Eduardo Bolsonaro comenta escolha de Rubio para negociações com Brasil: 'Nos ajuda' e 'golaço'

Política
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou nesta segunda-feira, 6, que a escolha do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio para dar sequência às negociações com o Brasil foi um "golaço".

Eduardo comentou no X, antigo Twitter, declaração de um ex-embaixador ouvido pelo Uol que analisa que a presença de Rubio nas tratativas "complica o Brasil". "Não complica o Brasil, nos ajuda! A escolha do Presidente Donald Trump só complica o regime de exceção. Golaço!", escreveu em duas postagens, uma em português e outra em inglês.

"O Secretário Rubio conhece bem a América Latina. Sabe muito bem como funciona os regimes totalitários de esquerda na região. Sabe como o Judiciário foi instrumentalizado como ferramenta de perseguição política. Ele não cairá nesse papo furado do regime, de independência de um Judiciário aparelhado", continuou.

Após videoconferência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apontou Rubio para continuar as articulações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo nota do governo Lula, os presidentes conversaram durante 30 minutos "em tom amistoso". Horas antes da realização da videoconferência ter se tornado pública, Eduardo havia ironizado a possibilidade que um diálogo entre os líderes ocorresse.

Também no X, ele comentou uma notícia do jornal Folha de S. Paulo que apontava que Trump não havia designado interlocutores para combinar encontro com Lula. "Se bem me lembro era a agenda do Lula que estava cheia. Eu só fico imaginando qual compromisso um sujeito pode ter mais importante do que poder conversar com o presidente da maior potência econômica mundial...", disse.

Eduardo também publicou reproduções de reportagens com declarações de Marco Rubio sobre o Brasil. Nelas, o secretário norte-americano diz que a aplicação da Lei Magnitsky como sanção foi "aviso" e que "os Estados Unidos responderão adequadamente a essa caça às bruxas", referindo-se à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Eis o designado pelo Presidente Donald Trump para tratar com Alckmin. Tirem suas conclusões", escreveu Eduardo.

Após conversar com Lula, que descreveu como "um bom homem", Trump disse em entrevista coletiva na Casa Branca que pretende "começar a fazer negócios" com o Brasil.

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A imprensa internacional repercutiu nesta segunda-feira, 6, a ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, dos Estados Unidos. Os dois conversaram por 30 minutos por videoconferência e trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação.

Os veículos estrangeiros destacaram que Lula pediu a Trump a retirada do tarifaço sobre produtos brasileiros e de medidas contra autoridades.

O norte-americano The Washington Post informou, em uma nota curta, que Lula pediu pelo fim das tarifas extras de 40% e que reiterou convite para que Trump venha à COP 30, em Belém (PA).

O espanhol El País ressaltou que a conversa foi a primeira entre os dois líderes desde o início das tensões diplomáticas em razão do processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Também publicou a manifestação de ambos em seus perfis oficiais (Lula na rede social X e Trump na Truth Social).

"A conversa telefônica entre os presidentes parece suavizar uma relação que havia alcançado altos níveis de tensão", escreveu o jornal.

De acordo com o jornal francês Le Monde, a ligação foi "amigável". A reação do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e seu papel nas negociações para que a conversa ocorresse foi mencionada, assim como sua opinião de que tudo correu "melhor que o esperado".

A Bloomberg reportou a reação positiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e mencionou a intercessão de empresários brasileiros nos EUA para tentar articular um contato entre os presidentes.

"O setor privado brasileiro uniu esforços para aprimorar o diálogo entre os dois países, com empresas líderes e grupos industriais sendo convocados a fornecer informações sobre seus setores", diz a Bloomberg.

Já o jornal português Público se referiu ao momento vivido pelos dois países como "uma crise diplomática sem precedente". A situação foi desencadeada, segundo a reportagem, pela condenação de Bolsonaro e pela "presidência brasileira nos BRICS".

O jornal também relembrou as sanções impostas pelos EUA: "Para além das tarifas, os Estados Unidos restringiram os vistos a várias autoridades políticas e judiciárias do Brasil, como os juízes do Supremo Tribunal Federal, e impuseram a Lei Magnitsky ao juiz Alexandre de Moraes, relator do processo contra Jair Bolsonaro".

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que seu governo fará algo em relação aos agricultores americanos nesta semana, sem dar mais detalhes, durante falas para jornalistas na Casa Branca, nesta segunda-feira.

A sinalização acontece após o republicano dizer que planeja um pacote de ajuda para os agricultores de soja dos EUA, em meio ao boicote da China aos grãos americanos, por conta da guerra comercial travada entre os dois países.

Nos comentários, Trump também disse que tomou a decisão de enviar mísseis para a Ucrânia, mas quer "ter certeza do que eles estão fazendo com eles primeiro".

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 6, que o Hamas "está concordando com coisas muito importantes" do plano de paz proposto por Washington para encerrar a guerra em Gaza. "Temos praticamente todas as nações trabalhando neste acordo e tentando concluí-lo. É um acordo em que, incrivelmente, todos se uniram", declarou.

Trump ressaltou, porém, que há "linhas vermelhas" que não pretende cruzar. "Se certas condições não forem cumpridas, eu não farei o acordo", advertiu o republicano.

Ele também negou ter pedido ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que parasse de criticar o plano de libertação de reféns, dizendo: "Eu não disse a Netanyahu para deixar de ser negativo sobre o acordo dos reféns".

Em outro momento, o presidente comentou a paralisação parcial do governo americano, afirmando que "as negociações com os democratas sobre os planos de saúde estão em andamento".

Trump também voltou a justificar o envio da Guarda Nacional a cidades americanas, dizendo que a medida começou por Washington, agora "a cidade mais segura dos EUA".

Questionado sobre as condições para invocar o Insurrection Act, que autoriza o uso das Forças Armadas em território nacional, afirmou: "Se pessoas estivessem sendo mortas e os tribunais ou autoridades locais nos impedissem, eu agiria."