'FT ajudou a eleger o Bozo': confira alguns dos diálogos hackeados da Lava Jato

Política
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio da Silva segue apresentando ao Supremo Tribunal Federal relatórios de análise das mensagens apreendidas na Operação Spoofing - investigação que mirou hackers que invadiram celulares de autoridades como o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato.

Em uma das mensagens que constam no 13º parecer enviado ao ministro Ricardo Lewandowski na manhã desta segunda, 29, uma procuradora chamada Jerusa escreveu: " Temos que entender que a FT (força-tarefa) ajudou a eleger Bozo (Jair Bolsonaro), e que, se ele atropelar a democracia, a LJ (Lava Jato) será lembrada como apoiadora. Eu, pessoalmente, me preocupo muito com isso".

O texto foi destinado ao procurador Deltan Dallagnol, ex-chefe da hoje extinta força-tarefa, no dia 28 de março de 2019. O contexto da frase seria uma tentativa de 'reaproximação com os jornalistas': "Minha opinião é de que precisamos nos desvincular do Bozo, só assim os jornalistas vão novamente ver a credibilidade e apoiar a LJ".

O contexto da mensagem foi a determinação que partiu de Bolsonaro, em 2019, para que o Ministério da Defesa fizesse as 'comemorações devidas' do aniversário do 31 de março de 1964, quando um golpe militar derrubou o então presidente João Goulart e iniciou um período ditatorial que durou 21 anos.

"Agora, com a 'comemoração da ditadura' (embora não tenha vinculação direta com o combate à corrupção), estamos em silêncio nas redes sociais", disse a procuradora a Deltan. Segundo ela, 'defender a democracia' naquele momento 'seria um bom início de reaproximação com a grande imprensa'.

"Não prezamos a democracia? concordamos, como os defensores de bozo, que ditadura foram os 13 anos de governo PT? a LJ teria se desenvolvido numa ditadura? sei que há uma preocupação com a perda de apoio dos bolsominions, mas eles diminuem a cada dia. o governo perde força, pelos atropelos, recuos e trapalhadas, a cada dia. converse com as pessoas: poucos ainda admitem que votaram no bozo (nao sei como Amoedo nao foi eleito no 1º turno pq ultimamente, so me falam que votaram nele)", seguiu a procuradora.

No relatório enviado ao Supremo, os advogados de Lula destacam ainda diálogos de um chat com participação do ex-presidente da Associação Nacional de Procuradores da República e integrantes da 'força-tarefa' da Lava Jato.

Além disso, os advogados do ex-presidente sustentam que a antiga direção da ANPR consultou o grupo de procuradores de Curitiba antes de emitir notas relacionadas a operações que atingiram Lula, como texto divulgado no dia da condução coercitiva do petista (04.03.2016) e quando foi apresentada denúncia contra o ex-presidente, o dia 'coletiva do PowerPoint (15.09.16).

Na esteira de um pontos tópicos levantados no julgamento que declarou a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro no caso do triplex - a quebra de sigilo que atingiu o escritório dos advogados do presidente - a defesa ainda menciona outros diálogos que teriam relação com os defensores do presidente.

Um das mensagens atribuídas ao procurador Deltan Dallagnol, datada de fevereiro de 2018, registra: "Temos que avaliar esses pagamentos se não são prioridade para o RJ. Tem algum grupo que já estava tratando disso? Alguém já tinha afastado o sigilo do escritório? Se não, é uma oportunidade de ouro pra isso a partir do compartilhamento". Junto do texto, teria sido encaminhada uma matéria intitulada 'Escritório que defende Lula foi quem mais recebeu da Fecomércio do TJ'.

COM A PALAVRA, O PROCURADOR JOSÉ ROBALINHO

À reportagem, o procurador afirmou que assinou como presidente da ANPR 'uma centena de notas' e que, durante os quatro anos que passou na entidade, a dinâmica de produção de notas era a mesma: "um colega é atingido com alguma questão, ele entrava em contato com a ANPR, a nota era preparada, passava pela diretoria e passava de volta para a pessoa - isso era sempre assim, em todos os casos". "Defendemos a Lava Jato a pedido da Lava Jato, quando ela era atacada", completou o procurador. Sobre os diálogos mencionados no chat, o procurador registrou que os grupos foram apagados e que não se recorda.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira, 1, impor sanções a qualquer pessoa que compre petróleo iraniano, um alerta feito após o adiamento das negociações planejadas sobre o programa nuclear de Teerã.

Trump fez a ameaça de sanções secundárias em uma postagem nas redes sociais. "Todas as compras de petróleo iraniano ou produtos petroquímicos devem parar agora!". Ele disse que qualquer país ou pessoa que compre esses produtos do Irã não poderá fazer negócios com os EUA "de nenhuma forma".

Não ficou claro como Trump implementaria tal proibição. Mas sua declaração corre o risco de agravar ainda mais as tensões com a China - principal cliente do Irã - em um momento em que o relacionamento está tenso devido às tarifas do presidente americano.

Com base em dados de rastreamento de petroleiros, a Administração de Informação de Energia dos EUA concluiu em um relatório publicado em outubro que "a China absorveu quase 90% das exportações de petróleo bruto e condensado do Irã em 2023". Trump, separadamente, impôs tarifas de 145% à China dentro de sua guerra comercial ao país.

Negociações adiadas

A ameaça de Trump nas redes sociais ocorreu após Omã anunciar que as negociações nucleares planejadas para o próximo fim de semana haviam sido adiadas.

O ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr al-Busaidi, fez o anúncio em uma publicação na plataforma social X. "Por razões logísticas, estamos remarcando a reunião EUA-Irã, provisoriamente planejada para sábado, 3 de maio", escreveu ele. "Novas datas serão anunciadas quando mutuamente acordadas."

Al-Busaidi, que mediou as negociações em três rodadas até o momento, não deu mais detalhes.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Esmail Baghaei, emitiu um comunicado descrevendo as negociações como "adiadas a pedido do ministro das Relações Exteriores de Omã". Ele disse que o Irã continua comprometido em chegar a "um acordo justo e duradouro".

Acordo nuclear

As negociações entre EUA e Irã buscam limitar o programa nuclear iraniano em troca do relaxamento de algumas das sanções econômicas que Washington impôs a Teerã. As negociações foram lideradas pelo Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, e pelo enviado dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Trump ameaçou repetidamente lançar ataques aéreos contra o programa iraniano se um acordo não for alcançado. Autoridades iranianas alertam cada vez mais que poderiam buscar uma arma nuclear com seu estoque de urânio enriquecido a níveis próximos aos de armas nucleares.

O acordo nuclear do Irã com potências mundiais, firmado em 2015, limitou o programa iraniano. No entanto, Trump retirou-se unilateralmente do acordo em 2018, desencadeando um maior enriquecimento de urânio por parte do Irã./Com Associated Press

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta quinta-feira que o então conselheiro de Segurança Nacional americano, Mike Waltz, não foi demitido, mas sim realocado para ser o próximo embaixador do país na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Waltz fez o trabalho que ele precisava fazer e o presidente Donald Trump achou melhor um novo cargo pra ele", disse Vance em entrevista à Fox News.

Segundo o vice, a saída de Waltz do cargo não teve a ver com escândalo do Signal. Em março, o conselheiro passou a ser investigado pela criação de um grupo de mensagens no software e incluir, por engano, o jornalista Jeffrey Goldberg. "Waltz tem minha completa confiança", acrescentou Vance.

Sobre a contração do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA na quarta-feira, ele reiterou que "isso é a economia de Joe Biden".

Vance ainda comentou que a Índia tirou proveito do país por muito tempo, mas que o governo Trump irá rebalancear o comércio e que

a Rússia e a Ucrânia têm que dar o último passo para acordo de paz. "Chega um momento que não depende mais dos EUA".

Itália, Croácia, Espanha, França, Ucrânia e Romênia enviaram, nesta quinta-feira, aviões para ajudar a combater um incêndio florestal que fechou uma importante rodovia que liga Tel-Aviv a Jerusalém, em Israel. As chamas, iniciadas por volta do meio-dia (horário local) da quarta-feira, são alimentadas pelo calor, seca e ventos fortes no local e já queimaram cerca de 20 quilômetros quadrados.

A Macedônia do Norte e o Chipre também enviaram aeronaves de lançamento de água. Autoridades israelenses informaram que 10 aviões de combate a incêndios estavam operando durante a manhã, com outras oito aeronaves chegando ao longo do dia. Fonte: Associated Press.