Barroso diz que País vai se pacificar após julgamento de todos os núcleos da trama golpista

Política
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, que deixa o cargo na segunda-feira, 29, disse acreditar que "o País vai se pacificar gradativamente assim que terminar os julgamentos de todos os núcleos" da trama golpista na Corte. Em conversa com jornalistas na manhã desta sexta-feira, 26, ele lamentou que não tenha conseguido, ao longo de sua gestão de dois anos, atingir seu objetivo de pacificação.

"Eu gostaria de ter sido a pessoa que pudesse ter feito resgate maior da civilidade", disse o ministro. "Eu achava que seria possível, mas julgamentos do 8 de Janeiro e do golpe dificultaram muito criar esse ambiente de pacificação, porque quem está sendo preso vai querer briga, não pacificação", afirmou.

Barroso ainda disse que tem esperança de que a crise com os Estados Unidos vá "desescalar" e que não será necessário que o Supremo se pronuncie sobre o alcance da Lei Magnitsky, aplicada pelo governo de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, sua mulher e outras autoridades em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro Flávio Dino afirmou, em decisão de agosto, que a medida não tem efeitos no Brasil, o que causou um impasse entre instituições financeiras e fez a Bolsa cair na ocasião.

Na conversa, Barroso relatou que estava nos EUA quando recebeu a notícia da sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e que, na ocasião, "nunca passou pela cabeça que pudesse vir a Magnitsky". Ainda de acordo com Barroso, a Corte deve aguardar o fim do julgamento de todos os núcleos sobre a trama golpista para atuar contra as sanções impostas pelos EUA.

"Já estamos atuando para desfazer narrativa", afirmou. Para ele, as autoridades americanas "foram convencidas" de uma narrativa falsa sobre a existência de uma ditadura do Judiciário no Brasil: "A narrativa que prevaleceu foi a de quem tentou dar um golpe e não conseguiu". Ele afirmou que uma das sugestões que fez ao Executivo foi a contratação de um escritório de lobby para atuar nos EUA.

O ministro relatou ter conversado brevemente ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na posse da nova gestão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Ele disse que o presidente parecia "otimista e cauteloso" em relação ao avanço do diálogo com Trump. Lula havia acabado de voltar dos EUA, onde esteve frente a frente com o presidente americano pela primeira vez. Uma conversa entre os dois está prevista para a próxima semana. "E o presidente Lula, se você deixar ele falar, ele é convincente", afirmou o ministro do STF.

Barroso disse que não tem planos de "deixar o Supremo prontamente, muito menos o Brasil". Ele não negou nem confirmou os rumores de que deve antecipar a sua aposentadoria, prevista para 2033, quando ele completa 75 anos. O ministro afirmou que recebeu recentemente mais de um convite de instituições acadêmicas para visitar os EUA, como da Universidade de Princeton e da Universidade de John Hopkins. Seu visto foi suspenso pelos EUA em julho, assim como o de mais sete ministros da Corte.

O ministro disse que trabalha em um projeto para quando deixar a presidência do Tribunal: um livro de memórias, que já está em processo de escrita. "Vou contar como vi a vida", disse. Ele também espera "sair do radar" assim que deixar o cargo.

Ministro cita possibilidade de controle de processo de impeachment

Na entrevista, Barroso disse que qualquer processo de impeachment é passível de controle, inclusive processos que pretendem tirar ministros do STF do cargo. Ele avaliou que o questionamento ao rito de impeachment de ministros da Corte, feito por meio de duas ações, "veio em ótima hora".

As ações foram movidas pelo partido Solidariedade e pela Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) em 17 de setembro, dias após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe. Em 2026, bolsonaristas querem eleger senadores em número suficiente para aprovar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. São necessários votos de dois terços dos senadores, o que representa 54 dos 81 parlamentares.

Para Barroso, além dos votos, o impeachment precisa ter uma razão fundamentada. "Processos de crime de responsabilidade têm tipificação constitucional, qualquer processo de impeachment é passível de controle", ressaltou.

Ele disse que considera que impeachments são sempre prejudiciais para a estabilidade institucional. "Fui contra o impeachment do ex-presidente (Bolsonaro)", afirmou.

O ministro afirmou que a ação sobre o impeachment de ministros "não há nenhuma relação" com as conversas sobre anistia aos envolvidos nos atos golpistas ou redução de penas tocadas entre o Congresso e ministros do STF. Ele afirmou que a ação é resultado de um parecer dirigido pelo professor de Direito Constitucional Ademar Borges, com base em um trabalho que já vinha sendo escrito há mais de seis meses.

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Membros da Guarda Nacional do Texas foram vistos nesta terça-feira, 7, em um centro de treinamento militar em Illinois, no sinal mais claro até agora do plano do governo norte-americano Donald Trump de enviar tropas para a região de Chicago, apesar da oposição de autoridades locais e de uma ação judicial em curso. Os militares exibiam o emblema da Guarda Nacional texana.

O governador de Illinois, JB Pritzker, acusou Trump de usar as tropas como "peões" e "instrumentos políticos", enquanto o prefeito de Chicago, Brandon Johnson, criticou a falta de cooperação da Casa Branca. O Estado e a cidade processaram o governo federal, alegando que a medida faz parte de uma "guerra" declarada por Trump contra Chicago e Illinois. Um juiz deu dois dias ao governo para responder, com audiência marcada para quinta-feira.

A mobilização reacende tensões com governadores democratas. No Oregon, um juiz bloqueou o envio de tropas a Portland. Trump tem retratado as grandes cidades como "zonas de guerra" e ameaçou acionar a Lei da Insurreição, que autoriza o uso de militares da ativa em Estados que desafiam ordens federais.

Em Chicago, a presença de agentes armados da Patrulha de Fronteira e prisões em áreas latinas aumentaram o temor entre moradores. Johnson assinou uma ordem proibindo o uso de propriedades municipais em operações migratórias.

Apesar do discurso do governo, dados policiais mostram queda da criminalidade: os homicídios recuaram 31% em Chicago e 51% em Portland. Desde o início do segundo mandato, Trump já enviou ou cogitou enviar tropas a dez cidades americanas, incluindo Los Angeles e Washington. Fonte: Associated Press

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast

A crise política detonada na França pela renúncia do primeiro-ministro Sébastien Lecornu se agravou nesta terça-feira, 7, com um aumento das críticas ao presidente Emmanuel Macron dentro de seu próprio grupo político. Dois ex-premiês que serviram no gabinete do presidente o criticaram em meio à pressão para que ele convoque novas eleições legislativas ou renuncie ao cargo.

Um deles, Édouard Philippe, afirmou Macron deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês deveria dizer "que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses é considerado tempo demais e isso prejudicaria a França".

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

Renúncia do primeiro-ministro

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

O início da crise

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional por determinação de Macron, o que desencadeou novas eleições.

Após o avanço da extrema direita nas eleições para o Parlamento europeu, Macron calculou que a votação lhe beneficiaria diante de um temor do avanço radical.

O primeiro turno da eleição, no entanto, teve um resultado contrário e o presidente teve de se aliar à Frente Ampla de esquerda para derrotar a direita radical.

Após a vitória, no entanto, Macron se recusou a incluir a esquerda na coalizão de governo, o que fragilizou seu governo.

Repleto de oponentes de Macron, os parlamentares derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

*Com informações da Associated Press.

O ex-primeiro-ministro da França, Édouard Philippe, afirmou nesta terça-feira, 7, que o presidente francês, Emmanuel Macron, deveria convocar eleições presidenciais antecipadas e renunciar após a Assembleia Nacional aprovar o orçamento para 2026.

Philippe, que foi o primeiro premiê de Macron depois que ele chegou ao poder em 2017, disse que o presidente francês "deveria dizer que não podemos deixar que o que temos vivido nos últimos seis meses se prolongue. Mais 18 meses seriam tempo demais e prejudicariam a França".

Macron já havia dito anteriormente que cumprirá seu segundo e último mandato presidencial até o fim.

O presidente francês também foi criticado pelo ex-primeiro-ministro Gabriel Attal, que manifestou seu descontentamento com a decisão de Macron de dissolver a Câmara dos Deputados em junho de 2024 - a raiz da crise atual.

"Como muitos franceses, não compreendo mais as decisões do presidente", disse Attal à emissora TF1 na segunda-feira, 6.

A turbulência política tomou conta da França há mais de um ano, a partir da dissolução da Assembleia Nacional que desencadeou novas eleições. O resultado foi um Parlamento repleto de oponentes de Macron, que derrubaram seus governos minoritários, um após o outro.

Renúncia do primeiro-ministro

A última crise começou com a renúncia, na segunda-feira, 6, do primeiro-ministro Sébastien Lecornu - o quarto primeiro-ministro de Macron desde a dissolução, depois de Attal, Michel Barnier e François Bayrou.

Depois de aceitar a demissão de Lecornu, Macron deu ao seu aliado mais 48 horas para "negociações finais" com a intenção de tentar estabilizar o país antes de decidir seus próximos passos.

Lecornu se reuniu nesta terça-feira com autoridades da chamada Socle Commun (Plataforma Comum), uma coalizão de conservadores e centristas que havia fornecido uma base de apoio, embora instável, aos primeiros-ministros de Macron antes de se desintegrar, quando Lecornu nomeou um novo gabinete na noite de domingo, 5.

O novo governo então entrou em colapso menos de 14 horas depois, quando O conservador Bruno Retailleau retirou seu apoio.

*Com informações da Associated Press