'Temos que pautar anistia, STF precisa respeitar Congresso', diz vice da Câmara em ato no Rio

Política
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O bolsonarista Altineu Côrtes (PL-RJ) defendeu neste domingo, 7, que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute "imediatamente" a anistia. O deputado, que é vice-presidente da Casa, afirmou também que Motta "sabe" que há maioria de líderes partidários a favor da medida.

"O presidente Hugo Motta sabe, porque tem conversado com líderes, tem mais de 300 deputados. Tem maioria dos líderes, e a gente tem que pautar anistia imediatamente", declarou Altineu em ato bolsonarista na Praia de Copacabana, no Rio, para defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e com críticas ao Supremo Tribunal Federal.

Altineu afirmou que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), precisa respeitar a maioria dos senadores e pautar o projeto na Casa, após uma eventual aprovação na Câmara. Alcolumbre tem se mostrado resistente à proposta e articula um texto alternativo, com redução de penas e não perdão.

"O senador Davi Alcolumbre é presidente do Senado. Está tudo certo, mas ele tem que respeitar a maioria dos senadores", disse Altineu.

O deputado falou ainda que a anistia não é contra o Supremo Tribunal Federal, mas é um mecanismo que consta da Constituição. "A anistia está na Constituição Federal. Não somos nós que estamos inventando. Ou a Constituição vale ou não vale. Não é contra o Supremo Tribunal Federal, não é contra ninguém, é o que está na Constituição".

A afirmação de que a anistia está na Constituição, no entanto, encontra divergências. Professores de Direito Constitucional ouvidos pelo Broadcast Político concordam que uma anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro seria inconstitucional, mas discordam sobre a obviedade dessa afirmação.

A Constituição, em seu artigo 5º, lista expressamente os crimes que não são suscetíveis de graça ou anistia: tortura, tráfico ilícito de drogas, terrorismo e crimes hediondos. A "ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático" consta apenas da linha seguinte: a dos crimes imprescritíveis e inafiançáveis. Por isso, juristas veem uma brecha que é utilizada por quem defende a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.

Para o professor Vitor Rhein Schirato, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), a vedação à anistia no caso de crimes contra a democracia é uma "consequência óbvia" do trecho que trata da impossibilidade de fiança e prescrição. "A Constituição não admite anistia para quem atenta contra a Constituição. É óbvio e inquestionável", observou. "É basicamente dizer que, se você tentar matar uma pessoa e ela te perdoar do além, está tudo certo".

Também participam do ato nomes como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL) e os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Alexandre Ramagem (PL-RJ), General Pazuello (PL-RJ), Carlos Jordy (PL-RJ) e Luiz Lima (Novo-RJ).

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Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press