'Ninguém quer ser pobre. Quem causa essa situação é o sistema político e econômico', diz Lula

Política
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu investimentos em educação e disse que seu objetivo é fazer com que jovens de famílias de baixa renda tenham as mesmas oportunidades de ensino e de emprego que jovens de famílias ricas. Afirmou que ninguém quer ser pobre e que a culpa é do que chamou de "sistema econômico e político".

"Ninguém quer ser pobre. Não conheço ninguém que quer ser pobre, passar fome, ser analfabeto. Ninguém faz isso. Quem causa essa situação é o sistema econômico e político que não foi criado por nós e que a gente é vítima deles há séculos", declarou o presidente.

Lula participou de cerimônia no Rio de Janeiro em comemoração ao dia do professor. O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estiveram presentes no evento. Motta chegou a dizer que Lula é "sem dúvida o presidente que mais fez pela educação".

O presidente repetiu algo que tem dito com frequência em seus discursos, de que as universidades só foram criadas no Brasil no século 20, enquanto em outros países da América Latina essas instituições de educação surgiram séculos antes. Segundo ele, "sempre houve no Brasil uma política determinada de que o povo não precisa estudar, precisava trabalhar".

Lula também voltou a dizer que ainda vai anunciar neste ano uma universidade federal indígena e uma universidade do esporte, para que o País seja soberano na terra, no ar, no mar e na sua educação.

O presidente disse que a criação do Pé-de-Meia, programa de incentivo para que adolescentes permaneçam na escola durante o ensino médio, foi uma "decisão política". Citou o que chamou de "pressão daqueles que acham que o dinheiro (do governo) tem de ficar guardado para pagar juros".

Segundo ele, "ou tomamos decisão política para fazer as coisas acontecerem corretamente ou não vamos melhorar o mundo".

Lula disse, ainda, que tem "brigado" com o ministro da Educação, Camilo Santana, para que seja incluído no currículo escolar o tema das mudanças climáticas.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 15, que seu governo está "analisando a viabilidade de ataques em terra contra cartéis na Venezuela", ampliando o tom de ameaça militar após o New York Times afirmar que a Casa Branca autorizou a CIA a conduzir operações secretas no país sul-americano. "Temos os oceanos controlados na região. Estamos começando a olhar para ataques em terra", declarou durante coletiva de imprensa no Salão Oval.

Segundo ele, o objetivo é "parar os cartéis de droga da Venezuela em terra também, além do que já fazemos nos oceanos".

Trump evitou responder uma pergunta direta sobre a suposta autorização para a CIA agir na Venezuela com o objetivo de derrubar o regime de Nicolás Maduro.

A reportagem do NYT, citando autoridades americanas, afirma que o novo mandato permite à agência realizar "operações letais" e atuar de forma independente ou em coordenação com uma ofensiva militar mais ampla no Caribe.

Em outro momento, Trump criticou as compras de petróleo russo pela Índia. "Não estou feliz com a Índia comprando petróleo da Rússia", disse, antes de acrescentar que o premiê indiano, Narendra Modi, "é um amigo meu" e que "me assegurou hoje que não irá mais comprar petróleo da Rússia". O republicano também afirmou que "precisamos fazer a China parar de comprar petróleo russo".

O presidente aproveitou ainda para mencionar sua política de segurança interna, afirmando: "salvaremos outras cidades do crime em breve, assim como fizemos com Washington", ao citar Memphis, Chicago e São Francisco como próximas metas de seu governo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, brincou sobre a conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse que "não pintou química, pintou uma indústria petroquímica". A brincadeira tirou risos das pessoas que acompanhavam o discurso do presidente durante cerimônia de comemoração do dia dos professores, no Rio de Janeiro.

"Quando fui falar com o (Donald) Trump, não conhecia ele, a gente estava de mal. Tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos, sabe. Então ele me ligou e eu disse que queria estabelecer uma conversa sem liturgia", contou o presidente, em tom de brincadeira. "Não pintou química, pintou uma indústria petroquímica. Amanhã ainda vamos ter uma conversa de negociação."

Lula não deu detalhes sobre essa conversa e com quem seria, mas a referência deve ser à reunião que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, terá com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na quinta-feira.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), as equipes técnicas dos dois países já se reúnem nesta quarta-feira, em uma conversa preliminar que será o primeiro filtro das negociações em torno do tarifaço dos Estados Unidos para o Brasil.

A grande questão do momento é saber que pontos os EUA colocarão sobre a mesa: se apenas itens econômicos, ligados à taxação determinada pelo presidente Donald Trump e de futuras trocas de bens e serviços entre os dois países, ou também assuntos ligados a sanções a autoridades domésticas.

O presidente brasileiro também criticou, sem citar nominalmente, o deputado Eduardo Bolsonaro. "Chega de cidadãos indo para os EUA tentar inflar os americanos contra nós", afirmou.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou sérias dúvidas na terça-feira, 14, sobre o que pode acontecer com o apoio prometido à Argentina, caso o governo do presidente argentino, Javier Milei, sofra uma derrota nas eleições legislativas de 26 de outubro.

"Achamos que Milei vai ganhar as eleições, ele merece", pontuou Trump ao receber o presidente da Argentina na Casa Branca.

E destacou: "Se ele vencer seremos muito prestativos à Argentina, mas, se não, não vamos perder nosso tempo."

O republicano ainda comentou que Milei está perto de um "tremendo sucesso econômico".