Zema se lança à Presidência e diz que vai combater 'lulismo' e 'perseguições' de Moraes

Política
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), lançou neste sábado, 16, sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026, durante o Encontro Nacional do partido Novo na Zona Sul de São Paulo. Em discurso, o governador fez críticas à gestão petista e ao judiciário, e ressaltou aspectos de seu período durante a gestão à frente do Executivo mineiro.

"Vamos chegar a Brasília para varrer o PT do mapa", afirmou o governador, e disse que o "lulismo está destruindo o Brasil, precisamos virar essa página". Zema ainda fez coro aos bolsonaristas mirando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e dizendo querer acabar com o que chamou de "abusos e perseguição" do magistrado.

Zema endureceu o discurso para marcar posição como o candidato presidencial mais à direita para o próximo ano e pretende intensificar viagens pelo País nos próximos meses. Apesar de lançar sua pré-candidatura à presidência da República, ele assumiu que "ajustes" poderiam ser feitos no decorrer da campanha pelos partido políticos. Questionado se abriria mão da liderança na chapa para ocupar uma candidatura de vice-presidente, Zema afirmou que dependerá de conversas com outras siglas.

"Então eu vejo, com naturalidade, essas mudanças na política. Vai depender muito das conversas entre os partidos. Os candidatos, muitas vezes, são considerados e outras vezes não. Mas o nosso projeto é permanecermos candidatos", disse. Zema ainda elogiou seu possível adversário, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). "O Tarcísio é competente, lido muito bem com ele. Conversamos regularmente. Admiro o trabalho dele. Ele tem uma aprovação excepcional em São Paulo. E nós temos propostas em comum".

"Foi o que eu fiz em 2018. Foi o que eu fiz em 2022 em Minas Gerais. Agora tudo na política às vezes muda. Tem fatos não previsíveis. Tem situações que ninguém consegue imaginar. Mas hoje a proposta, e eu me sinto muito confortável, é ser pré-candidato à presidência pelo Partido Novo." Para Zema, o cenário desenhado é a direita lançar vários candidatos e, no segundo turno, se unirem.

Críticas ao Bolsa Família

Ao ser questionado sobre como enfrentaria o desafio de conquistar votos do eleitorado no Nordeste, o governador reconheceu a dificuldade, particularmente, da direita, e aproveitou para tecer críticas ao Bolsa Família. "O brasileiro está vendo, depois de 20 anos ou mais, que ficar recebendo eternamente o Bolsa Família não melhora a vida dele. É uma perpetuação de uma vida precária, sem dignidade, sem futuro. Eu acredito em emprego. No dia que o Nordeste acordar para isso, e já está acordando, nós vamos ver essa mudança", afirmou.

"Nós temos de criar um mecanismo de desmame para o Bolsa Família (...). É preferível pagar o Bolsa Família mais três, quatro anos para quem está trabalhando do que ficar pagando trinta, como nós estamos fazendo, para quem fica só fazendo bico", afirmou o governador mineiro, criticando a falta de qualificação de empregos informais. "Ele fica só carregando ali massa de cimento, saco de cimento, ou então lavando carro na rua. Isso, daqui dez anos, não significa qualificação. Mas um emprego com carteira assinada numa empresa bem estruturada", defendeu Zema.

Estiveram presentes no evento o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, os deputados federais Marcelo Van Hattem, Adriana Ventura, Ricardo Salles, o senador Eduardo Girão, e o vice-governador Mateus Simões.

Governador defende saída do Brasil do BRICS

Durante o discurso, Zema criticou o presidente Lula afirmando que o "Lulismo está afundando o Brasil" e que o País está "crescendo à base de anabolizantes". O governador ainda defendeu a saída do País do Brics. Para o chefe do Executivo mineiro, a união entre as nações "não faz nenhum sentido geográfico", uma vez que os países que integram o grupo não são latino-americanos. "O Brics é uma colcha de retalhos, um frankenstein", criticou. Zema defendeu que o País se aproxime de "países democráticos ocidentais que têm uma raiz cultural comum" com o Brasil.

"Não quer dizer que nós vamos deixar de fazer comércio com todos esses países. É possível assinar acordos bilaterais com Índia, China e Rússia e estarmos aqui fortalecendo uma união regional que faz todo o sentido. Estarmos mais próximos da Europa, dos países da América do Norte, faz muito mais sentido cultural, sentido em termos de democracia e também sentido em termos geográficos", concluiu.

Zema disputa espaço entre candidatos da direita

O movimento ocorre no momento em que governadores vêm se organizando em torno de uma frente política articulada para ocupar o espaço deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que segue inelegível e em prisão domiciliar. Zema se junta a outros nomes, entre eles Ronaldo Caiado (União-GO), já oficialmente pré-candidato, Ratinho Júnior (PSD-PR), Eduardo Leite (PSD-RS) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), cotados nos bastidores.

Na semana passada, eles participaram de um encontro para discutir estratégias conjuntas e já têm novo jantar marcado pelo presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, na próxima terça-feira, 19. Diferentemente de outros rivais nessa corrida, sua candidatura não aguarda o aval de Bolsonaro. O governador chegou a se reunir com o ex-presidente no mês passado apenas para comunicá-lo sobre a decisão.

Apesar do passo dado neste sábado, a pré-campanha de Zema terá limitações. O Novo enfrentará dificuldade orçamentária e, por não ter superado a cláusula de barreira, não terá acesso ao horário eleitoral gratuito em rádio e TV, a menos que faça coligações. Ainda assim, dirigentes do partido avaliam que o mineiro é o melhor posicionado comparado aos outros governadores, já que Tarcísio ainda aguarda uma definição de Bolsonaro, Caiado enfrenta divergências dentro do União Brasil, que ainda compõe o governo Lula, enquanto Ratinho Jr. e Eduardo Leite disputam espaço dentro do PSD.

Em outra categoria

A Justiça de Bangladesh condenou nesta segunda-feira, 17, a ex-primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, de 78 anos, à morte por crimes contra a humanidade relacionados ao levante popular do ano passado, que matou centenas de pessoas e pôs fim aos seus 15 anos de governo. "Todos os elementos (...) constitutivos de um crime contra a humanidade estão reunidos", declarou o juiz do tribunal de Dacca, Golam Mortuza Mozumder. "Decidimos impor uma única pena, a pena de morte", acrescentou.

O tribunal também condenou o ex-ministro do Interior, Asaduzzaman Khan, à morte no caso, enquanto um terceiro suspeito - um ex-chefe de polícia - foi condenado a cinco anos de prisão por ter se tornado testemunha do Estado contra Sheikh e se declarado culpado.

A deliberação do tribunal na capital, Daca, foi transmitida ao vivo. O governo interino reforçou a segurança antes do veredicto, com guardas de fronteira paramilitares e policiais destacados em Daca e em muitas outras partes do país.

O partido Awami League da ex-primeira-ministra de Bangladesh convocou uma paralisação nacional em protesto contra o veredicto. Sheikh e Khan, que estavam exilados na Índia, foram julgados à revelia. Tanto ela quanto seu partido chamaram o tribunal de "tribunal de fachada" e denunciaram a nomeação de um advogado pelo Estado para representá-la.

Ela e Khan enfrentaram acusações de crimes contra a humanidade pelo assassinato de centenas de pessoas durante uma revolta estudantil em julho e agosto de 2024. Um relatório das Nações Unidas, divulgado em fevereiro, afirmou que até 1,4 mil pessoas podem ter sido mortas na violência, enquanto o conselheiro de saúde do governo interino disse que mais de 800 pessoas morreram e cerca de 14 mil ficaram feridas.

Na semana passada, o tribunal havia marcado a divulgação do veredicto para segunda-feira, visto que relatos de explosões de bombas caseiras e incêndios criminosos levaram à interrupção das aulas e do transporte em todo o país, após o "bloqueio" decretado pelo partido de Sheikh.

Antes da decisão do tribunal na segunda-feira, o antigo partido governante convocou novamente a paralisação, com Sheikh, numa mensagem de áudio, a instar os seus apoiadores a não ficarem "nervosos com o veredicto.

O veredicto foi proferido após relatos da mídia local sobre novas explosões de bombas caseiras em Daca, incluindo uma em frente à casa de um assessor, equivalente a um ministro de Estado, no domingo.

Entretanto, o chefe de polícia de Daca, Sheikh Mohammad Sazzat Ali, emitiu uma ordem de "atirar para matar" caso alguém tente incendiar veículos ou lançar bombas caseiras. A diretiva surge após quase 50 ataques incendiários, a maioria contra veículos, e dezenas de explosões de bombas caseiras terem sido relatadas em todo o país na última semana. Duas pessoas morreram nos ataques incendiários, segundo a imprensa local.

As autoridades do Supremo Tribunal, em carta enviada ao quartel-general do exército no domingo, solicitaram o destacamento de soldados nos arredores do tribunal antes da leitura da sentença.

Sheikh foi deposta em 5 de agosto do ano passado e fugiu para a Índia. O laureado com o Prêmio Nobel da Paz, o bengali Muhammad Yunus, assumiu a chefia de um governo interino três dias após sua queda. Yunus prometeu punir Hasina e proibiu as atividades de seu partido, a Liga Awami.

Yunus afirmou que seu governo interino realizará as próximas eleições em fevereiro e que o partido de Sheikh não terá a chance de concorrer à eleição. A política de Bangladesh sob o governo de Yunus permanece em uma encruzilhada, com poucos sinais de estabilidade. (Com informações de agências internacionais)

A comunista Jeannette Jara e o conservador José Antonio Kast disputarão o segundo turno das eleições presidenciais do Chile em 14 de dezembro. Com 40% das urnas apuradas às 20 horas deste domingo, 16, Jara tinha 26,45% dos votos e Kast 24,46%. Franco Parisi aparecia em terceiro com 18,62%, seguido por Johannes Kaiser (13,92%) e Evelyn Matthei (13,47%). Kaiser e Matthei declararam apoio a Kast após divulgação dos resultados parciais.

Jara, de 51 anos, integra o Partido Comunista e foi ministra do Trabalho no governo Gabriel Boric. Ela propõe fim do sigilo bancário para combater crime organizado, controle de fronteiras e ampliação de programas de saúde pública.

Kast, de 59 anos, lidera o Partido Republicano e promete deportação de 337 mil imigrantes sem documentos, instalação de cercas na fronteira e corte de impostos para empresas.

O Chile registrou 868 sequestros em 2024, alta de 76% em relação a 2021, segundo o Ministério Público. A taxa de homicídios subiu de 2,5 para 6 por 100 mil habitantes na última década, aumento de 140%.

A gangue venezuelana Tren de Aragua atua no país em sequestros e extorsão. A população imigrante passou de 4,4% para 8,8% do total em sete anos, atingindo 1,76 milhão de pessoas em um país de 20 milhões de habitantes.

Pesquisas de intenção de voto indicavam que Jara perde em todos os cenários de segundo turno. A união de Kaiser e Matthei em torno de Kast reforça esse quadro.

O Chile projeta crescimento de 2,5% do PIB em 2025 e 2026, abaixo da média das últimas décadas.

Mais de 15,6 milhões de eleitores votaram neste domingo para presidente, renovação total da Câmara dos Deputados e metade do Senado.

A votação começou às 8 horas e terminou às 18 horas, horário de Brasília.

O vencedor do segundo turno assumirá em março de 2026, substituindo Gabriel Boric.

A apuração completa dos votos para o Congresso deve demorar mais tempo devido à complexidade do sistema eleitoral, que envolve cinco listas de partidos e dezenas de candidatos independentes.

O Chile fechou neste domingo, 16, os centros de votação e iniciou a contagem dos votos de uma eleição presidencial polarizada entre a ex-ministra comunista Jeannette Jara, de 51 anos, e o candidato da direita radical José Antonio Kast, de 59. O pleito, que também renovou a Câmara dos Deputados e parte do Senado, ocorreu sob voto obrigatório e registro automático, elevando o eleitorado para 15,7 milhões de pessoas.

Outros nomes no páreo incluíram a ex-ministra de centro-direita Evelyn Matthei, de 72 anos, e o deputado libertário Johannes Kaiser, de 49, além de quatro candidatos com menor intenção de voto, em um cenário marcado por debates sobre imigração, crime organizado e economia estagnada.

Pesquisas indicaram que nenhum dos candidatos alcançaria os 50% exigidos para vencer no primeiro turno, o que deve levar a disputa para a segunda etapa, marcada para 14 de dezembro.

A apuração começou no início da noite e os primeiros resultados oficiais são esperados ainda neste domingo. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado