Após voto de Nunes Marques, ministro Gilmar Mendes fala por mais de 1h30

Política
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Após o ministro Kassio Nunes Marques se aliar a posição do relator da Lava Jato, Edson Fachin, e votar contra declarar o ex-juiz Sergio Moro suspeito no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro Gilmar Mendes usou mais de uma hora e meia da sessão para resgatar seu voto e rebater os argumentos de Nunes Marques.

Exaltado em diversos momentos, Gilmar se mostrou insatisfeito com o fato do colega ter trazido à tona a discussão sobre a legalidade ou não de se usar como provas as mensagens divulgadas a partir hackers e atribuídas ao ex-juiz federal e a integrantes da força-tarefa em Curitiba.

Em vários momentos, se dirigindo a Nunes Marques, Gilmar disse que essa não era o debate a ser feito no processo. O ministro argumentou que as alegações levadas pela defesa do ex-presidente Lula já seriam suficientes para declarar a imparcialidade de Moro.

Em declarações enfáticas, Gilmar afirmou "cada um passará para a história com seu papel" e que tais temas "não "admitem covardia". "Falsos espertos acabam sendo pegos e desmoralizados", afirmou Gilmar, que falou também em "juiz covarde".

"Desculpe a ênfase, mas é preciso que todos nós tenhamos a noção da responsabilidade do caso que estamos julgando. Não se trata de ficar brincando de não conhecer de habeas corpus. Atrás de muitas vezes da técnica de não conhecer habeas corpus se esconde um covarde. E vou falar: o bom ladrão, salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde", disse Gilmar.

Entre os motivos que levaram Nunes Marques a rejeitar a ação de Lula está o fato de a discussão ocorrer por meio de habeas corpus. Para o ministro, esse tipo de processo não é apropriado para discutir a suspeição de um juiz. Esse argumento provocou a reação de Gilmar, assim como o fato de Nunes Marques ter afirmado que não seria possível o STF usar a divulgação das mensagens como prova de parcialidade do ex-juiz.

"Estamos falando de fatos, não de conversa de hacker, não de contraditório para juiz suspeito", rebateu Gilmar, que questionou ainda o fato de "não ter aparecido até agora alguém para dizer que os diálogos" divulgados não ocorreram. "Veja quem propôs o uso de prova ilícita? Foi a República de Curitiba", comentou.

O ministro ainda se disse "insuspeito" em relação a engajamento político ou simpatia ao PT, além de afirmar que não o afetou o tuite do general Villas Bôas às vésperas de um julgamento da Corte sobre o caso de Lula, em 2018.

"O tuíte do general Villas Bôas não me afeta. Vim de Lisboa para votar no caso da segunda instância", afirmou o ministro. Em 2018, o general publicou tuítes que faziam "alerta" ao Supremo, pouco antes de a Corte julgar um habeas corpus do ex-presidente.

"Certamente somos abordados em distintos locais do mundo que nos perguntam. Uma pergunta óbvia. 'Como pode, ministro, depois de tudo isso, intervenção nas eleições, assumir um cargo de ministro de Estado num governo que se beneficiou de suas decisões?'. Para isso nós não precisamos de hacker. Estamos falando de fatos. Eu sou insuspeito de engajamento político e muito menos simpatia pelo PT. Mas é preciso dar a este paciente (Lula) o julgamento justo".

"Não conhecer de habeas corpus é muito fácil, mas o tribunal tem reconhecido em casos de revisão criminal", disse Gilmar.

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Elon Musk, chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (Doge, na sigla em inglês), afirmou que "a não ser que sejamos parados, vamos chegar a economias de US$ 1 trilhão". Ele também destacou que, sem o apoio do presidente Donald Trump, "não faríamos nenhum progresso".

Em entrevista à Fox Business, Musk ressaltou que os democratas não estão interessados em permitir que o Doge siga com suas atividades, sugerindo que o partido de oposição a Trump poderia suspender as operações do departamento. "Eles não querem que acabemos com fraudes e gastos. É isso que paga a estadia de imigrantes ilegais no país", declarou.

Sobre a equipe do Doge, o CEO da Tesla revelou que, atualmente, cerca de 100 pessoas trabalham no departamento, e que a meta é chegar a 200 integrantes. Na sequência, perguntado se fazia sentido reduzir cargos em outros setores do governo para aumentar as economias e, ao mesmo tempo, ampliar o número de funcionários do Doge, Musk enfatizou: "Só estou aqui para aumentar a eficiência do governo e estamos fazendo progresso. Não quero os EUA dando calote. Estamos praticamente em todos os departamentos do governo americano."

Ele ainda ressaltou que "todos os recibos do Doge" estão disponíveis na internet, destacando a transparência do departamento.

Ao ser questionado sobre as recentes quedas nas ações da Tesla, Musk respondeu com humor: "Tente olhar pelo lado positivo", mas evitou dar mais detalhes ou comentar sobre os motivos específicos para a queda.

Já sobre o ataque virtual registrado hoje ao X, Musk apontou que endereços de IP na Ucrânia "estiveram envolvidos no massivo ciberataque" contra a rede social. No entanto, ele não entrou em detalhes e afirmou que sua equipe está investigando o que ocorreu com a plataforma.

Uma passageira a bordo de um voo da Southwest Airlines que realiza o trajeto entre Houston para Phoenix, nos Estados Unidos, tirou a roupa e começou a gritar antes mesmo da aeronave decolar do aeroporto Aeroporto Hobby, em Houston.

O avião foi obrigado a voltar para o portão de embarque para que a passageira pudesse ser retirada, segundo a NBC News.

O caso ocorreu no dia 3 deste mês, segunda-feira da semana passada, e provocou muito tumulto e confusão, segundo a emissora.

A passageira foi retirada da aeronave por policiais e encaminhada para avaliação médica no Centro Neuropsiquiátrico do Hospital Harris Health Ben Taub.

O nome da passageira não foi relevado e ela não sofreu acusações formais. A companhia aérea emitiu uma nota dizendo se tratar de "problema com passageiro a bordo". "Nossas equipes entraram em contato com os clientes a bordo do voo para se desculpar pelo atraso em suas viagens", informa o comunicado da Southwest.

A reportagem da NBC News diz ainda que passageiros do voo relataram que a mulher começou a gritar e dizia ser bipolar antes de tirar toda a sua roupa. Ela batia com suas mãos em partes do avião, o que causou alvoroço dentro da aeronave.

A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira uma ação judicial movida por procuradores-gerais republicanos de 19 estados, que tentava bloquear processos sobre mudanças climáticas contra a indústria de petróleo e gás em estados governados por democratas.

Os juízes atuaram em resposta a um esforço incomum dos republicanos para questionar, no Supremo Tribunal, o uso de tribunais estaduais pelos estados democratas para processar empresas de combustíveis fósseis, acusadas de enganar o público sobre os riscos de seus produtos, que contribuem para as mudanças climáticas.

Embora o Supremo Tribunal normalmente só ouça apelações, a Constituição concede ao tribunal a autoridade para julgar processos originais entre estados. Os juízes Clarence Thomas e Samuel Alito disseram que permitiriam que a ação seguisse adiante, por enquanto. Segundo Thomas, os juízes não têm discrição para rejeitar a queixa nesta fase, em um desacordo que não abordou o mérito da reclamação.

A queixa republicana, liderada pelo procurador-geral do Alabama, Steve Marshall, argumenta que os estados democratas estão tentando impor uma política nacional de energia, o que, segundo eles, elevaria o custo da energia em todo o país. O Supremo também rejeitou até agora apelações das empresas de energia que buscavam envolver os juízes na questão.

As ações movidas por dezenas de governos estaduais e locais alegam que as empresas de combustíveis fósseis enganaram o público sobre como seus produtos podem contribuir para a crise climática, e buscam bilhões de dólares em danos por fenômenos como tempestades severas, incêndios florestais e o aumento do nível do mar.

A ação republicana tinha como objetivo especificamente interromper processos movidos por Califórnia, Connecticut, Minnesota, New Jersey e Rhode Island. Somente o governo federal tem autoridade para regulamentar as emissões de gás interestaduais, e os estados não podem aplicar suas próprias leis a uma atmosfera global que ultrapassa suas fronteiras.