querem brigar", afirmou.

As tentativas de interferência dos EUA visam blindar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e interromper seu julgamento no STF. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a extinção das investigações contra Bolsonaro na carta que anunciou a taxação e sancionou ministros do Supremo em retaliação aos avanços do julgamento.

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À medida que os ataques renovados da Rússia à infraestrutura energética da Ucrânia causam apagões antes do inverno, um grande escândalo de desvio de verbas e subornos envolvendo a empresa estatal de energia nuclear colocou altos funcionários sob escrutínio. A situação está se tornando uma das crises governamentais mais significativas desde a invasão em grande escala de Moscou.

Em resposta à reação pública, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu a demissão dos ministros da Justiça, Herman Halushchenko, e da Energia, Svitlana Grynchuk, em meio à investigação, e a primeira-ministra do país, Yuliia Svyrydenkoles, afirmou que eles apresentaram suas renúncias.

"Entre outras coisas, trata-se de uma questão de confiança", disse Zelensky em um vídeo publicado em seu canal no Telegram.

*Fonte: Associated Press.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação da Broadcast, sistema de notícas em tempo real do Grupo Estado.

A Câmara dos Estados Unidos avalia o projeto de lei de financiamento do governo americano neste momento com manifestações de diversos deputados. A votação do projeto deve ocorrer ainda nesta quarta-feira, 12, e pode encerrar o impasse sobre o orçamento que levou à paralisação de algumas das atividades federais.

A avaliação pela Câmara ocorre após o Senado aprovar projeto que permite a reabertura do governo americano.

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse mais cedo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, espera assinar ainda nesta noite o projeto de lei que permitirá o financiamento para que a as atividades federais do país sejam reabertas.

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira, 12, em comunicado, sanções contra o Exército Democrático Budista dos Karen (DKBA, na sigla em inglês), um grupo do Mianmar, além de quatro de seus líderes. O governo norte-americano também anunciou a criação de uma força-tarefa para combater os golpes do sudeste da Ásia.

De acordo com os EUA, o grupo armado foi sancionado por apoiarem esquemas de golpe cibernéticos em investimentos fraudulentos que tinham como alvos norte-americanos. Além do DKBA, também foram alvos de medidas os grupos Trans Ásia e Troth Star.

"Redes criminosas operando em Mianmar estão roubando bilhões de dólares de norte-americanos trabalhadores por meio de golpes online ... Essas mesmas redes fazem o tráfico de humanos e ajudam a alimentar a guerra civil de Mianmar", afirmou o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, John Hurley.

O governo dos Estados Unidos também criou o Scam Center Strike Force, uma força-tarefa que vai investigar, desmembrar e processar criminalmente os centros de golpes provenientes do sudoeste asiático, com foco em Mianmar, Camboja e Laos.